Joga-se, esta segunda-feira, o Sporting CP x FC Porto. Há poucas semanas parecia impossível que este jogo representasse um duelo entre duas equipas igualadas na liderança do campeonato. O FC Porto havia claudicado e atrasara-se na corrida ao título, abrindo alguma margem pontual para os seus principais rivais. No entanto, os recentes percalços de SL Benfica e Sporting CP permitiram que os comandados de Sérgio Conceição encostassem na dianteira da classificação e que entrem em campo com a possibilidade de, pela primeira vez esta época, se isolarem no comando. O Sporting CP, por seu turno, entra em campo com o objetivo de recuperar a liderança a solo que havia conquistado antes da derrota em Guimarães.
É certo que o jogo se disputa já depois de conhecido o resultado do embate entre SC Braga e SL Benfica pelo que as equipas podem, até, entrar em campo destronadas, mas é indubitável que o jogo será preponderante para a definição do campeão de inverno e, não sendo decisivo, poderá representar uma estocada psicológica importante.
Olhando para os plantéis dos dois emblemas são vários os jogadores que poderão fazer a diferença neste clássico. Hoje, lançamos seis nomes (três de cada clube) que se perfilam como os principais elementos de desequilíbrio de cada uma das equipas.
6.
Marcus Edwards – O extremo inglês é, de longe, o jogador mais imprevisível do conjunto leonino. Joga, normalmente, no trio da frente encostado à direita e privilegia momentos interiores que conduzam a bola para o seu pé preferencial, o esquerdo. No conjunto dos dois planteis será, porventura, o jogador com mais habilidade no que à finta diz respeito. Portanto, é candidato óbvio a resolver o jogo e desequilibrará, seguramente, no um para um.
5.
Pedro Gonçalves – Até nem vive o momento mais feliz de leão ao peito. Ainda assim, apesar de perdulário nos últimos jogos, e ainda que não seja um ponta-de-lança ou sequer um avançado, é o melhor finalizador do campeonato. Nesse capítulo, para além tantas outras valências, não existe ninguém, em Portugal, como Pedro Gonçalves. Capaz de jogar no meio-campo ou em zonas mais adiantadas, marca golos de todas as formas e feitios. É mestre na arte de definir (seja no passe ou no remate) e é mais um candidato a MVP do clássico.
4.
Viktor Gyokeres – Sem surpresa, o terceiro sportinguista eleito como potencial figura principal do clássico é Viktor Gyokeres. Depois de mencionar os seus parceiros de ataque, falta falar do avançado sueco. Chegou a Portugal como desconhecido, mas por uma quantia que o obrigava a mostrar credenciais. Não tem desiludido. Muito forte fisicamente, sagaz no ataque ao espaço e de remate forte e fácil, se a defesa do FC Porto lhe der espaço irá passar um mau bocado.
3.
Diogo Costa – Do lado do FC Porto começo pelo dono da baliza portista e da seleção nacional. Não é usual apontar um guarda-redes como possível elemento-chave de um jogo, mas Diogo Costa não é um guarda-redes qualquer. Já está no patamar dos melhores da europa e numa época em que o FC Porto se tem mostrado titubeante, tem sido muitas vezes ele a manter a equipa à tona. Num jogo na casa de um rival direto, pode ser decisivo não só entre os postes, mas a lançar, com o pé e com a mão, ataques rápidos que oderão apanhar a defesa contrária desprevenida.
2.
Pepê – Está a protagonizar a pior época desde que assinou pelo FC Porto. A quebra de forma poderá estar ligada à instabilidade na posição que ocupa em campo. Sérgio Conceição confia no brasileiro para render em várias posições, da defesa ao ataque, e isso pode estar a penalizar a progressão de Pepê. No entanto, é o jogador do plantel mais capaz na progressão com bola e é a sua tal polivalência que permite, não raras vezes, fazer variar o esquema, a estratégia e a forma de jogar da equipa e, dessa forma, surpreender os rivais. Decidiu o clássico da época passada.
1.
Mehdi Taremi – Estava na dúvida entre Evanilson ou Tremi na seleção do último jogador do FC Porto candidato a decidir o clássico, mas optei pelo iraniano porque grande parte daquilo que o brasileiro tem feito e acrescenta a equipa, está intimamente ligado aos comportamentos e inteligência do iraniano em campo. Taremi, como se sabe, não é exímio na finalização, todavia, domina todos os momentos do jogo menos esse. É o jogador mais inteligente e que melhor define em Portugal no último terço e poderá sair da cabeça e dos pés de Taremi a jogada decisiva do jogo.