Rio Ave FC 0-0 SC Braga: Outra vez – O Jamor é já ali

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    Eis que chegou um dos jogos mais importantes para as duas equipas que sucedem ao pódio na tabela da Liga e que, fazendo jus ao facto, melhor praticam futebol por cá. Com o passaporte para o Jamor em jogo e com o Braga a partir em vantagem com a vitória garantida pela margem mínima na primeira mão da eliminatória, foi a equipa da casa a assumir o jogo durante os primeiros quinze minutos, demonstrando mais ímpeto ofensivo e vontade de assumir o controlo inicial, muito em proveito das boas iniciativas atacantes, destacando-se o trabalho do Brasileiro Bressan.

    O começo forte do Rio Ave, desde já habitual na equipa de Pedro Martins, acabou por se atenuar com a intrusão táctica da equipa do Braga, que, mais lentamente, demorou a perceber aquilo que o desafio exigia. Digamos que, de uma forma concisa, os Minhotos foram obrigados a controlar a posse para desacelerar os movimentos do adversário, impondo um domínio suficientemente constante e que se prolongaria durante o restante tempo da primeira parte, o que provocou, aos poucos, o aumento claro da profundidade do jogo do Rio Ave, que, apesar da boa organização dos seus blocos na pressão, sentia dificuldades no aproveitamento dos espaços e na construção de ataques. Foi, por isso, ao Braga que pertenceram as melhores hipóteses para finalizar, com especial foco para o remate ao poste de Pedro Santos, revelando-se uma equipa mais ansiosa pela resolução da eliminatória do que o Rio Ave, que se encontrava em desvantagem.

    Rafa é a principal peça deste Sporting de Braga Fonte: SC Braga
    Rafa é a principal peça deste Sporting de Braga
    Fonte: SC Braga

    A correr atrás do prejuízo, cabia aos Vila Condenses a aposta mais forte para a segunda parte. A espectável entrada de uma peça mais criativa para quebrar o jogo consumou-se com a chegada de Heldon, logo após o intervalo. Os primeiros minutos, bastante repartidos, trouxeram oportunidades para ambas as partes, mas muito por culpa da contensão defensiva do Braga; com Vuckevic a colar na linha defensiva e a abdicar da presença em terrenos mais altos, o jogo tornou-se mais dividido e a disputa pela posse aumentou. A entrada de Postiga e de Guedes para a frente do ataque do Rio Ave não abriu grandes alternativas, até porque, no outro lado, era incomparável a evidente capacidade de fazer chegar a bola com perigo através do trabalho de dois homens: Rafa e Pedro Santos. Bem sei que tudo o que se torna repetitivo cansa, mas mais uma vez é de anotar a qualidade deste rapaz, que tanto oferece a esta equipa do Braga, tanto pelo que faz quando está perto da área como pela inteligência que incute no estilo de jogo de uma equipa que, se sabe jogar muito bem futebol, em parte o deve a ele. Em muitos momentos em que o Rio Ave se encontrava por si, era Rafa que, num meio campo com menor expressão ofensiva, tinha as iniciativas que ajudaram a equilibrar os fluxos da partida.

    Um golo bastava para empatar a eliminatória, mas, apesar dos bons momentos que registou no jogo, acabando, inclusive, perto de conseguir marcar, o Rio Ave não foi capaz de facturar uma única vez. No somatório total, o Braga foi mais forte. Teve um percurso interessante ao longo da prova e fez o esperável numa eliminatória promissora. E, muito embora aprecie a coragem de Pedro Martins em todos os jogos que disputa, o Braga provou ser uma equipa mais experiente nos momentos em que é necessário sê-lo.

    A Figura:

    Vuckevic – Gosto deste médio. Creio que a sua maior valia se encontra na capacidade de pisar diversas partes do meio-campo. Ataca bem e defende de igual forma – apesar de não ser esse o seu papel principal. Hoje provou-se isso.

    O Fora-de-Jogo:

    Pedro Martins – Continuo a ser um admirador do treinador do Rio Ave, mas continua a ter lacunas nos jogos preponderantes. Pedia-se uma equipa mais esclarecida ofensivamente e, de preferência, com vocação ofensiva durante toda a partida. Se assim não foi por alguns momentos, isso deve-se ao demérito próprio. Podiam ter ganho o jogo. O facto de o meio campo ser coesão, o facto de haver profundidade a mais… Percebo a ideia, mas perdeu qualidade táctica com as substituições.

    Foto de capa: SC Braga

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    Ricardo Gonçalves Dias
    Ricardo Gonçalves Diashttp://www.bolanarede.pt
    O primeiro contacto do Ricardo com a Bola foi no futsal. Mais tarde passaria pelas camadas jovens do Oriental, esse gigante de Lisboa. O sonho acabou algum tempo depois e hoje lida bem com isso. E com a escrita também.                                                                                                                                                 O Ricardo não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.