Rio Ave 1-0 Elfsborg: O melhor estava guardado para o fim

    liga europa

    28 de Agosto de 2014, um dia para a história, uma página dourada na história do Rio Ave, uma história para Pedro Martins, jogadores e adeptos contarem aos netos. Para o Rio Ave era dos jogos mais importantes, talvez o mais importante da sua história. Em jogo estava uma entrada para a fase de grupos da Liga Europa, estava um milhão e 300 euros, que ajudam no orçamento deste clube.
    A desvantagem de 2-1 era perfeitamente possível de ser desfeita. Na Suécia, o Rio Ave tinha mostrado argumentos para lutar contra esta equipa do Elfsborg. Pedro Martins apostou tudo, e desde cedo o Rio Ave fez o que devia: atacar, procurar o tão desejado golo. O Elfsborg geriu a vantagem. Não se aventurou muito no ataque, tentando controlar a partida e aproveitar espaços que o Rio Ave dava. Esta foi sempre a imagem do jogo. Um Rio Ave que queria o golo frente a um Elfsborg que tentava controlar o adversário.
    O nulo continuava ao intervalo. Faltava aquele último toque, aquele último passe para o tão desejado golo. A tendência manteve-se na segunda parte. Rio Ave mais perigoso, mas faltava sempre algo. O Elfsborg equilibrou a partida, subiu no terreno, mas pouco fez para alcançar o golo. A única situação mais perigosa foi uma bola ao poste aos 55 minutos. Era o Rio Ave que continuava a dominar. Pedro Martins arriscava tudo, mas o tempo ia passando e o golo não aparecia. O guarda-redes defendia, a bola ia para fora e o jogo caminhava para o fim. O sonho dos vila-condenses ia acabar ali, de forma inglória, a apenas um golo da qualificação.O futebol não é um desporto justo, mas por vezes premeia quem se esforça. Ao minuto 92, Cássio, para evitar o canto, agarrou na bola e atirou-a lá para a frente. O esférico bateu num jogador sueco, e Esmael aparece isolado frente ao guarda-redes, a derradeira oportunidade de continuar a fazer história, mas a bola bate mal no pé dele e o avançado falha o remate. Mas este é, provavelmente, o falhanço mais feliz da carreira de Esmael. A bola continuou a rolar, caminhando aos poucos para a baliza, caminhando para a glória e para um lugar na história. E o Estádio dos Arcos quase foi abaixo. Um estádio demasiado pequeno para a alegria que ali se viveu. Adeptos aos saltos, jogadores aos saltos, suecos no chão, incrédulos. O sonho estava concretizado. Agora já não escapava.

    Era uma noite para a história. Um triunfo justíssimo. Em 180 minutos, só em 45 minutos o Elfsborg foi superior. Um grande jogo do Rio Ave, que lutou, acreditou e foi recompensado. Esta equipa pode não ter experiência na Europa, mas tem a entrega e a raça. Uma equipa bem treinada por Pedro Martins, que já tem identidade e será dos conjuntos a acompanhar esta temporada. Um prémio justo para o clube e direcção. Um clube organizado, que sabe o que quer e que não dá passos maiores do que as pernas. Quando se trabalha assim, a recompensa aparece, como aconteceu naquela noite.

    Agora é aproveitar o momento e tentar fazer uma gracinha, pois o grupo assim o permite. Dinamo Kiev será o adversário mais forte, mas Steaua de Bucareste e Aalborg são equipas perfeitamente ao alcance do Rio Ave, se continuar com esta raça.

    A figura

    Esmael – Todos os elementos da equipa mereciam estar aqui, pelos guerreiros que foram, mas Esmael entrou para a história do clube ao apontar o golo decisivo.

    O fora-de-jogo

    Elfsborg – Jogaram sempre na expectativa, jogaram com o resultado e nunca arriscaram a procurar o golo que desse a tranquilidade necessária. A coisa correu mal. Além disso, nunca foram superiores ao Rio Ave nos dois jogos. Fizeram pouco para quem dizia que os vila-condenses eram a equipa mais fácil.

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    André Conde
    André Condehttp://www.bolanarede.pt
    O André apoia o Benfica, mas, acima de tudo, gosta de comentar o futebol em geral. Adora assistir às primeiras pré-eliminatórias das provas europeias e é fã do Stoke City.                                                                                                                                                 O André não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.