Casa Pia AC 1-0 CD Nacional: Capitão dá o exemplo

    A CRÓNICA: GOLO EM CIMA DO INTERVALO DÁ MAIS UMA VITÓRIA AO LÍDER

    O Casa Pia AC, líder da Segunda Liga, em igualdade pontual com o SL Benfica B, procurava dar sequência à excelente campanha que tem protagonizado, na receção ao CD Nacional, que também passa por um bom momento, estando a sete pontos dos líderes. Destaque para o vento que se fazia sentir em Pina Manique, que prometia condicionar o jogo.

    A verdade é que a equipa insular entrou desinibida no encontro. Não houve um domínio claro de nenhuma equipa durante grande parte do primeiro tempo, mas o Nacional não se atemorizou na casa do líder, mostrando-se competente a defender e tranquilo na troca de bola. A primeira grande oportunidade do jogo pertenceu inclusivamente à equipa de Rui Borges, aos 23 minutos, com Marco Matias a desmarcar-se nas costas da defesa do Casa Pia e a receber o passe de Camacho. Ricardo Batista, de longe o guarda-redes menos batido da Liga, saiu da baliza, fez a mancha e evitou que o marcador fosse aberto naquele momento. Primeira meia hora de qualidade do Nacional, mas o Casa Pia respondeu.

    Aos 38 minutos, na sequência de um canto, Jota apareceu na pequena área para desviar na sequência de uma bola ganha ao segundo poste. Contudo, desta vez, foi António Filipe a negar um golo que parecia quase certo. Foi o primeiro de vários cantos dos gansos que criaram perigo (um canto de Neto foi mesmo diretamente à trave, empurrado pelo vento), até que veio o golo, mesmo antes do intervalo. De novo após canto, um jogador do Nacional não conseguiu melhor do que desviar para trás, e o capitão Vasco Fernandes apareceu ao segundo poste para marcar e dar vantagem ao Casa Pia.

    A segunda parte manteve a toada da primeira, com duas equipas confiantes, a demonstrarem o bom momento que atravessam. Logo no início do segundo tempo, Jota teve a possibilidade de fazer o segundo golo, mas a receção de bola foi imperfeita e o esférico terminou nas mãos de António Filipe. Aos 57 minutos, foi Francisco Ramos a concluir uma boa jogada do Nacional, mas o remate saiu ao lado do poste. E aos 61, Vasco Fernandes quase marcava um golo muito parecido com o que marcou no final da primeira parte, mas o remate saiu por cima.

    Aos 69 minutos, Godwin fugiu nas costas da defesa adversária, mas António Filipe voltou a levar a melhor. Aos 73, respondeu o Nacional, com a incursão de Baiano na área. Ricardo Batista impediu o golo do empate. Sentia-se que o jogo podia cair para qualquer um dos lados, com ambas as equipas a darem o máximo.

     

    A FIGURA

    Fonte: Zito Delgado / Bola na Rede

    Vasco Fernandes – É notável como Casa Pia chega à 23.ª jornada com apenas 12 golos sofridos, ainda para mais com a segunda defesa menos batida a ter já mais de 20 golos sofridos. Vasco Fernandes é o capitão de equipa, o líder da defesa e foi também o elemento mais preponderante no jogo de hoje. Marcou de bola parada (podia tê-lo feito por mais do que uma vez) e liderou a equipa a mais um jogo sem sofrer golos.

     

    O FORA DE JOGO

    Bryan Róchez é principal ameaça para o SL Benfica
    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Bryan Róchez – O avançado do Nacional, melhor marcador da Segunda Liga, nunca virou a cara à luta, mas nunca conseguiu criar grandes ocasiões de perigo para a sua equipa. Num jogo bem disputado, de domínios repartidos e em que ninguém fez uma exibição altamente negativa, Róchez acaba por ser penalizado por isso mesmo.

     

    ANÁLISE TÁTICA – CASA PIA AC

    A equipa de Filipe Martins (hoje ausente por estar internado, em condição estável) apresentou-se no seu habitual 3x4x2x1, que se tornava um 5x2x3 em momento defensivo. Lucas Soares e Leonardo Lelo davam profundidade nos respetivos corredores, com Jota e Godwin mais por dentro, junto ao avançado Antoine. Neto e Nuno Borges eram os médios-centro, com Zach, Vasco Fernandes e Zolotic no centro da defesa.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Ricardo Batista (6)

    Lucas Soares (5)

    Zach (5)

    Vasco Fernandes (7)

    Zolotic (5)

    Leonardo Lelo (5)

    Neto (6)

    Nuno Borges (6)

    Jota (6)

    Saviour Godwin (6)

    Antoine (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Hebert (5)

    João Vieira (5)

    Banjaqui (-)

    Vitó (-)

    Derick Poloni (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – CD NACIONAL

    Rui Borges veio para este encontro com um sistema tático de 4x2x3x1, que se transformava num 5x4x1 a defender. Danilovic, médio ao lado de Alhassan no momento ofensivo, com Francisco Ramos à frente de ambos, passava para central quando o Casa Pia tinha a bola, juntando-se a Rui Correia e Júlio César. Baiano e José Gomes eram os laterais, com um trio da frente composto por três homens rápidos: Camacho à direita, Marco Matias à esquerda e Róchez no centro.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    António Filipe (6)

    Baiano (5)

    Rui Correia (5)

    Júlio Cesar (5)

    José Gomes (5)

    Alhassan (5)

    Danilovic (5)

    Francisco Ramos (5)

    João Camacho (5)

    Marco Matias (6)

    Róchez (4)

    SUBS UTILIZADOS

    Rouai (5)

    André Sousa (5)

    Macedo (5)

    Dudu (5)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    Casa Pia AC

    BnR: O Casa Pia sofreu apenas 12 golos em 23 jornadas, sendo que a segunda defesa menos batida da prova já sofreu mais de 20 golos. Este rigor a defender, juntamente com a força que a equipa demonstrou na bola parada ofensiva, foram as chaves para o jogo de hoje?

    Vasco Matos: É um facto que temos 12 golos sofridos, sabemos defender, mas às vezes confunde-se defender com não ter bola e nós sabemos ter bola. Isso também obriga o adversário a passar longos períodos sem criar oportunidades de golo. Quando não temos bola, somos rigorosos e organizados e isso tem feito a diferença.

     

    CD Nacional

    BnR: Quais é que foram os aspetos que gostou mais na exibição da sua equipa e quais é que foram aqueles que gostou menos e que acabaram por contribuir para a derrota do Nacional?

    Rui Borges: Estou feliz com o comportamento da minha equipa em todos os momentos. Sabíamos que ia ser decidido nos pormenores e um pormenor acabou por nos prejudicar para o resto dos 90 minutos, que foi uma bola parada. Numa primeira parte que jogámos contra o vento e que podia ser difícil, criámos situações, finalizámos, não da melhor forma, situações claras. Acho que controlámos minimamente o jogo, o Casa Pia não criou lances de perigo na primeira parte, tirando as bolas paradas, e fomos prejudicados ao minuto 46, numa desconcentração. Na segunda parte, tentámos ser pressionantes, criámos duas ou três situações, mérito do Casa em conseguir defender o resultado. E eles têm apenas um lance do Godwin, tirando isso, bolas paradas. Podíamos ter sido melhores no processo ofensivo nos últimos 15/20 minutos. Penso que fomos superiores, mas o pormenor no futebol é isto mesmo.

    Artigo revisto por Joana Mendes

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    Bernardo Figueiredo
    Bernardo Figueiredohttp://www.bolanarede.pt
    O Bernardo é licenciado em Comunicação Social (jornalismo) na Universidade Católica de Lisboa e está a terminar uma pós-graduação em Comunicação no Futebol Profissional, no Porto. Acompanha futebol atentamente desde 2010, Fórmula 1 desde 2018 e também gosta de seguir ténis de vez em quando. Pretende seguir jornalismo desportivo e considera o Bola na Rede um bom projeto para aliar a escrita ao acompanhamento dos desportos que mais gosta.