A CRÓNICA: PRAGMATISMO DO ACADÉMICO DE VISEU FC FEZ A DIFERENÇA
O SL Benfica B, numa situação bastante mais tranquila na tabela classificativa, começou o jogo com mais posse de bola e mais próxima da baliza da equipa da casa. No entanto, à medida que os minutos passavam, o Académico de Viseu FC conseguiu atacar, fazendo transições rápidas.
Aos 13 minutos, foi precisamente num contra-ataque rápido que o Académico de Viseu fez o primeiro golo da partida, numa bela jogada de equipa. Yuri Araújo recuperou a bola perto do meio campo e percorreu toda a ala direita até às imediações da grande área. Daí, fez um passe para André Carvalhas, que, do centro, passou para João Vasco, rematando rasteiro cruzado e batendo Fábio Duarte. O Académico ainda teve oportunidade, quase de seguida, de fazer o 2-0, num remate de André Carvalhas, que obrigou o guarda-redes encarnado a desviar a bola por cima do travessão.
Perto da meia hora de jogo, o Benfica B começou a acertar nas marcações aos jogadores viseenses e voltou a ter mais iniciativa de jogo. Contudo, perigo é palavra que não se pode aplicar ao que os forasteiros causaram à baliza de Ricardo Fernandes. Aos 33’, num cruzamento com conta, peso e medida, João Ferreira centrou alto para Tiago Araújo, com espaço para cabecear perto do poste esquerdo.
Na segunda parte, os visitantes voltaram a entrar melhor para tentar chegar ao empate, quase sempre pela direita, com João Ferreira em destaque nas assistências. Foi mesmo o lateral a recuperar a bola da defesa e a fazer um passe longo, nas costas da defesa para Tiago Araújo. O avançado conseguiu entrar na grande área viseense e acabou derrubado em falta, segundo o árbitro, por João Pica. Morato cobrou a grande penalidade, bem colocada junto ao poste direito, e fez o 1-1.
Apesar de ter chegado ao empate, o Benfica B continuava por cima da partida, sem que o Académico de Viseu conseguisse sequer aproveitar as transições rápidas para criar perigo.
Só por volta do último quarto de hora é que a equipa da casa conseguiu chegar perto da baliza encarnada. Aos 83´, os viseenses conseguiram mesmo voltar para a frente do marcador. Yuri Araújo fez um remate rasteiro, nas imediações da grande área adversária, na sequência de uma boa jogada coletiva.
Os últimos minutos já só mostraram um Benfica B desesperado a tentar o golo do empate, mas sem ideias. Vitória pragmática do Académico de Viseu, que sai com três importantes pontos na luta pela manutenção.
A FIGURA
⚽️ Jogada criativa, Yuri faz a sua magia e golo. Está feito o 2-1 para os nossos viriatos.
Académico de Viseu FC 2-1 SL Benfica B#TerrasdeViriato #AVFC #Viriato em Estádio do Fontelo https://t.co/N77IbxPoG5
— Académico de Viseu FC (@AcademicoViseu) March 13, 2021
Yuri Araújo – O médio-ala/extremo do Académico de Viseu FC esteve em destaque, já que conduziu o lance que viria a dar o primeiro golo dos viseenses e ao fazer o golo da vitória. Através da sua velocidade e das combinações no meio campo, ajudou a equipa a respirar da pressão encarnada e a estar mais próxima da baliza adversária.
O FORA DE JOGO
#SLBenficaB | ⏹ Fim do jogo.#MadeInBenfica #LigaPortugalSABSEG pic.twitter.com/t8wDcPb08i
— SL Benfica (@SLBenfica) March 13, 2021
Falta de pragmatismo “encarnado” – Os “encarnados” tiveram mais posse de bola, mais tempo de ataque e estiveram mais perto da baliza da equipa viseense, mas não conseguiram criar perigo. Por isso, é importante que estes jogadores jovens tenham oportunidade para crescer na Segunda Liga.
ANÁLISE TÁTICA – ACADÉMICO DE VISEU FC
Na estreia em jogos em casa, Zé Gomes apostou num 4-5-1, com Ayongo na frente do ataque. João Vasco e Yuri Araújo, nas alas, e André Carvalhas, ao centro, eram os elementos mais ofensivos do meio campo. Os laterais Mesquita e Jorge Miguel acabaram por ficar mais resguardados na defesa, tendo em conta os possíveis desequilíbrios criados pelos encarnados.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Ricardo Fernandes (6)
Jorge Miguel (6)
Mathaus (6)
João Pica (6)
Mesquita (6)
Zimbabwe (7)
Diogo Santos (6)
Yuri Araújo (8)
João Vasco (7)
André Carvalhas (7)
Ayongo (5)
SUBS UTILIZADOS
Carter (6)
Paná (6)
Luisinho (-)
ANÁLISE TÁTICA – SL BENFICA B
Nelson Veríssimo apostou num 4-4-2, com Henrique e Tiago Araújo na frente de ataque. David Tavares era o elemento mais ofensivo do meio campo. Os laterais João Ferreira, em especial, e Sandro Cruz jogaram muito projetados para o ataque, tentando dar largura.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Fábio Duarte (6)
Sandro Cruz (6)
Tomás Araújo (6)
Morato (6)
João Ferreira (8)
Vukotic (6)
Diogo Mendes (6)
David Tavares (6)
Umaro Embaló (6)
Tiago Araújo (7)
Henrique Araújo (6)
SUBS UTILIZADOS
Fábio Baptista (-)
Duk (-)
Samuel Pedro (-)
BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
Académico de Viseu FC
BnR: O Académico Viseu apresentou uma linha defensiva pouco recuada, na maioria do seu jogo. Era uma preocupação à partida, face as individualidades dos encarnados?
Zé Gomes: Eu costumo dizer aos meus jogadores para nos preocuparmos em campo mais com aquilo que nós fazemos. Como é óbvio, temos de olhar para o adversário e não o podemos ignorar. Nós tentámos, neste caso, que a equipa estivesse junta e o mais subida possível. Mérito do Benfica, que nos empurrou um pouco para trás. Esta equipa sofreu e lutou até ao fim, com o caráter que tem, para conquistar o objetivo, que era ganhar.
SL Benfica B
BnR: A equipa apostou, sobretudo, em jogadas de envolvência e, mesmo com algumas dificuldades na criação de espaços na defensiva adversária, preferiu não apostar na meia distância. É um princípio da equipa?
Nelson Veríssimo: Nós vamos conseguindo fazer o que o adversário também nos vai permitindo. Obviamente, é uma das situações que nós trabalhamos, mas, defensivamente, em muitos momentos, o Académico de Viseu tem uma organização boa. Tivemos algumas dificuldades em alguns momentos, nomeadamente nessa situação [remates de fora da área]. Ainda assim, recordo-me do Vukotic, que fez um remate à entrada da área, o que foi uma boa oportunidade para nós. No entanto, obviamente, nós não jogamos sozinhos. É um jogo do ‘gato e do rato’. As equipas andam sempre à procura de espaços e de criar espaços para depois atacá-los e criar desequilíbrios para atacar a baliza. Algumas vezes, é conseguido. Outras vezes, não é. Mas isso é a própria dinâmica do jogo.
Artigo revisto