Gil Vicente FC 0-2 SL Benfica: A chave esteve no (8)4

A CRÓNICA: DEPOIS DOS GOLOS ANULADOS, O ALÍVIO E O GOLAÇO

Após a vitória caseira a contar para a primeira mão dos playoffs da Champions League perante o PSV (2-1), a águia – em vígilia e alta-rotação – deslocou-se a Barcelos e venceu de forma justa o Gil Vicente FC por 0-2, com o golo inaugural do número 4 (Veríssimo), ao minuto 84.

O jogo, algo característico de uma equipa grande versus uma “pequena”, teve o suspiro de alívio da águia apenas ao minuto 84 através de um remate de Lucas Veríssimo, sendo que a nota artística apareceu já perto do fim através dos pés de Grimaldo.

A revolução no “11” inicial do SL Benfica traduzia-se em seis alterações, em comparação com o jogo de a meio da semana diante do PSV.  Um dado esclarecedor do cansaço físico de algumas peças chave de Jorge Jesus. Entraram Gilberto, Gil Dias, Meité, Adel Taarabt, Gonçalo Ramos e Everton Cebolinha para os lugares de Diogo Gonçalves, Weigl, João Mário, Pizzi, Rafa e Grimaldo.

Do lado gilista, destaque apenas para uma alteração aquando do último jogo em Portimão: entrou Bilel e saiu Francisco Navarro, sendo que o jogador espanhol apenas saiu do “11” inicial por culpa de uma lesão de última hora.

A partida começou como esperado. O SL Benfica assumiu as rédeas, manteve a estrutura que lhe confere mais segurança (3-5-2) e dispôs das melhores oportunidades ao longo dos primeiros 45 minutos. O minuto dez, sublinhe-se, foi o minuto chave do primeiro tempo. Primeiro, Taraabt atirou ao poste num remate que levava selo de golo, depois foi Gilberto a introduzir a bola dentro da baliza. No entanto, o lateral brasileiro estava em fora de jogo, numa cabeçada que – caso fosse validada – asseverava outra tranquilidade para o resto da partida.

A equipa da casa manteve-se fiel às suas dinâmicas, foi objetiva e sempre bem organizada nos dois momentos do jogo, ainda que Ricardo Soares tenha passado por vários sustos durante o primeiro tempo.

Fujimoto – na zona central – era quem oferecia maiores certezas e discernimento com bola, ao passo que, Bilel acabava por ser o mais solicitado, conseguindo invariavelmente aproveitar o espaço deixado no corredor por parte de Gil Dias.

Apesar disso, foi sempre a turma de Jorge Jesus a mais perigosa, com destaque para Cebolinha, ao passo que, o internacional brasileiro criou o pânico entre linhas, principalmente quando ocupava zonas mais interiores, baralhando as marcações dos gilistas.

Na segunda parte, a toada foi a mesma: SL Benfica quase sempre com bola e o Gil Vicente FC atrás dela. O inevitável teimava em não acontecer, isto é, o golo dos forasteiros, contudo, foi apenas mera procrastinação. Depois de várias ameaças, entre as quais de Gonçalo Ramos, Pizzi, João Mário, Yaremchuk (golo invalidado), o suspiro de alívio dos benfiquistas surgiria por intermédio de Lucas Veríssimo, num remate onde o (quase) indefensável Kritciuk não teve qualquer hipótese de defesa.

Como se costuma dizer na gíria: o primeiro custa sempre a entrar…sendo que foi apenas ao minuto 84 que o SL Benfica conseguiu abrir as hostes: Pizzi, através de um remate cruzado, fez a bola chegar a Lucas Veríssimo, que só teve de receber a bola e colocar a bola na direção oposta do guarda redes do Gil Vicente FC.

Depois foi Grimaldo – entrado na segunda parte – a fechar as contas finais com um golo de nota artística, indefensável para o guardião gilista.

Com este resultado, o SL Benfica isola-se temporariamente no primeiro posto do campeonato, enquanto o Gil Vicente FC mantém os mesmos 6 pontos e quebra, deste modo, a invencibilidade no campeonato.

 

A FIGURA
Lucas Veríssimo custou 6,5 milhões ao SL Benfica
Fonte: Carlos Silva/ Bola na Rede

Lucas Veríssimo – Neste jogo podíamos nomear uma série de jogadores, entre eles o guardião do Gil Vicente FC, mas o central brasileiro revelou-se, novamente, absolutamente determinante nos dois lados do campo. Defensivamente esteve intransponível e, ofensivamente, foi decisivo pelo golo inagural que executou.

 

O FORA DE JOGO

Adel Taraabt – Uma ação positiva – bom remate ao poste -, mas o resto da partida foi realizado a um nível muito inferior ao desejável. O médio voltou a demonstrar que não revela o critério/discernimento desejável para estar presente num meio campo a dois, e que não aufere as bases necessárias para ser um “8” neste SL Benfica de Jorge Jesus.

 

ANÁLISE TÁTICA – SL BENFICA

A equipa comandada por Jorge Jesus alinhou num 3-5-2 que se traduzia, em concreto, num 3-1-4-2, com Meïté a servir como um “tampão”, à frente dos centrais, e como salvaguarda de Taraabt e da dupla de pontas de lança (Ramos e Yaremchuk).

A equipa do SL Benfica foi absolutamente demolidora no momento da transição defensiva e deteve, na maior parte do tempo, a posse de bola, o que simultaneamente significou uma águia bem mais ativa em jogo posicional ofensivo. Com Taraabt em dia “não”, foi Cebolinha – a aparecer entre linhas – o principal desiquilibrador.

Na segunda parte, a equipa da Luz apresentou-se (ainda) mais expedita e, já com João Mário e Pizzi em campo, muito raramente se perdia uma jogada, o que obrigou a uma descida abrupta das linhas gilistas. Era assim, com critério e com muitos homens no último terço, que o SL Benfica massacrava o Gil Vicente FC.

 

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Odysseas Vlachodimos (6)

Gilberto (4)

Otamendi (6)

Lucas Veríssimo (9)

Morato (7)

Gil Dias (5)

Meïté (6)

Adel Taarabt (3)

Everton (8)

Gonçalo Ramos (6)

Yaremchuk (6)

 SUBS UTILIZADOS E PONTUAÇÕES

Pizzi (6)

João Mário (6)

André Almeida (6)

Grimaldo (8)

Darwin (6)

 

ANÁLISE TÁTICA – GIL VICENTE FC

A alinhar no 4-3-3 habitual, a equipa orientada por Ricardo Soares manteve a mesma estrutura e os mesmo princípios “de sempre”. Organizados, pragmáticos nos momentos com bola e muito conscientes das tarefas individuais a realizar dentro de campo.

Fujimoto era quem se dava mais ao jogo para desiquilibrar as linhas defensivas encarnadas, contudo, nem sempre aparecia solto de marcação, o que obrigava Murilo ou Samuel Lino a baixarem para oferecer apoio aos médios gilistas.

Como referido anteriormente, o Gil Vicente FC procurava em organização ofensiva atrair por dentro, para depois explorar os espaços livres nos corredores. Pedrinho e Vítor Carvalho eram fundamentais neste processo, no entanto a pressão encarnada fustigava muito os portadores da bola, o que levou inúmeras vezes à típica ‘bola para a frente’.

Defensivamente, a equipa de Ricardo Soares pressionou esporadicamente a primeira fase de construção do SL Benfica, e alinhou num 4-3-3 com as referências ofensivas a pressionarem os três centrais de Jorge Jesus. Ainda assim, na maioria do tempo, Ricardo Soares procurou defender recuado num 4-4-2 bem junto, de forma a obstruir o espaço na zona central do terreno.

 

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Kritciuk (7)

Zé Carlos (5)

Lucas (6)

Rúben Fernandes (6)

Talocha (6)

Vítor Carvalho (6)

Fujimoto (7)

Pedrinho (5)

Murilo (6)

Samuel Lino (6)

Bilel (6)

SUBS UTILIZADOS E PONTUAÇÕES

Marcelo dos Santos (5)

Hackman (6)

Aburjania (5)

Matheus Bueno (5)

 

BNR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

Gil Vicente FC

BnR: Boa noite Míster. Já referiu que o SL Benfica teve mérito e empurrou o Gil Vicente FC para atrás, mas sente que a derrota é essencialmente por culpa daquilo que o Gil Vicente FC não conseguiu produzir com bola e, nomeadamente, em jogo posicional ofensivo?

Ricardo Soares: “O jogo posicional esteve lá, nós conseguimos circular. É verdade que não estou totalmente satisfeito, porque não conseguimos impor o nosso jogo. Mas reparem, normalmente as equipas que jogam contra o SL Benfica têm 25%/30% de posse de bola. Nós, na primeira parte, conseguimos 44%. Atendendo às diferenças de uma equipa e da outra, fizeram um trabalho extraordinário”.

SL Benfica

Não foi possível colocar questões ao míster Jorge Jesus.

Foto de capa: SL Benfica

Artigo revisto por Gonçalo Tristão Santos

Diogo Silva
Diogo Silvahttp://www.bolanarede.pt
O Diogo lembra-se de seguir futebol religiosamente desde que nasceu, e de se apaixonar pelo basquetebol assim que começou a praticar a modalidade (prática que durou uma década). O diálogo desportivo, nas longas viagens de carro com o pai, fez o Diogo sonhar com um jornalismo apaixonado e virtuoso.

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