Sporting 3-2 Marítimo: Reviravolta no resultado, não nos objectivos

    A12

    Inúmeros erros, cinco golos, duas reviravoltas e uma vitória. O Sporting venceu o Marítimo, em Alvalade, por 3-2, mantendo, assim, o segundo lugar e encurtando a distância pontual para o primeiro classificado, F. C. Porto.

    As expectativas à volta deste jogo eram grandes e aumentavam à medida que o relógio avançava. Desde a jornada passada, onde o Sporting sofreu a sua primeira derrota esta época, que no seio da família sportinguista havia o receio de que este “novo Sporting” tivesse desaparecido algures para o Norte. Como se os bons resultados e exibições atingidas pela nossa equipa até à deslocação ao Dragão não fossem mais que “fogo de vista”, um mero sonho ou ilusão. Esperava-se, por isso, um Sporting que entrasse em campo e rapidamente gritasse “NADA MUDOU, NÓS ESTAMOS AQUI E VAMOS VENCER!”.

    Como se este factor não fosse suficiente para tornar este jogo vital para as aspirações dos “leões”, minutos antes do seu início, o F. C. Porto empata. Ora, é certo e sabido que, sempre que o Sporting pode aproveitar o deslize de um adversário directo, não o faz. E temia-se que isso voltasse a suceder hoje.

    Os primeiros minutos deste teste à força e ao querer do plantel leonino não foram positivos. A equipa entrou pouco segura de si mesma, revelando algum nervosismo. A bola passou muito tempo pelo ar, os passes falhados foram excessivos e as jogadas de ataque mal terminadas. Adrien e Vítor – que viu as suas boas exibições recompensadas com a titularidade neste jogo – pareciam não se quererem dar ao jogo, escondendo-se inúmeras vezes atrás de adversários, o que limitava bastante as linhas de passe viáveis à restante equipa. Carrillo esteve, novamente, em “dia não”, fazendo temer que, dentro de pouco tempo, esteja em “dia nunca”. Meia dúzia de passes certos, numa primeira parte a passo, descrevem o seu rendimento neste jogo. Dier, uma das “surpresas” no onze inicial, esteve abaixo das expectativas, revelando sinais de lentidão e pouca qualidade com a bola nos pés (algo que surpreendeu pela negativa, já que a boa qualidade que apresentava com a bola nos pés foi uma das características que mais destacou Dier na época passada).

    Por outro lado, Capel – outra novidade no onze inicial – e William Carvalho estiveram iguais a si mesmos. O primeiro, com toda a sua raça e genialidade, marcou um belíssimo golo, colocando o Sporting, pela primeira vez, em vantagem. Quanto ao segundo, faltam-me, cada vez mais, palavras para o descrever. Seguro, bem posicionado e inteligente. Hoje escolho estes três adjectivos para descrever William Carvalho, numa próxima boa exibição pensarei em mais alguns.

    A verdade é que o Sporting chega ao intervalo a perder por 1-2. Um golo de livre, em que a barreira do Sporting é, inexplicavelmente, composta por quatro jogadores de reduzida estatura, e outro de grande penalidade, aparentemente, muito bem simulada por Sami, davam a vantagem aos insulares.

    Na segunda parte entrou em campo o 12º jogador. A estratégia implementada pela direcção de Bruno de Carvalho sentiu-se nas bancadas e ecoou directamente no relvado de Alvalade. A equipa entrou melhor e procurou os dois golos de que necessitava para realizar a segunda reviravolta do encontro. Empurrados pelo público, os jogadores leoninos alcançaram o empate. Slimani precisou de cinco minutos em campo para marcar o seu primeiro golo no campeonato.

    Menos de dez minutos depois, Adrien, de grande penalidade, faz o 3-2 e traz justiça ao marcador. Em Alvalade respirou-se de alívio. O Sporting estava na frente, a jogar contra dez (João Diogo foi expulso na sequência da falta que originou a grande penalidade) e dificilmente deixaria escapar a vitória. E assim foi. O jogo acabou e o Sporting venceu. A equipa mostrou força, um enorme crer e igual querer. Passou, portanto, o teste. Apesar de a exibição não ter sido espectacular, ficou provado que o Sporting quer mais. Muito mais. Sem nunca baixar os braços, lutou contra as adversidades que o jogo ia trazendo e afastou os fantasmas do Dragão.

    O apoio dos adeptos foi vital / Fonte: abancadanascente.blogspot.pt
    O apoio dos adeptos foi vital / Fonte: abancadanascente.blogspot.pt

    Este Sporting, que nem é candidato nem deixa de o ser, permanece em segundo lugar e finalmente aproveitou o deslize de um adversário directo. Encurtou a distância para o primeiro lugar, estando apenas a três pontos do comando da Liga. Os sportinguistas têm o direito de sonhar com o título esta época? Sim. Mas terão o direito de ficar desiludidos caso a equipa se fique pelo segundo ou terceiro lugar? Não. As expectativas à volta da equipa mudaram, os objectivos não. Esta época, as vitórias devem trazer confiança e segurança, nunca obrigações. E hoje, o Sporting alcançou mais uma vitória.

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