A CRÓNICA: CD FEIRENSE MAIS FORTE SUPERA FC PORTO NO JOGO E NA TABELA
No Marcolino de Castro, o CD Feirense recebia o FC Porto B, em encontro a contar para a 28.ª jornada da Segunda Liga. Na primeira volta, as duas equipas não foram além do nulo. O Feirense vinha duma vitória, também em casa, frente ao FC Penafiel. Já o FC Porto, tinha derrotado por 4-2 o Trofense no Olival.
Em 15 minutos de jogo, o CD Feirense ficou perto de estar em vantagem. A equipa da casa era perigosa no momento ofensivo, com rápidas transições a castigar a defesa mais subida do seu adversário. Jardel Silva era um elemento desconcertante para a defensiva portista, que ia tendo dificuldades em travar o avançado.
O FC Porto não conseguia lidar com a velocidade dos homens da frente do Feirense e acabou por pagar caro ao minuto 29, quando João Paulo partiu para cima de Rodrigo Conceição, contornou ainda David Carmo e finalizou a contar para os fogaceiros. 1-0 no Marcolino de Castro para a equipa da casa.
Antes do intervalo, a equipa da casa ampliou o marcador por André Rodrigues, que aproveitou da melhor forma o passe de João Paulo para fazer o segundo do jogo. A partida foi para intervalo com 2-0 no marcador para a equipa da casa.
Na segunda parte, o CD Feirense tentava surpreender por bolas longas e aproveitar o posicionamento alto do FC Porto. A equipa sentia-se no controlo do jogo, apesar da menor posse de bola, com a defesa a fazer um bom trabalho a fechar os espaços, impedindo que houvesse progressão com bola até à baliza.
O ataque dragão era dinâmico e relativamente rápido no seu jogo, no entanto esbarrava na organização do conjunto de Rui Ferreira. Quando a superava, a definição deixava a desejar no último terço. Num dos momentos em que se ultrapassou essas duas questões, Marcus isolou Veron com uma grande bola, mas o brasileiro rematou ligeiramente ao lado.
A equipa do FC Porto B expunha-se cada vez mais na procura do golo e o Feirense aproveitava, com Tiago Dias a ficar perto de marcar o terceiro, a não conseguir levar a melhor sobre Meixedo. O jogo não ia destoando da tendência da segunda parte: comandados de Folha com mais bola, fogaceiros a aproveitar as transições.
Já perto do fim, ainda houve tempo para mais um golo no jogo. Já em tempo de compensação, Washington pegou na bola ainda no seu meio-campo e rompeu pela linha defensiva descompensada dos dragões e contornou Meixedo para o terceiro golo. O Feirense sai com os três pontos, vitória por 3-0 e uma ultrapassagem na tabela, que dá o sexto lugar à turma de Rui Ferreira.
A FIGURA
João Paulo – Exibição brutal do avançado. No primeiro golo parecia que ia de mota até à baliza e foi o grande desequilibrador da partida. Veloz e com uma boa capacidade de drible, tanto aparecia no espaço a castigar a defesa subida portista, como pegava na bola e ia para cima dos defesas. Elemento mais dos fogaceiros.
O FORA DE JOGO
Bruno Costa – Jogo infeliz para o médio. Não conseguiu ser influente na manobra ofensiva e deixou a desejar nas compensações aos laterais.
BNR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
CD Feirense
BnR: Na primeira parte, houve várias vezes a procura da diagonal para o espaço entre o lateral direito e o central direito do Porto a encontrar o Jardel ou o João Paulo. Foi algo que foi pensado ao longo da semana ou é algo que se identifica no jogo e se procura aproveitar?
Rui Ferreira: É uma das situações que temos na nossa saída de bola, é procurar aquele espaço, pode ser o Jardel ou o nosso avançado, preferencialmente pelo médio interior do lado contrário. Foi o que nos deu um dos golos, penso que o do Andrézinho, é uma das nossas saídas.
Aquilo que procurámos essencialmente, temos duas ou três situações, os jogadores devem perceber, havendo espaço vê e pode colocar, não havendo pode haver um momento em simultâneo na profundidade em que dá essa possibilidade do nosso jogador meter lá a bola. Temos duas ou três soluções para que o portador da bola saiba o que fazer.
FC Porto B
BnR: Contra um adversário que joga com um bloco organizado, com linha de cinco, sentiu que a dado momento faltou criar condições para que jogadores como o Gabriel Veron e o Gonçalo Borges pudessem encarar no um para um e criassem desequilíbrios que podiam estar a faltar no jogo?
António Folha: Aquilo que senti foi que não entrámos bem no jogo. Apesar de termos bola, a maior parte do tempo não tivemos bem, tanto nos equilíbrios defensivos e na identificação dos espaços, porque o Feirense é uma equipa que defende bem, mete muitos jogadores por dentro e sai bem.
O que não conseguimos foi identificar quando não dava para jogar por dentro e quisemos demasiadamente jogar por dentro. Atraindo o Feirense a zonas interiores, libertando o corredor, muitas vezes podíamos ficar com esses homens soltos ou um para um e a poder desequilibrar. Não conseguimos identificar bem e tivemos algumas dificuldades porque andamos sempre nos espaços interiores e não conseguimos criar muito perigo.
Na segunda parte melhoramos muito sobre isso, tivemos muitos cantos e naquilo que eu disse que não estivemos na primeira, os equilíbrios defensivos quando estamos para atacar, não deixar aqueles homens entre linhas, principalmente o Jardel, que saiam rápido e criavam-nos alguns problemas.