Académico de Viseu FC 0-0 FC Penafiel: Cheiro a pré-época

    A CRÓNICA: SEGUNDA PARTE TROUXE UM FIOZINHO DE EMOÇÃO EM VISEU

    Em primeiro lugar, este texto deve ser lido em slow motion para acompanhar o ritmo do encontro.

    Num Estádio do Fontelo despido de público em relação ao resto da época, o Académico Viseu e o Futebol Clube Penafiel tentavam reencontrar-se com as vitórias, depois de terem perdido na ronda anterior. 

    A primeira parte foi um ocaso praticamente completo, com apenas dois remates à baliza, um para cada lado. A formação da casa teve mais posse, mas não criou praticamente nada perante o trio de centrais penafidelenses. 

    Na etapa complementar, os visitantes mostraram-se ofensivamente, com três oportunidades de golo logo ao início, nomeadamente uma bola no poste por remate de Adílio Santos. Depois dos dez primeiros minutos do segundo tempo, o Académico foi crescendo e podia ter marcado, porém falhava na hora de acerta à baliza. Exceção para o remate de fora de área de Ramirez que obrigou Filipe a desviar a bola para a linha de fundo.

    Este empate acaba por ser justo e deixa a questão: será que o 0-0 deveria dar um ponto a cada equipa? O mais justo seria, neste caso, não haver distribuição de pontos para nenhum dos conjuntos. De qualquer forma, o Penafiel consegue mais um ponto interessante para a luta pela manutenção, apesar de ter perdido uma oportunidade para garantir que não descia diretamente, e o Académico Viseu perdeu matematicamente as hipóteses para subir de divisão.

    A FIGURA

    Simãozinho – O latera/ala esquerdo contribuiu para o equilíbrio defensivo no seu corredor e ainda subiu no terreno para fazer alguns cruzamentos interessantes. O seu trabalho acabou por não ser aproveitado pelos finalizadores do Penafiel.

    O FORA DE JOGO

    André Clóvis Académico Viseu FC Porto
    Fonte: Paulo Ladeira/Bola na Rede

    André Clóvis – O melhor marcador da Segunda Liga leva três jogos sem marcar e a equipa ressente-se. Apesar de não ter sido um jogo dominador dos viseenses, Clóvis teve duas ou três oportunidades em boa posição que, noutra altura da época, não teria falhado. Só um golo marcado nos último três jogos demonstram a influência do ponta de lança brasileira que leva 25 tentos, na competição.

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    ACADÉMICO DE VISEU FC

    BnR: O facto de hoje o Penafiel ter alterado o esquema tático, utilizando três defesas centrais, dificultou a estratégia do Académico que trazia à partida para este jogo?

    Pedro Bessa: E muito porque nós preparámos o jogo desta semana, analisando aquilo que é o Penafiel do Hélder. Em nenhum momento, tinha jogado com uma linha de três, com mais dois laterais e mais dois médios à frente da defesa, ou seja, quase com sete jogadores à espera por trás da zona da bola.

    Surpreendemo-nos porque não preparámos o jogo assim, mas, a partir do momento em que saiu a equipa no site oficial da Liga, começámos logo a pensar no que poderia vir aí e fomos falando com os jogadores. Mas acho que isso não interferiu muito.

    Aquilo que lhes disse foi que somos o Académico de Viseu, estamos a jogar em casa, somos melhor equipa do que o Penafiel e temos de impor a nossa ideia de jogo e acho que foi feita, na segunda parte. Na primeira, as duas equipas não arriscaram muito, o futebol foi muito lento e o calor não ajudou.

    BnR: A ineficácia ofensiva da equipa [um golo marcado nos últimos três jogos] tem que ver com a falta de confiança dos jogadores, neste momento?

    Pedro Bessa: Não sei se é falta de confiança ou se não é… Eu preocupava-me se não criássemos essas oportunidades. Quero acreditar que seja coincidência. 

    Obviamente, um jogo não se ganha com cinco ou seis oportunidades de golo, o segundo jogo não se ganha com sete ou oito oportunidades de golos. A desconfiança começa a aparecer, eles começam a desacreditar neles próprios. 

    Acho que não é por aí. Acho que é aquela ‘malapatazita’ que vamos ter de quebrar.

    BnR: E a questão dos próprios adeptos, de neste jogo o estádio estar muito despido de público, influencia negativamente?

    Pedro Bessa: Estavam poucos, mas os que estavam são os bons. São aqueles que devem acompanhar o Académico nos bons e nos maus momentos.

    FC PENAFIEL

    BnR: A equipa mudou o esquema tático, jogando com uma linha defensiva composta por três centrais. Esta alteração é consequência da derrota pesada, na jornada passada, frente ao Benfica B [por 3-0, no Estádio Municipal 25 de abril]?

    Hélder Cristóvão: Sim, também. Mas esta estrutura estava pensada, antes deste jogo. Nós tínhamos preparado, em termos de círculo semanal, alguns movimentos com três defesas. 

    Muitas vezes, quando estamos a ganhar, optamos, por isso, para termos mais segurança defensiva e equilibrar mais a equipa. Já tínhamos pensado nesta estrutura para este jogo.

    Também dizer aqui que, contra o Benfica B, tivemos uma semana com muitos jogadores doentes, alguns ainda foram a jogo. Nós não quisemos lança essa notícia porque seria uma desculpa, depois de perder três a zero. Eu também ainda estou um pouco afetado, mas se serve de consolo, hoje creio que demos uma imagem totalmente diferente.

    BnR: Em jeito de balanço geral da partida, foi mais um ponto conquistado ou dois pontos perdidos pelo Penafiel?

    Hélder Cristóvão: Não, atendendo às oportunidades, acho que é um ponto para cada parte. Ambas conquistámos um ponto.

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    Pedro Filipe Silva
    Pedro Filipe Silvahttp://www.bolanarede.pt
    Curioso em múltiplas áreas, o desporto não podia escapar do seu campo de interesses. O seu desporto favorito é o futebol, mas desde miúdo, passava as tardes de domingo a ver jogos de basquetebol, andebol, futsal e hóquei nacionais.