FC Porto B 1-2 GD Chaves: Flavienses tremem, mas regressam aos triunfos

    A CRÓNICA: GD CHAVES CÍNICO SOFRE PARA VENCER FC PORTO B

    À entrada para a sétima jornada do campeonato, FC Porto B e GD Chaves advinham de derrotas importunas diante Casa Pia e Oliveirense, respetivamente. Em resposta ao mau resultado, a equipa azul e branca apresentou um 11 inicial transfigurado, respeitando o poderio ofensivo da equipa transmontana, alinhando um duplo pivô defensivo no meio campo, com Mor N’diaye e Tiago Matos. Destaque também para a presença de Gonçalo Brandão. O central português ainda não tinha realizado qualquer minuto pela equipa azul e branca, esta temporada. Por outro lado, a equipa orientada por José Pinto entrou para a partida com apenas 5 suplentes, sofrendo de forma nítida com os recentes casos de COVID-19 na equipa (Roberto, Batxi e Kevin Pina).

    A primeira parte arrancou a todo gás, com um GD Chaves extremamente sufocante, não permitindo à equipa B azul e branca sair confortável na primeira fase de construção. Seja através do virtuosismo de Benny e Niltinho, ou no aproveitamento da dimensão física de Guedes, o Chaves manteve os centrais portistas em alerta durante primeira parte toda.

    Do lado da equipa da casa, as transições ofensivas e a pressão inteligente nos principais jogadores do meio campo adversário empurraram o FC Porto B várias vezes para perto da baliza. Ora, um jogo que taticamente estava a ser muito rico e competitivo por parte de ambas as equipas rapidamente se viria desmoronar. Ao minuto 32, Danny Loader viria a fazer uma falta imprudente que motivou não só a expulsou do próprio, como também uma lesão ao atleta Luís Silva, que viria a ser substítuido por João Teixeira. Com menos um jogador em campo, o improvável, no entanto, aconteceu mesmo. Ao minuto 45, numa investida no lado direito do ataque, Tiago Matos apareceu para tirar um cruzamento meticuloso que Igor Cássio não desperdiçou. Estava feito o 1-0 para o FC Porto B, mesmo com menos um elemento em campo. Apesar da surpresa, a vantagem seria efémera. Ao minuto 45+3, Rocha viria a colocar novamente o resultado empatado, através de um penalty.

    À saída dos balneários, a segunda parte manteve a toada da primeira, com um GD Chaves pressionante a todo o campo, aproveitando os espaços que a zona intermediária azul e branca ia deixando. Aliás, a equipa flaviense não podia ter começado melhor. Já Niltinho, um dos mais dotados tecnicamente, aproveitou, no minuto 56, o espaço entre linhas e desbloqueou uma combinação que auferiu um auto golo a João Marcelo.

    Em resposta ao golo, Rui Barros modificou o sistema de forma atrevida, lançando Kelvin Boateng para jogo e juntando-o a Igor Cássio. Sem surtir grandes resultados, Rodrigo Valente também entrou para jogo, garantindo ao FC Porto B mais critério e mais tempo com bola, mesmo com menos 1 em campo.

    O jogo terminou como começou: energético e com ambas as equipas a lutarem pelo resultado. Destaque natural para o espírito combativo dos homens azuis e brancos, que, mesmo com um jogador a menos desde o minuto 32, lutou até final contra uma das melhores equipas do campeonato.

    A equipa transmontana, por fim, apesar das dificuldades, manteve-se fiel e rigorosa no plano tático, o que a permitiu sair do Estádio Municipal Jorge Sampaio com os 3 pontos e liderança isolada (à priori).

    A FIGURA


    Bernardo Dias (Benny)- O jovem médio português foi peça fundamental na equipa flaviense, realizando uma partida muito vistosa. Desposicional e em constantes deambulações pelo terreno, sorriu sempre para a bola e foi dos que melhor a tratou com muito critério na “hora h”. Sem ela, foi rigoroso no sistema delineado por José Pinto.

    Em suma, não concretizou qualquer golo ou assistência, mas a sua presença em campo foi fulcral nas aspirações do GD Chaves. 

    O FORA DE JOGO


    Danny Loader- A expulsão é dúbia, mas a disputa no lance que origina o vermelho parece imprudente e evitável. Apesar de algo injusto atribuir um fora de jogo, numa partida tão bem disputada por ambas as equipas, Loader durou muito pouco tempo em campo. Nos minutos que teve ao seu dispor, não criou grande perigo na defensiva adversária. De todos os jogadores em campo, foi o que obteve a pior prestação e pontuação. 

    ANÁLISE TÁTICA- FC PORTO B

    A equipa comandada por Rui Barros apresentou-se num 4-3-3 em jogo posicional ofensivo que se desdobrava várias vezes num 4-5-1, aquando o GD Chaves atacava, alinhando os médios/extremos em paralelo e quase em uníssono, consoante o movimento da bola. Importante a presença de N’diaye, que ofereceu constante cobertura aos centrais, impedindo ao máximo a criação de jogo da equipa forasteira.

    Após a expulsão, a equipa azul e branca atuou num 4-4-1, deslocando Cássio para o lado esquerdo do terreno, numa tentativa de explorar a velocidade de Gonçalo Borges (substituiu Francisco Conceição, ao intervalo) e a robustez de Igor Cássio.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Ricardo Silva (6)

    Gonçalo Brandão (6)

    João Marcelo (5)

    Carlos Gabriel (5)

    Rodrigo Pinheiro (6)

    Tiago Matos (7)

    Mor N’diaye (7)

    Johan Gómez (6)

    Francisco Conceição (4)

    Danny Loader (1)

    Igor Cássio (8)

    SUBS UTILIZADOS

    Gonçalo Borges (6)

    Kelvin Boateng (5)

    Ebuka (-)

    Rodrigo Valente (6)

    ANÁLISE TÁTICA- GD CHAVES

    A equipa flaviense alinhou num 4-2-3-1, efetuando uma pressão notória a campo inteiro e congestionando ao máximo a ação dos jogadores menos habilidosos da equipa azul e branca. Em construção ofensiva, a «turma» de José Pinto priveligiou alguma variabilidade na forma de atingir a baliza de Ricardo Silva, tendo em Raphael Guzzo e Luís Silva os principais motores e os jogadores com maior critério para chegar ao último terço. Salientar, sobretudo, a forte transição defensiva e a forma como reduziam o campo para os jogadores adversários, no momento da perda.

    Na segunda parte, a «turma» de José Pinto baixou linhas e ofereceu a iniciativa ao FC Porto B, o que permitiu assegurar a vantagem mínima no marcador.

     

    11 INICIAL E SUBSTITUIÇÕES

    Paulo Vítor (6)

    Nuno Coelho (6)

    Rocha (7)

    João Reis (6)

    Rafael Viegas (6)

    Raphael Guzzo (6)

    Luís Silva (6)

    Niltinho (7)

    Benny (8)

    José Gomes (6)

    Guedes (6)

     

    SUBS UTILIZADOS

    João Teixeira (6)

    Juninho (5)

    Carvalho (-)

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    FC PORTO B

    BnR: Mister. Apesar da derrota, é justo dizer que esta foi uma das melhores prestações do FC Porto B esta época?

    Rui Barros: Temos de estar orgulhosos com aquilo que eles fizeram. Apesar da derrota não dar pontos, temos de destacar a entrega, o querer, a vontade. Nós quisemos jogar.

    BnR: O quão determinante considera ter sido Mor N’diaye na equipa?

    Rui Barros: Um miúdo que, no ano passado, fez os jogos todos é muito importante como nosso 6. É um jogador experiente e forte nas bolas paradas. Em suma, temos de dar valor aos jogadores todos que entraram e deram o máximo.

     

    GD CHAVES

    BnR: Mister, o FC Porto B fica com menos um a partir do minuto 32. Porém, a equipa dos Chaves parece ficar muito intranquila com bola. O que sente que faltou à equipa para dar maior robustez ao resultado?

    José Pinto: Concordo com a análise, mas também é importante destacar a primeira parte. Não me lembro do FC Porto B jogar em casa e não criar uma oportunidade de golo, penso que foi a primeira vez que isso aconteceu. Na segunda parte, entramos bem, chegamos à vantagem, mas depois é evidentemente muito fácil e concordo com a sua análise. Mas temos, neste momento, 9 jogadores de fora. Estamos a falar de lesões, de COVID… Temos uma equipa completamente remendada.

    BnR: A sua equipa ficou sem dois jogadores à última da hora devido à COVID. Dito isto, que influência é que isso teve no seu grupo de trabalho?

    José Pinto: Tenho falado nisso desde o início da época, e isto soa sempre a desculpa, mas temos um grupo que não consegue apresentar o mesmo 11 dois jogos seguidos. É uma situação aflitiva.

    Artigo revisto

     

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    Diogo Silva
    Diogo Silvahttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo lembra-se de seguir futebol religiosamente desde que nasceu, e de se apaixonar pelo basquetebol assim que começou a praticar a modalidade (prática que durou uma década). O diálogo desportivo, nas longas viagens de carro com o pai, fez o Diogo sonhar com um jornalismo apaixonado e virtuoso.