Três centrais: uma alternativa?

    O Sporting tem três ótimos centrais no seu plantel, os três que foram titulares na Alemanha, e o maior problema da equipa tem sido a terrível falta de produtividade dos seus laterais, especialmente no momento defensivo do jogo. Assim sendo, este esquema tático, também utilizado, por exemplo, pelo Chelsea, líder incontestado da atual edição da Premier League, seria uma boa escolha do técnico, desde que seja devidamente praticado em ambiente de treino. Dentro do naipe de laterais que temos neste plantel, penso que Schelotto e Jefferson seriam os laterais preferenciais para ocupar as alas. O ítalo-argentino, que tem como um dos pontos fortes a sua enorme disponibilidade física e treme um pouco no momento defensivo, teria mais proteção, com Paulo Oliveira atrás de si. Poderia estar mais disponível para as combinações com Gelson Martins no seu flanco, causando mais dissabores aos adversários. Na esquerda estaria Jefferson, que também é bem melhor no plano ofensivo, onde os cruzamentos são o seu ponto mais forte. O brasileiro tem apresentado um rendimento fraco sob o consulado de Jorge Jesus, mas penso que o jogador ainda é recuperável e a inclusão como titular neste esquema tático seria muito benéfica para si e para… Bas Dost. O holandês, que é letal na finalização, beneficiaria bastante com os cruzamentos de Jefferson no flanco esquerdo. Todos nos lembramos dos vários golos que o saudoso Slimani marcou, após assistências do camisola 4.

    No centro da defesa, Paulo Oliveira atuaria descaído para a direita, Ruben Semedo mais para a esquerda e Coates no meio, desempenhando a sua função de patrão do setor. O uruguaio, implacável no desarme e no jogo aéreo, é o elemento ideal para comandar este desenho tático. Espero bem que as negociações para a sua permanência no clube cheguem a bom porto. Ruben Semedo, com a sua velocidade e boa capacidade técnica, também estaria como peixe na água no desempenho das suas funções. O elemento mais “duvidoso” nesta equação seria Paulo Oliveira. Contudo, tenho uma enorme confiança neste jogador. Nunca vira a cara à luta e, apesar de não ser especialmente rápido ou bom com a bola nos pés, é um jogador certinho, que não arrisca e garante segurança e esforço na sua posição. Além disso, o facto de se apresentar neste momento da mesma maneira com que se apresentava quando era titular na época passada, demonstra o enorme profissionalismo que o marca. É um daqueles jogadores leais que estão sempre disponíveis para “dar o peito às balas” em função dos seus colegas e do seu treinador.

    A juntar a Coates e Semedo, P.Oliveira forma um núcleo de três centrais de enorme qualidade Fonte: Sporting CP
    Paulo Oliveira, Coates e Ruben Semedo formam um núcleo de três centrais de enorme qualidade
    Fonte: Sporting CP

    No meio campo, este sistema até seria benéfico, na minha opinião, para João Palhinha. O jovem que regressou agora do Belenenses vai ser o sucessor de William na posição, apesar de ter características bastante diferentes do campeão europeu. Parece-me que William não estará muito mais tempo no clube. Se William ficar, será fantástico. Contudo, penso que temos o futuro assegurado com Palhinha. Com este sistema, o jogador que ocupar a posição mais recuada do meio campo terá de estar atento para apoiar os três centrais, devido à esperada propensão ofensiva dos laterais. O parceiro do meio campo deverá ser, na maioria das vezes, o capitão Adrien Silva. O estilo de jogo deveria ser mais ou menos o mesmo que pratica atualmente, com muita entrega e disponibilidade para a luta e pressão sobre o portador da bola, mas eu acho que estaria mais protegido com este sistema alternativo, pela maior proximidade de colegas de equipa perto do espaço que ocupa. Isto porque os dois interiores ou falsos extremos, como queiram chamar, estariam mais presentes no momento de pressionar o adversário. Apesar de ter características diferentes de Adrien, penso que o regressado Francisco Geraldes também teria boas hipóteses de brilhar ao entrar na equipa.

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    Diogo Janeiro Oliveira
    Diogo Janeiro Oliveira
    Apaixonado por futebol, antes dos livros da escola primária já lia jornais desportivos. Seja nas tardes intermináveis a jogar, nas horas passadas no FIFA ou a ver jogos, o futebol está sempre presente. Snooker, futsal e andebol são outras paixões. Em Portugal torce pelo Sporting; lá fora é o Barcelona que lhe enche as medidas. Também sonha ver o Farense de volta à primeira…                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.