GD Estoril Praia 1-0 CD Mafra: A festa faz-se sempre melhor depois de vencer

    A CRÓNICA: VITÓRIA EM JOGO CALMO NA FESTA CANARINHA

    Uma tarde/noite agradável no Estádio António Coimbra da Mota preparava-se para receber o último jogo da época, entre os campeões da Segunda Liga, o GD Estoril Praia e o CD Mafra, que já tinha a manutenção assegurada. Os dois emblemas já tinham as contas praticamente feitas, por isso, perspetivava-se um bom jogo de futebol entre equipas que já não tinham nada a perder.

    Após a guarda de honra feita pelo Mafra aos campeões da Segunda Liga, o jogo começou com um ligeiro e natural domínio dos estorilistas. No entanto, a primeira boa oportunidade acabou por ser dos visitantes, com Camará a receber bem na pequena área e a rematar para uma boa intervenção com os pés de Nuno Macedo. Primeira abordagem perigosa dos mafrenses. Primeiros 15 minutos em que, apesar da maior posse da equipa da casa, eram os visitantes quem estavam mais atrevidos e quem tinham as melhores oportunidades, com Rodrigo Martins em destaque.

    Apesar de, perto dos 20 minutos, o Estoril ter subido ligeiramente as linhas e ter jogado mais no meio-campo adversário, a tomada do jogo manteve-se, com os canarinhos a terem mais bola, mas com os visitantes a serem mais perigosos.

    Aos 40 minutos, e numa altura em que era o Mafra que até estava, por momentos, com mais posse e a jogar mais no meio-campo canarinho, o Estoril marca, numa bela jogada, pelos pés de André Franco. Primeira grande oportunidade para a equipa da casa a resultar no golo que permitiu aos campeões ganharem vantagem.

    O jogo ia, assim, para o intervalo, com a vantagem dos canarinhos, num golo marcado perto da pausa, após muito equilíbrio durante quase toda a primeira parte.

    A segunda parte começou com uma ocasião flagrante desperdiçada por Clóvis. Mais uma bela combinação canarinha permitiu que Clóvis aparecesse em posição privilegiada e atirasse a rasar o poste esquerdo.

    Após esta excelente oportunidade, o jogo prosseguia de forma tranquila, sem grandes oportunidades e num baixo ritmo, com períodos de superioridade alternada, ora estava o Estoril ligeiramente por cima, ora era o Mafra ligeiramente superior.

    À entrada dos 80 minutos, a equipa de Mafra tentava não viajar em vão e evitar a derrota, por isso ia subindo no terreno e tendo mais ações perto da área adversária. A oportunidade mais perigosa destes últimos minutos esteve nos pés de Rodrigo Martins, um dos melhores em campo, quando, a atuar na esquerda, puxou para dentro e rematou para intervenção a dois tempos de Macedo.

    Não houve tempo para mais e o Estoril acabou por fazer a festa num jogo onde, apesar de  nunca se ter visto uma grande intensidade por nenhuma equipa, venceu a formação mais eficaz.

     

    A FIGURA

    Fair-play entre ambas as equipas – Os gestos bonitos começaram ainda antes do apito inicial. O Mafra fez uma guarda de honra que, apesar de não ser obrigatória, fica sempre bem. Depois, durante o jogo, ambas as equipas se souberam respeitar e nunca entraram em qualquer tipo de conflito desnecessário, muito por causa do facto deste jogo já de pouco valer. No fim, os jogadores, equipa técnica e dirigentes cumprimentaram-se, neste jogo que foi um belo exemplo de como estar no mundo do futebol.

    O FORA DE JOGO

    Baixo ritmo durante o jogo – Algo que, não sendo o mais bonito de assistir, é perfeitamente admissível. O jogo já de pouco significava para ambas equipas, por já terem os seus objetivos cumpridos, por isso, as duas imprimiam um baixo ritmo de jogo. Isto era sobretudo visível quando alguma das equipas subia ligeiramente a intensidade e criava perigo quase de forma instantânea.

     

    ANÁLISE TÁTICA – GD ESTORIL PRAIA

    O Estoril iniciou a partida no seu típico 4-3-3, com Gamboa a jogar como médio mais recuado, ocupando o espaço entre os centrais e os médios. Independentemente do espaço concedido pelo Mafra, o Estoril procurava sempre sair a jogar e praticar um futebol apoiado.

    Sempre que os laterais subiam, conseguiam criar desequilíbrios na frente e, consequentemente, criavam bastante perigo, aliás, o primeiro golo nasce numa subida de Soria.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Nuno Macedo (7)

    Carles Soria (7)

    Bernardo Vital (6)

    Hugo Gomes (6)

    Pedro Empis (6)

    Chiquinho (7)

    Lazare Amani (7)

    João Gamboa (6)

    Bruno Lourenço (6)

    André Franco (7)

    André Clóvis (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Joãozinho (7)

    Crespo (7)

    Aziz (6)

    Vidigal (6)

    Murilo (6)

     

    ANÁLISE TÁTICA – CD MAFRA

    A formação de Mafra procurava fechar sobretudo os espaços interiores quando não tinha a bola e tentava tirar partido de transições rápidas quando a recuperava, montada no seu 4-4-2.

    Destaque para o flanco direito dos visitantes (Tomás Domingos e Rodrigo Martins) que causou grandes dificuldades ao adversário. Apesar de pressionarem em terrenos bastante adiantados a saída de bola dos estorilistas, à medida que o tempo foi passando, a equipa de Mafra foi conseguindo recuperar cada vez menos a posse de bola em zonas propicias ao perigo.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    João Godinho (6)

    Xavier Ferreira (6)

    Tomás Domingos (6)

    Gui Ferreira (6)

    Carlos Daniel (6)

    Rúben Ramos (6)

    Andrézinho (6)

    Rodrigo Martins (7)

    João Graça (6)

    Abel Camará (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Lee (6)

    Rodrigo Gui (6)

    Filipe Neves (6)

    Irhene (6)

    Wenderson (6)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    GD Estoril Praia

    BnR: Boa noite, mister. Pedia-lhe um breve comentário sobre aquilo que foi o jogo de hoje.

    Bruno Pinheiro: O jogo de hoje foi bastante complicado, por várias razões. Porque foi contra um adversário com muita qualidade com bola. Porque estava um vento considerável que não favorecia nenhuma das equipas. Complicado porque lutámos para não nos desfocarmos, mas a realidade é que, com a subida assegurada, com o facto de já sermos campeões, apesar dos jogadores nunca se quererem desligar, não tínhamos a mesma fome de vitória. Portanto, por todas estas razões, um jogo difícil, para além de ser um jogo de Segunda Liga, frente a um adversário muito equilibrado. Foi difícil, mas acabámos por ganhar. Queríamos acabar bem, vínhamos de uma derrota e era o último jogo da época, em casa, com o trofeu, e acho que foi o fator extra que ajudou que os jogadores conseguissem algo mais perante este jogo e estas dificuldades.

    CD Mafra

    BnR: Boa noite, mister. Durante grande parte do primeiro tempo conseguiu criar bastante perigo pelo flanco direito, com destaque para Tomás Domingos e Rodrigo Martins, que realizaram várias transições rápidas. Depois, perto do minuto 30, troca Rodrigo Martins para o lado esquerdo e o Andrézinho para a direita. O que procurou com esta mudança?

    Ricardo Sousa: O Rodrigo e o André são jogadores diferentes. O Rodrigo é um jogador que explora muito bem a profundidade e também nos dá a bola no pé, o André é um jogador que nos dá mais fluidez com a bola no pé. Nós gostamos de alterar o nosso estilo de jogo consoante o que vamos apanhando. O defesa esquerdo do Estoril foi amarelado muito cedo, tentámos aproveitar alguma lacuna que essa posição estava a dar com essas alterações, com o intuito de aproveitar o amarelo que o defesa esquerdo tinha. Infelizmente não foi possível, mas foi como disse, o processo e a exibição, do meu ponto de vista, foram muito positivas e dão-nos garantias de, no futuro, com este processo, as coisas correrem cada vez melhor.

    Artigo revisto por Joana Mendes

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    Alexandre Sequeira Ribeiro
    Alexandre Sequeira Ribeirohttp://www.bolanarede.pt
    Nascido e criado na ilha Terceira, nascido e criado para o futebol. Desde cedo aprendeu, viveu e vibrou com o desporto rei. Com o futebol e a escrita espero proporcionar um espetáculo fora das quatro linhas para todos aqueles que partilhem o gosto pela bola e pelos seus artistas.