CF Estrela da Amadora 1–0 Casa Pia AC: Golo prematuro resulta em jornada negra para os aspirantes à subida

    A CRÓNICA: MUITA PARRA, POUCA UVA E OS TRÊS PONTOS NA REBOLEIRA

    Na Segunda Liga, o CF Estrela da Amadora recebeu, esta noite, a revelação Casa Pia AC: o décimo terceiro contra o segundo lugar. Quem levará a melhor?

    A distância na tabela não assustou o Estrela, muito pelo contrário até. Entrou muito melhor em campo e, por volta dos dez minutos, é recompensado com uma grande penalidade. Sérgio Conceição é chamado a bater e não falha, celebrando da melhor forma o seu 50º jogo pelo Estrela. Após o golo, a partida dividiu-se. Entretanto, as faltas e os confrontos físicos aumentaram exponencialmente, dificultando o jogo fluído sem paragens.

    As equipas regressaram do balneário e o Casa Pia AC voltou com uma atitude muito mais aguerrida, mirando a baliza e o empate (sobretudo através de Godwin e Jota). Foi praticamente um massacre, até ao poste foi. No entanto, o que interessa é a bola entrar e a verdade é que não entrou. Desta forma, o Estrela conseguiu anular o poderio ofensivo do Casa Pia AC, além de bater a melhor defesa do campeonato. Com esta vitória em esforço, a formação de Ricardo Chéu sobe ao décimo lugar, ao passo que o Casa Pia AC mantém-se na segunda posição, desperdiçando a oportunidade de se distanciar da perseguição de CD Feirense e Rio Ave FC.

    A FIGURA

    Fonte: Sebastião Rôxo / Bola na Rede

    Sérgio Conceição – Foi um jogo difícil para ambas as equipas e honestamente, não acho que tenha havido um claro destaque individual. Por isso, a distinção vai para o homem do golo, Sérgio Conceição, que decidiu a partida com uma grande penalidade. Pode não ter sido o melhor em campo, mas acabou por se tornar na figura da partida num dia especial para ele: o seu 50º jogo pelo emblema tricolor.

    O FORA DE JOGO

    Finalização do Casa Pia AC – Depois de ter sofrido o golo relativamente cedo, a partir da meia hora e essencialmente na segunda parte foi o Casa Pia AC a mandar na partida. Nos segundos quarenta e cinco minutos conseguiram fazer treze remates, apenas dois à baliza do adversário. Acabou por nem ser uma noite excecional por parte do guarda redes do CF Estrela da Amadora, sendo de registar o desacerto dos forasteiros no momento da finalização.

    ANÁLISE TÁTICA – ESTRELA AMADORA

    O CF Estrela da Amadora entrou para a partida num 3-4-3 pouco habitual mas também fazendo face às ausências que tinha para esta partida. Na linha mais recuada atuaram, como defesas centrais, Tiago Melo mais à direita, Anthony Correia no centro e a mais recente contratação, Migue Lopes pela esquerda. Na segunda linha apareceu Mamadou Traoré como médio mais defensivo, contando com o apoio de Aloísio, médio mais capaz no momento ofensivo e com mais qualidade na chegada à área adversária.

    Nas alas apareceram Sérgio Conceição pela direita e Madson pela esquerda, muito importantes não só no momento defensivo mas essencialmente na produção ofensiva da equipa, que na frente apresentou uma dinâmica interessante e diferente do habitual: no momento defensivo era Diogo Pinto o falso ponta de lança, encostando Paulinho à esquerda e Tipote à direita; no entanto, quando a equipa tinha a posse de bola o médio de 22 anos recuava para a posição número dez, fazendo juntar os habituais avançados à sua posição preferencial, o que por sua vez tornava imperativa a presença dos alas em zonas mais avançadas para criar desequilíbrios e situações de cruzamento, argumento muito utilizado pela equipa.

    Em relação ao momento defensivo é de destacar que apesar de ter marcado cedo, a equipa do Estrela optou sempre por uma pressão alta, com os três homens da frente a encaixarem nos três defesas centrais do adversário, obrigando a um jogo mais vertical e dividido.

    Para o início da segunda parte a equipa recuou um pouco mais, não pressionou tão alto e acabou por oferecer a iniciativa ao adversário. Com o decorrer da partida Ricardo Chéu alterou a disposição da equipa para o 5-3-2, colocando na mesma uma linha de cinco mais recuada mas reforçando o meio-campo com um homem, subtraído à linha mais ofensiva, que passou a contar com dois avançados centro.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Gonçalo Tabuaço (7)

    Mamadou Traoré (7)

    Anthony Correia (6)

    Miguel Lopes (6)

    Tiago Melo (6)

    Diogo Pinto (6)

    Aloísio (6)

    Sérgio Conceição (7)

    Madson (7)

    Paulinho (5)

    Tipote (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Chapi (6)

    Fabrício (5)

    Reko (6)

    ANÁLISE TÁTICA – CASA PIA AC

    O Casa Pia AC apresentou-se no típico sistema de 3-4-3, com a linha mais recuada a ser composta por Zach à direita, Vasco Fernandes ao centro e Zolotic à esquerda. Mais à frente atuaram Nuno Borges e Neto no meio campo, com Rodrigo Galo a percorrer toda a linha direita e Leonardo Lelo a lateral esquerda, no apoio aos três homens da frente: Jota na direita, Godwin Saviour na esquerda e João Vieira no centro. Dentro deste planeamento o Casa Pia AC não fugiu muito àquilo que estava definido, sendo de salientar as constantes alterações de lado entre os dois extremos, numa tentativa de confundir a defesa contrária, ainda que sem sucesso na primeira parte.

    Na segunda parte a equipa do CF Estrela da Amadora não pressionou a primeira fase de construção e o Casa Pia AC conseguiu impor mais o seu jogo, ser mais perigosa, com mais posse de bola, ainda que isso não tenha dado frutos efetivos.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Ricardo Batista (6)

    Zokotic (5)

    Vasco Fernandes (6)

    Zach (7)

    Leonardo Lelo (6)

    Nuno Borges (7)

    Neto (5)

    Galo (6)

    Jota (6)

    João Vieira (6)

    Godwin Saviour (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Lucas Soares (6)

    Banjaqui (6)

    Derick Poloni (5)

    Afonso Taira (5)

    Leandro Sanca (6)

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    CF Estrela da Amadora: Boa noite mister. Sendo o Casa Pia a defesa menos batida do campeonato e um de melhores ataques da liga, qual foi a estratégia pensada para o dia de hoje? Acredita que a pressão alta no primeiro momento de construção do Casa Pia tenha sido um ponto-chave para esta vitória?

    Ricardo Chéu: Nós preparámos o jogo nesse sentido de termos a capacidade de anular a primeira fase de construção do Casa Pia AC. Tentámos condicionar o jogo interior e orientámos sempre para fora para poder acelerar, tentando bloquear os médios. Na segunda parte, houve um ajuste, porque os extremos do Casa Pia acabaram por receber muito dentro e tentei reestruturar o meio campo na perspetiva de alargar a minha zona de atuação. Acho que foi bem conseguido. Naturalmente, sabíamos que havia uma coisa que não conseguíamos controlar: as situações de cruzamento constantes que o Casa Pia nos ia criar. Tínhamos de ser concentrados e agressivos nisso e acabámos por ser. Sabíamos que na primeira fase de construção, se perdêssemos a referência de pressão tínhamos de baixar bloco e retirar profundidade, porque é nisso que eles são muito fortes. Tentámos ganhar esse espaço interior que nós não permitimos e depois, rapidamente tirar profundidade, porque têm jogadores fortíssimos como o Jota e o Godwin que acabam por desequilibrar na velocidade. Fomos capazes de o fazer muitas vezes com uma linha até de cinco.

    Casa Pia AC: Boa noite, mister. Na primeira parte, o Casa Pia AC acabou por não ser tão forte, uma vez que o Estrela apresentou uma pressão muito alta quase de homem a homem, fazendo colar os três avançados nos seus três defesas centrais. Queria lhe perguntar se estava à espera dessa pressão e se considera que essa foi uma razão pela qual o Casa Pia não conseguiu ser tão forte nos primeiros 45 minutos.

    Filipe Martins: Sim, eles entraram com uma pressão aos nossos três centrais, mas na minha opinião conseguimos chegar ao último terço da melhor maneira, só que estávamos muito precipitados na definição dos lances. No entanto, ao procurarmos uma ou outra bola na profundidade, retirámos um pouco essa pressão e também, como é obvio, não vamos dissociar isso do resultado. A partir do momento em que eles ficam em vantagem, a pressão também acaba por não ser tão alta, o que facilitou a procura desses espaços entre-linhas que nós identificámos. Acabámos por fazer, na minha opinião, um dos jogos mais consistentes desta temporada. No entanto, vale o que vale.

    Rescaldo da autoria de Diogo Reis e Guilherme Rodrigues

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