Receita em doses q.b. para triunfo em Clássico q.b.

    Foi um resultado newtoniano este do Clássico entre FC Porto B e SL Benfica. Foi uma obediência quase exemplar da Primeira Lei de Newton, que dita que um corpo em repouso tende a permanecer nesse estado e um corpo em movimento tende a manter o seu percurso.

    Em campo, o FC Porto B manteve a tendência da sua estagnação recente, somando a quinta derrota seguida, e o SL Benfica B embalou no momento dos quatro jogos sem perder e somou novo triunfo com a vitória neste clássico.

    As águias não foram soberbamente melhores, mas foram muito mais eficazes. Mais do que isso, quando o FC Porto B esteve por cima no encontro, as águias não só conseguiram acompanhar o ritmo sem sofrer golos (pela primeira vez fora de casa em toda a época), como até marcaram.

    Em sentido contrário (mas no sentido natural de uma equipa animicamente em mau estado), os jovens dragões sucumbiam perante os duelos perdidos, os passes desconectados e as aproximações encarnadas à baliza de Meixedo.

    O SL Benfica B foi ajustando as posições do seu meio-campo, com Diogo Prioste e Nuno Félix permutando na pressão, e gerindo o esforço e também o clássico. Sem ser melhor em teoria o suficiente para vencer por 0-3, foi isso mesmo que as águias fizeram. Eficiência, eficácia e momento: foi receita suficiente, em doses q.b., para os encarnados vencerem um clássico, também ele, q.b.

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    FC Porto B

    BnR: O FC Porto mudou, na segunda parte, já a perder por 0-2, para um 4-4-2. A estratégia funcionou como queria, faltando apenas eficácia (houve um remate à trave já depois dessa alteração), ou não resultou tão bem como pretendia?

    António Folha: Tivemos de mudar algo, as coisas não estavam a correr bem. Mesmo a equipa inicial, estávamos com algumas baixas e temos sempre de andar à procura de manter aquilo que é a nossa ideia, mas com outros intervenientes. Não quer dizer que estiveram mal, mas o que é certo é que são mais jovens. Mas não foi por isso que perdemos. Quando estávamos melhor e por cima do jogo – e na segunda parte acho que foi quase sempre – sofremos dois golos e isso tirou-nos do jogo. Acho que o resultado de 0-3 acho que não espelha o que se passou, foram duas equipas equilibradas, com muito talento e muitos jovens de qualidade. O SL Benfica B foi muito mais eficaz.

    Outras declarações:

    “O processo é esse: temos equipa A, equipa B e equipa de juniores. Os jogadores migram mediante o que vai acontecendo acima”.

    “Temos jogos da Youth League em que fornecemos 12 jogadores à equipa de juniores”.

    “O João Mendes já jogou com a equipa A, tem um comportamento exemplar. Vem à equipa B e mantém o comportamento exemplar”.

    SL Benfica B

    BnR: Pedia-lhe um comentário ao posicionamento do Nuno Félix na segunda parte, com algumas nuances em relação ao primeiro tempo. Além disso, tem especial importância a vitória surgir sem golos concedidos, neste que foi o primeiro jogo do SL Benfica B fora de casa com a baliza a zeros e o segundo em toda a temporada?

    Nélson Veríssimo: Não sofrer golos é um dos objetivos que a equipa tem vindo a perseguir, apesar de, se olharmos para os jogos da Segunda Liga, normalmente os jogos acabam sempre com golos, as equipas acabam por sofrer golos. Nós só tínhamos conseguido não sofrer no jogo contra o FC Penafiel em casa, fora ainda não tínhamos conseguido. Confesso que esse é um dos objetivos que temos vindo à procura dele, porque reflete na prática aquilo que é o processo defensivo da equipa. Ganhar dá sempre moral, não sofrer golos, associado à vitória, acaba por valorizar também o trabalho que os jogadores têm feito. Tivemos momentos de qualidade com bola e conseguimos descobrir os espaços certos e criar situações que nos permitiram rematar à baliza e fazer os golos. Também tivemos momentos em que o FC Porto B, fruto do balanço ofensivo, nos encostou mais atrás. As equipas também se constroem dessa maneira: quando têm bola, têm de saber o que fazer, quando não têm bola, têm de saber defender. Hoje estivemos muito bem. Relativamente ao posicionamento do Félix e do Prioste, não houve muitas alterações naquilo que era a dinâmica a atacar, houve sim mudanças na nossa dinâmica defensiva relativamente aos posicionamentos do Pedro Santos e do Gerson.

    Outras declarações:

    “Foi um bom jogo de futebol, com as duas equipas a praticarem um futebol positivo”.

    “O momento das duas equipas não conta, sabíamos que ia ser um jogo complicado. Mas acreditámos que era possível sair daqui com uma vitória”.

    “Tivemos uma eficácia grande nas oportunidades que criámos”.

    “Os jogadores estão de parabéns pela forma como encararam o jogo”.

    “Aquilo que conta é o compromisso e mentalidade de todos os jogadores”.

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    Márcio Francisco Paiva
    Márcio Francisco Paivahttp://www.bolanarede.pt
    O desporto bem praticado fascina-o, o jornalismo bem feito extasia-o. É apaixonado (ou doente, se quiserem, é quase igual – um apaixonado apenas comete mais loucuras) pelo SL Benfica e por tudo o que envolve o clube: modalidades, futebol de formação, futebol sénior. Por ser fascinado por desporto bem praticado, segue com especial atenção a NBA, a Premier League, os majors de Snooker, os Grand Slams de ténis, o campeonato espanhol de futsal e diversas competições europeias e mundiais de futebol e futsal. Quando está aborrecido, vê qualquer desporto. Quando está mesmo, mesmo aborrecido, pratica desporto. Sozinho. E perde.