CF Estrela da Amadora 0-0 Varzim SC: Só ter vontade e querer não vence jogos

A CRÓNICA: VARZIM SC SUPERIOR, MAS INEFICAZ

No Estádio José Gomes, o CF Estrela da Amadora e o Varzim SC encontraram-se na 23.ª jornada da Segunda Liga, ambos com uma palavra a dizer. Tanto uma equipa como a outra atravessam um mau período: constante para o Varzim (penúltimo lugar) e temporário para o Estrela (série de três derrotas consecutivas). Temos redenção hoje?

Se queriam, pouco mostraram. Talvez os caseiros tenham sido surpreendidos pela entrada afirmativa de um Varzim forte, motivado e pressionante. Durante o primeiro tempo, dispuseram de mais bola, criaram boas jogadas coletivas (tanto pelas alas, como pelo interior) e ameaçaram o golo múltiplas vezes. Todavia, os lobos do mar falharam no golpe final e o 0-0 (ainda que injusto) manteve-se até ao intervalo. Temos redenção na segunda parte?

E mais uma vez, da parte do Estrela, parece que não. Embora a partida tenha reiniciado equilibrada, a expulsão de Chapi, aos 58 minutos, veio frustrar muitas das expetativas que a equipa tricolor ainda tinha. Por sua vez, quem aproveitou foi o Varzim SC. Apoderou-se do esférico e foi à luta contra um Estrela em bloco baixo que procurava surpreender em transição. O único problema do conjunto nortenho era mesmo a sua ineficácia no capítulo ofensivo.

E assim se confirmou muito bem até ao fim. A partida termina assim empatada a zero bolas, no qual cada equipa sai com um ponto do Estádio José Gomes.

 

A FIGURA

Gonçalo Tabuaço – Esteve sempre bem. Defendeu todos os remates que encarou e também foi dominante no jogo aéreo. Para além disso, não comprometeu quando foi obrigado a sair da sua baliza para cortar ataques do adversário.

O FORA DE JOGO

Fonte: Zito Delgado / Bola na Rede

Falta de afirmação do CF Estrela da Amadora – Por muito que a equipa quisesse a vitória, a vontade não basta. A jogar em casa, contra uma equipa em zona de despromoção, pedia-se que o Estrela fosse mais assertivo, dominante e perigoso. Claro que a expulsão de Chapi influenciou parte do jogo, mas até aí, a equipa mal criou um lance de perigo significativo.

 

ANÁLISE TÁTICA – CF ESTRELA DA AMADORA

Partindo de um 3-4-3, os alas Madson e Sérgio Conceição aproveitavam ao máximo a largura do campo. Com bola, a equipa desdobrava-se em 3-4-1-2 devido à movimentação de Diogo Pinto, vindo da direita, para a posição nº 10. O Estrela encontrou maior sucesso nas jogadas pela ala direita para criar perigo, muito graças ao capitão Conceição.

A equipa defendia em 5-2-3 (devido ao recuo dos alas), o que, a espaços, deixava os dois médios-centro – Traoré e Chapi – com muito espaço para cobrir, um problema que o Varzim conseguiu explorar.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Gonçalo Tabuaço (7)

Afonso Figueiredo (7)

André Duarte (6)

Miguel Lopes (6)

Madson (5)

Mamadou Traoré (7)

Chapi (5)

Sérgio Conceição (6)

Diogo Pinto (5)

Schutte (5)

Salomão (5)

SUBS UTILIZADOS

Paulinho (6)

Aloísio (6)

Xavi (-)

Michel (-)

 

ANÁLISE TÁTICA – VARZIM SC

Começando em 4-2-3-1, os poveiros faziam constantes movimentações que baralharam a defesa da equipa da casa.

Com um avançado fixo, os extremos João Reis e Tavinho vinham frequentemente para o centro, procurando a equipa construir assim entrelinhas e pelo corredor central. Por sua vez, os médios Assis e Nuno Valente apareciam nas alas, fazendo com que a equipa também conseguisse avançar por aí.

Outra tática interessante da equipa foi a de colocar, por vezes, os dois extremos do mesmo lado do terreno, o que criou espaços e situações de superioridade numérica.

A defender, os processos-base eram simples – duas linhas de quatro jogadores e uma pressão alta que criou dificuldades ao Estrela.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Ricardo (5)

Rego (7)

Cássio (6)

André Micael (6)

Leandro (6)

Nuno Valente (6)

Assis (6)

João Reis (6)

Zé Carlos (5)

Tavinho (6)

Heliardo (5)

SUBS UTILIZADOS

Agdon (5)

Zé Tiago (6)

Bruno Tavares (5)

Murilo (5)

 

BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

CF Estrela da Amadora

BnR: Depois da expulsão de Chapi aos 58 minutos, sempre que o Varzim entrava no seu meio campo, o Estrela organizava-se em bloco baixo com a linha de cinco defensiva folgada e próxima dos três médios, no sentido de controlar tanto a largura como proteger-se do jogo interior do Varzim. Entretanto, procurava atacar em transições rápidas. Pergunto-lhe se foi esta a resposta tática à expulsão de Chapi para defender e disputar o resultado..

Ricardo Chéu: Sim, nós nunca perdemos a noção que até podíamos vencer o jogo. Até porque seria erro crasso da nossa parte, aos 60 minutos, única e exclusivamente defender o resultado. Poderia ser extremamente penalizador para nós. Portanto, a nossa ideia foi tentar baixar um pouco mais as linhas, fechar os espaços interiores, encurtar linhas e tentar sair nas transições.

Penso que até conseguimos ter algum sucesso nisso, chegar com algum critério e até poderíamos ter feito uma ou outra situação. Essa foi a ideia, foi uma reflexão daquilo que tem sido, porque temos sido uma equipa muito penalizada em termos de expulsões e hoje foi o caso. Portanto, são situações que são trabalhadas também a ter em conta estes pequenos detalhes que podem fazer a diferença de somar um ponto ou de perder. Aquilo que é importante neste momento é seguirmos a nossa caminhada.

 

Varzim SC

Bola na Rede: Ao longo do jogo, o Varzim tentou criar diferentes situações de superioridade numérica, quer fosse nas alas, com o aparecimento de Assis e de Nuno Valente, quer fosse pelo centro do terreno, com a ajuda dos extremos Tavinho e João Reis, ou com o aparecimento, ainda que esporádico, dos dois extremos no mesmo flanco; pergunto-lhe se esta foi a principal tática que quis trazer para esta partida para a tentar vencer?

Pedro Miguel: Não só, mas também. O Tavinho e o João Reis jogaram por dentro, tentando trazer os jogadores da defensiva do Estrela e com isso abrir espaço nas costas que seria aproveitado pelos nossos pontas, não o conseguimos. Tentámos também o jogo por fora, a vir para dentro, e embora o Rêgo não ter essa capacidade tão grande, embora tivesse ali um lance vistoso, já na parte final da primeira parte, podíamos ter chegado ao golo nesse momento.

Tentámos com a superioridade numérica, tentámos de tudo, tentámos, como eu disse, um jogo mais apoiado e não um jogo direto, porque em termos de futebol aéreo, aí o Estrela dominava e nós teríamos que sair em movimentações curtas, com um jogador nosso a conseguir circular e tentar finalizar, porque não tínhamos as tais referências para conseguirmos jogar, jogo interior, jogo exterior e tirar cruzamentos porque aí nós perdíamos para os defesas do Estrela.

Tentámos de tudo, os jogadores tentaram de tudo, os jogadores estão tristes, como é evidente a gente está numa situação muito difícil. Queríamos e precisamos dos três pontos urgentemente, não aconteceu hoje e temos que fazer golos para vencer jogos, porque sem golos não conseguimos vencer jogos.

 

Rescaldo do opinião de Afonso Santos e Diogo Reis

Redação BnR
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