Académica OAF 1-2 CD Feirense: Expulsão foi “Fatai” para a “Briosa”

    A CRÓNICA: FOGACEIROS ALIMENTAM LUTA PELOS LUGARES CIMEIROS

    Se entrarmos em rigorosos calculismos, a Académica OAF tentava resolver uma equação que, esta época, ainda não dera certo: vencer dois jogos consecutivos. Preciosa ajuda que seria na luta pela manutenção. O CD Feirense confrontava-se com batalha diferente dentro da guerra da Segunda Liga e a mira estava posta nos primeiros lugares.

    A posição que ocupam na tabela esteve explanada na postura que Académica OAF e CD Feirense revelaram. Os estudantes optaram por uma atitude expectante de quem deixa para a época de recurso as cadeiras que pode fazer em época normal. O CD Feirense iniciou o jogo como o aluno que ataca o semestre com tudo e ainda nem começaram as aulas e já tem lidas as referências bibliográficas.

    Feitos os estudos necessários, a ação maior ficou guardada para os minutos finais do primeiro tempo. Jorge Fellipe, que se estreou pela Briosa e até teve direito a praxe, e Samuel Teles vinham desenvolvendo uma relação tensa em cada bola parada que disputavam.

    Aos 30 minutos, em mais um dos referidos encontros, Jorge Fellipe tentou-se esquivar, mas Samuel Teles agarrou-se a ele. O árbitro não consentiu o abuso e marcou grande penalidade. O ambidestro João Carlos correspondeu à responsabilidade e anotou o décimo golo no campeonato.

    A partir daí, a Briosa ganhou mais confiança e continuou a aproximar-se da baliza dos fogaceiros. A expulsão que Fatai fez questão de pedir ao árbitro alterou o filme. Alheio aos nervos que eram produzidos em quantidade proporcional à que eram expressos pelos elementos dos bancos dos dois conjuntos, João Paulo deu um arco perfeito à bola e empatou as contas antes dos intervenientes irem acalmar os ânimos aos balneários.

    Serenados os ânimos, os remates de longe iam sendo a forma mais eficaz e rápida que fogaceiros e estudantesencontravam para ferir. Ícaro dispôs da melhor situação do segundo tempo. Saiu torto o desvio de cabeça.

    A expulsão não se manifestou com tanto ímpeto como seria de esperar. O CD Feirense recuperou o domínio, mas não a um nível que já não se tivesse visto enquanto o desafio se encontrava 11 contra 11.

    A Académica OAF agarrava-se ao que tinha. Stojkovic literalmente usou as mãos para o fazer perante as ameaças do CD Feirense.

    O treinador da equipa visitante, Rui Ferreira esgotou as cinco substituições aos 70 minutos. Eram os sinais de quem via dois pontos a fugir. As mexidas só mais tarde se revelaram frutíferas. Jorge Teixeira aproveitou o ressalto da bola no poste para, já em tempo de compensação, dar três pontos à sua equipa e fechar o jogo com chave azul.

     

    A FIGURA

    Jorge Teixeira Vladimir Stojkovic vinha segurando tudo o que podia e não podia. Só não segurou o que Jorge Teixeira fez para dar a vitória ao CD Feirense.

     

    O FORA DE JOGO

    Fonte: Bola na Rede

    Sodiq Fatai levou um amarelo ao minuto 42. O árbitro perdoou-lhe uma primeira reação intempestiva em que atirou a bola contra os painéis publicitários. Carlos Macedo foi-lhe dar uma reprimenda verbal à qual o jogador da Académica/OAF não se conseguiu conter e respondeu. Ficou por ali a participação no jogo do nigeriano. Atitude pouco compreensível para alguém que luta pela manutenção e a quem o resultado até era favorável.

     

    ANÁLISE TÁTICA – ACADÉMICA/OAF

    Mais por necessidade de adaptação à forma de jogar do adversário do que como método para impor as próprias ideias, Pedro Duarte apostou de novo numa linha de cinco no setor recuado. Para montar o sistema de 3-4-3, o treinador da Académica/OAF estreou Jorge Fellipe que, com Pedro Justiniano e João Diogo, alinhou no eixo.

    Em fase defensiva, a linha de cinco manteve-se rigidamente formada, nunca caindo em pressões individuais que comprometessem a organização. O trabalho de condicionamento em zona adiantada coube principalmente a Costinha e Fatai. Ricardo Dias e Reko, em zona intermédia, desdobram-se em coberturas.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Vladimir Stojkovic (7)

    João Traquina (5)

    João Diogo (7)

    Pedro Justiniano (6)

    Jorge Fellipe (7)

    David Sualehe (5)

    Ricardo Dias (5)

    Reko (5)

    Sodiq Fatai (4)

    Costinha (6)

    João Carlos (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Jonathan Toro (5)

    Mauro Caballero (5)

    Guilherme (-)

    Michael Douglas (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – CD FEIRENSE

    Dos pés de Fábio Espinho, a jogar na posição oito, ao lado de um Washington com rédea curta, começava o ataque posicional do CD Feirense a ganhar sentido. João Oliveira, pela direita, e Zé Ricardo, pela esquerda, projetaram-se em simultâneo.

    João Paulo, que a atacar era o complemento de Zé Ricardo no flanco canhoto, a defender reforçava o miolo com poder físico, poupando Fábio Espinho a duelos para os quais não está talhado. Samuel Teles posicionava-se como falso extremo-direito no 3-4-3. Embora sem se poder considerar uma referência ofensiva, Kerwin Vargas foi o ponta de lança, conferindo a mobilidade que nenhum outro jogador do CD Feirense é capaz de dar.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Bruno Brígido (6)

    João Oliveira (5)

    João Pinto (5)

    Ícaro Silva (7)

    Bruno Onyemaechi (5)

    Zé Ricardo (5)

    Washington (6)

    Fábio Espinho (7)

    João Paulo (7)

    Samuel Teles (5)

    Kerwin Vargas (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Stivan Petkov (5)

    Tiago Dias (5)

    Jardel Silva (5)

    Latyr Fall (5)

    Jorge Teixeira (6)

     

    BNR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    ACADÉMICA/OAF

    Bola na Rede: Que avaliação faz da entrada no onze de Jorge Fellipe? A melhoria da equipa ao nível da segurança defensiva deve-se à inclusão no eixo defensivo do João Diogo, da aposta mais firme no Justiniano e agora na entrada do Jorge Fellipe?

    Pedro Duarte: O Jorge vem-nos trazer mais experiência. Tem um bom conhecimento da Segunda Liga. O Justiniano no meio e o João Diogo à direita justifica-se pelo maior equilíbrio que dão à equipa. Estes três homens permitem-nos ter mais equilíbrio., mas, ao mesmo tempo, permitem que o Sualehe e o Traquina se projetem mais. Não é só para equilibrar, é também para envolver os laterais. A defender, permite-nos que um dos nossos laterais salte no lateral contrário e mantermos sempre uma linha de quatro. Também nos ajuda a que o Fatai e o Costinha joguem mais subidos. Os jogadores estão distribuídos no espaço de forma a correrem menos e assim estarem mais frescos para tomarem boas decisões com bola.

     

    CD FEIRENSE

    Bola na Rede: O CD Feirense alinhou de início com dois falsos extremos/médios interiores (Samuel Teles e João Paulo). O objetivo passava por proporcionar melhores condições ao avanço dos laterais e, por isso não estar a acontecer é que optou por trocar o João Oliveira e o Zé Ricardo ao intervalo?

    Rui Ferreira: Retirámos o João Oliveira porque estava com problemas físicos. O Zé Ricardo estava amarelado. Tínhamos que precaver essas situações. Conseguimos dar velocidade ao jogo através da entrada do Tiago Dias. Queríamos também dar largura ao jogo. Com a entrada do Petkov queria ter presença na área. A entrada do Jardel também tem a ver com isso. A ideia era ele entrar para segundo avançado, mas dar-nos jogo exterior e, ao mesmo tempo, presença na área.

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    Francisco Grácio Martins
    Francisco Grácio Martinshttp://www.bolanarede.pt
    Em criança, recreava-se com a bola nos pés. Hoje, escreve sobre quem realmente faz magia com ela. Detém um incessante gosto por ouvir os protagonistas e uma grande curiosidade pelas histórias que contam. É licenciado em Jornalismo e Comunicação pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e frequenta o Mestrado em Jornalismo da Escola Superior de Comunicação Social.