SC Covilhã 2-0 Académica OAF: “Briosa” à espera de um milagre

    A CRÓNICA: “BRIOSA” SOFRE QUARTA DERROTA SEGUIDA E NÃO CONSEGUEM VER LUZ NO FIM DO TÚNEL

    Numa manhã fria que fez lembrar o final do inverno, o SC Covilhã sentiu-se aquecido e reforçado pelos adeptos, que encheram o Estádio José Santos Pinto. Porém, a Académica OAF não se sentiu intimidada e causou o primeiro calafrio com um remate de Reko, que acertou no poste logo aos oito minutos de jogo.

    A partir daí, o jogo entrou em disputas físicas e perdeu vertiginosamente em qualidade de jogo. Poucas oportunidades, trocas de passes e uma quantidade excessiva de faltas evidenciaram a proeminência dos setores defensivos de cada equipa, que anularam por mais de 30 minutos qualquer perigo de golo no jogo. Somente a partir dos últimos cinco minutos da primeira parte é que as equipas conseguiram abrir espaços e ocasionar uma oportunidade para cada lado. Porém, o marcador continuou nulo até o apito de encerramento do primeiro tempo.

    Apesar de um início de segunda parte promissor, com uma oportunidade clara de golo para cada equipa, a marcação no setor de meio-campo do Covilhã impediu qualquer criação da Académica, que apenas tinha as bolas paradas como arma para marcar golos. Por outro lado, a falta de qualidade e má decisão no último momento favoreciam a defesa da equipa visitante. Isto não impediu que o Covilhã chegasse quase a marcar o golo inaugural. Numa troca de passes entre Diogo Almeida e Kukula, o ponta de lança rematou firme, mas a bola só parou na poste direito da baliza de Stojkovic.

    O mesmo Kukula, que levou sempre perigo à baliza da Académica, finalmente teve o seu momento especial. Depois de uma bola recuperada pela equipa da Covilhã no setor do meio de campo, a bola ficou para Kukula que, com espaço à frente da grande área, experimentou um remate em direção à baliza. A bola foi forte no canto esquerdo de Stojkovic e ainda tocou no poste antes de entrar. A 15 minutos do fim, estava inaugurado o marcador no José Santos Pinto.

    O golo fez com que o estádio voltasse a abraçar a equipa e dar mais força ao Covilhã. Além disso, as alterações realizadas pelo treinador da equipa serrana surtiram rapidamente efeito no relvado. Aos 83 minutos, a bola sobrou livre para Felipe Dini que, com apenas o guarda-redes à sua frente, fez o segundo golo do Covilhã.

    O marcador não mexeu mais e registou-se uma nova derrota da Académica, enquanto a Covilhã ganha algum ar para respirar na luta para manutenção na Segunda Liga.

     

    A FIGURA

    Kukula Um dos jogadores que já conhece bem os adeptos e o clima da Covilhã, parece que a cada jogo integra-se como um dos grandes destaques que pode manter os “Leões da Serra” na Segunda Liga. Mesmo com uma primeira parte abaixo do esperado, Kukula sempre foi o sinónimo de perigo por parte dos da casa. Na segunda parte, o cabo-verdiano calibrou a pontaria e acertou um lindo remate que inaugurou a contagem de golos e pôs a equipa da casa em vantagem.

     

    O FORA DE JOGO

    Costinha – O jovem avançado da “Briosa” não teve uma tarde feliz no Estádio José Santos Pinto. Enquanto as ausências de João Carlos e de Toro foram sentidas, e apesar da grande mobilidade de Costinha, as decisões erradas e a pouca efetividade nos dribles tiraram qualquer possibilidade para o ataque pelo lado esquerdo.

     

    ANÁLISE TÁTICA – SC COVILHÃ

    O treinador Leonel Pontes manteve a formatação que lhe concedeu as únicas duas vitórias seguidas nesta Segunda Liga. O 4-2-3-1, com grande movimentação de Felipe Dini atrás do ponta de lança Kukula, é a grande arma enquanto o Covilhã tem a posse da bola. Na parte defensiva, a equipa transitou para um 4-4-2 em que Kukula fica mais à frente para partir num contra-ataque. A única mudança em relação à equipa normalmente utilizado por Leonel Pontes foi a ausência de Jean Felipe, substituído por Diogo Almeida, para cobrir o setor de meio-campo e ataque pelo lado esquerdo. Logo após o golo, Camilo entrou e direcionou Kukula para cobrir o lado esquerdo do meio-campo.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Léo Navacchio (5)

    Tiago Moreira (6)

    Jaime (6)

    Héliton (6)

    Lucas Barros (6)

    Gilberto Silva (6)

    Tembeng (5)

    Rui Gomes (4)

    Kukula (8)

    Felipe Dini (8)

    Diogo Almeida (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Samu (5)

    Arnold (5)

    Camilo (7)

    Jorginho (5)

    Jorge Vilela (4)

     

    ANÁLISE TÁTICA – ACADÉMICA OAF

    O último colocado da Segunda Liga viajou até à Covilhã sem dois dos seus grandes nomes ofensivos da atual época. As ausências do ponta de lança e melhor marcador da equipa, João Carlos, e do hondurenho Jonathan Toro tiveram consequências na escolha do esquema tático inicial de Zé Gomes. A equipa de Coimbra, que usualmente vem a jogo num 4-2-3-1, teve que modificar-se para um 4-3-3. No lugar de Toro, João Mário retornou, mas foi deslocado para o setor de extrema-direita, enquanto o ponta de lança escolhido, ao invés de João Carlos, foi o nigeriano Fatai.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Stojkovic (5)

    João Diogo (5)

    Justiniano (5)

    Zé Castro (4)

    Fábio Vianna (5)

    Vasco Gomes (5)

    Mimito (6)

    Reko (7)

    João Mário (5)

    Costinha (4)

    Fatai (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Traquina (6)

    Pavlic (5)

    Micheal Douglas (-)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    SC Covilhã

    BnR: A entrada de Diogo Almeida, como médio lateral, no lugar de Jean Felipe, trouxe novas mecânicas por conta de serem diferentes estilos de jogo?

    Leonel Pontes: A ideia inicial era ter o Diogo Almeida na esquerda e o Rui na direita. Contudo, muitas vezes, o rendimento pessoal é condicionado pelo coletivo, e coletivamente a equipa não esteve bem na primeira parte. Porém, teve um momento na primeira parte em que eles inverteram de posição e depois eu mantive assim, pois deu resultado. O resultado foi que tivemos mais situações de bolas cruzadas por ambos os lados e isso provocou a incapacidade da Académica atacar, porque nós não perdemos a bola tantas vezes. No fundo, acabámos por beneficiar do rendimento desses dois jogadores.

     

    Académica OAF

    BnR: Como o setor de ataque foi penalizado pela falta de jogadores como João Carlos?

    Zé Gomes: Estamos muito limitados nos jogadores do setor de ataque. Numa fase destas… Por muito que eu não me queira desculpar por isso, são jogadores importantes. O melhor marcador da Segunda Liga está fora e isso não é fácil para arranjar soluções. Estou aqui para assumir e dar a cara, assumir as responsabilidades que tenho, mesmo chegando recentemente.

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    Kayalu Castro da Silva
    Kayalu Castro da Silvahttp://www.bolanarede.pt
    Adepto incondicional de futebol, Kayalu apaixonou-se pelo desporto no momento em que sentiu pela primeira vez a vibração e paixão das claques. É este sentimento que ele projeta passar ao informar e apresentar tudo que o desporto mais popular do mundo traz. Além disso, os motores da Fórmula 1 e a competitividade do vólei enchem o resto da paixão deste brasileiro.