Rio Ave e Estoril: Campanhas que não envergonham ninguém

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Terminaram as prestações europeias de Rio Ave e Estoril na época 2014/15. As duas equipas foram eliminadas nos respetivos grupos da Liga Europa e passam a dedicar-se em exclusivo às competições internas: Rio Ave na Liga e nas duas Taças, Estoril no campeonato e na Taça da Liga, visto já ter sido eliminado da Taça de Portugal na Póvoa de Varzim.

Contudo, as prestações dos dois clubes portugueses foram bastante razoáveis, com boas exibições a serem prejudicadas, acima de tudo, pela falta de experiência nestas andanças e por alguma falta de sorte.

Começo por falar do Rio Ave, que teve de ultrapassar duas pré-eliminatórias antes de entrar na fase de grupos. Nestes confrontos prévios, a equipa portuguesa teve pela frente duas equipas suecas: o IFK Gotemburgo e o Elfsborg. Depois de afastar o IFK com uma vitória por 1-0 fora de casa e um nulo em solo português, os vilacondenses deixaram pelo caminho o Elfsborg numa eliminatória com um final épico. Um golo do central Marcelo permitiu minimizar os estragos da derrota na Suécia na primeira mão (1-2), e os portugueses tinham todas as condições para virar o resultado na segunda mão. Contudo, a bola teimou em não entrar ao longo de todo o jogo, até que Esmael Gonçalves, já nos descontos, rematou sem acertar bem na bola mas conseguindo o objetivo de bater o guardião dos suecos e qualificar o Rio Ave pela primeira vez para a fase de grupos da Liga Europa.

Neste ponto da competição, o Rio Ave teve pela frente o Dínamo Kiev, o Steaua Bucareste e o Aalborg. Um grupo difícil, que tinha reservadas três viagens longas, entre Escandinávia e Leste europeu. O Rio Ave perdeu os primeiros três jogos: 3-0 em casa frente aos ucranianos, 1-0 no terreno do Aalborg e 2-1 na Roménia. Um início complicado, mas em que a equipa apenas jogou mal frente ao Dínamo. Nas duas derrotas seguintes, os rioavistas tiveram boas exibições, mas falhas na finalização e erros de arbitragem na Dinamarca, a juntar a uma grande exibição de Rusescu pelo Steaua na terceira jornada, fizeram com que a equipa portuguesa chegasse ao fim da primeira volta com zero pontos e apenas um golo marcado. Havia que tentar chegar pelo menos a uma vitória, dado que a qualificação era uma meta praticamente inalcançável. Esse triunfo esteve perto de chegar na quarta jornada, em casa frente ao Steaua. Os portugueses estiveram a ganhar até à última jogada do encontro, quando sofreram o empate a duas bolas. Mais uma boa exibição que apenas não redundou em vitória por detalhes. Nos últimos dois jogos, o técnico geriu os minutos de utilização dos seus atletas e, depois de mais uma derrota na Ucrânia, chegou à única vitória nesta fase de grupos, aquando da receção aos dinamarqueses. Um triunfo claro, por duas bolas a zero, frente ao Aalborg, selado com dois golos de Del Valle, que já tinha marcado na derrota na Roménia. Diego Lopes, que bisou na receção ao Steaua, ou o guarda redes Ederson, que fez mais de uma dezena de defesas na Ucrânia, foram outros jogadores que se destacaram nestas partidas europeias do Rio Ave.

Del Valle, com três golos, foi o melhor marcador do Rio Ave na Liga Europa Fonte: Facebook do Rio Ave Futebol Clube
Del Valle, com três golos, foi o melhor marcador do Rio Ave na Liga Europa
Fonte: Facebook do Rio Ave Futebol Clube

O Estoril não era novato na fase de grupos, depois do desempenho na temporada passada. O sorteio não foi amigo da equipa de José Couceiro, já que colocou pela frente o histórico PSV Eindhoven, os russos do Dínamo Moscovo, uma equipa recheada de bons valores, mercê do seu poderio financeiro, e os gregos do Panathinaikos, que, apesar de passarem por dificuldades, são sempre uma equipa aguerrida e difícil de bater no seu reduto.

Os portugueses abriram a campanha com uma derrota pela margem mínima na Holanda (0-1), com Luuk de Jong a apontar o golo através da marcação de uma grande penalidade, após uma exibição onde os estorilistas deram mostras de que iriam lutar pela qualificação para a fase a eliminar da prova. Essa intenção foi comprovada na jornada seguinte, com uma vitória em casa (2-0) frente ao Panathinaikos, com golos de Kléber e Diogo Amado. A seguir, vieram duas derrotas que, a meu ver, foram injustas mas decisivas para o Estoril não ter conseguido a qualificação, frente à equipa russa. Na receção ao Dínamo, os “canarinhos” viram-se a perder com um golo fortuito de Kokorin e falharam uma grande penalidade por Kléber. Pouco depois disso, quando o brasileiro estava a ser assistido fora das quatro linhas, os russos fizeram o 2-0, e Yohan Tavares apenas conseguiu reduzir nos descontos. Uma derrota tremendamente infeliz para os portugueses. Na visita à Rússia, mais um jogo de onde o Estoril poderia ter trazido pontos, mas em que acabou por perder mais uma vez por 1-0, golo de Kurányi já no último quarto de hora da partida.

A equipa de Couceiro ainda acalentava esperanças de apuramento quando recebeu o PSV na quinta jornada. Numa primeira parte louca, os estorilistas chegaram ao intervalo a vencer por 3-2, com um dos golos holandeses a ser apontado em posição irregular. A partida foi suspensa ao intervalo, por falta de condições do relvado do António Coimbra da Mota, devido ao dilúvio que se abateu naquela noite no Estoril. No retomar da partida, os holandeses chegaram ao empate já perto do final, através de um golo de Wijnaldum. A equipa portuguesa saiu destes três jogos com apenas um ponto quando fez exibições que poderiam ter permitido sair desses encontros com, pelo menos, cinco pontos. Na última jornada, apenas para cumprir calendário, a turma de Couceiro empatou a uma bola na Grécia.

Os dois jogos do Rio Ave com o Steaua  e a visita à Dinamarca e os jogos do Estoril em casa frente ao Dínamo Moscovo e ao PSV mereciam resultados diferentes, e é aí que podem estar algumas das razões que levaram ao afastamento das equipas portuguesas da Liga Europa. A falta de sorte e alguma injustiça nos resultados, tendo em conta as exibições praticadas, foram determinantes para que o Sporting, vindo da Liga dos Campeões, seja a única equipa lusa nos 16 avos de final da Liga Europa. Curiosamente, o Sporting também não merecia o desfecho que teve na sua fase de grupos europeia, mas devido a motivos bem diferentes dos que levaram às eliminações de Estoril e Rio Ave.

 Foto de capa: Facebook do Estoril Praia – Futebol SAD

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Diogo Janeiro Oliveira
Diogo Janeiro Oliveira
Apaixonado por futebol, antes dos livros da escola primária já lia jornais desportivos. Seja nas tardes intermináveis a jogar, nas horas passadas no FIFA ou a ver jogos, o futebol está sempre presente. Snooker, futsal e andebol são outras paixões. Em Portugal torce pelo Sporting; lá fora é o Barcelona que lhe enche as medidas. Também sonha ver o Farense de volta à primeira…                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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