Boavista 1-3 Sporting: La Culebra foi xeque-mate

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    A noite prometia frio, gelo e algum sofrimento inerente ao facto de o jogo se realizar no sempre complicado Estádio do Bessa. Ainda assim, o Sporting apresentou-se no relvado sintético do Boavista claramente à procura de uma vitória, e apenas com novidades nas laterais, onde Miguel Lopes e Jonathan ocuparam os lugares de Cédric e Jefferson, respectivamente.

    Numa primeira parte em que os minutos iniciais foram bem disputados, o Sporting demorou algum tempo até criar oportunidades de golo. Foi visível a dificuldade de adaptação dos leões ao relvado sintético, com diversas fracas recepções de bola, maus passes e demora nos processos básicos de jogo. Petit tinha colocado bem o seu xadrez em campo, apostando num jogo directo e bastante físico, onde a sua referência atacante era a “torre” Uchebo. A contribuir para uma dificuldade adicional esteve a lesão de Nani que, à meia hora de jogo, acabou por ser um dos momentos chave do mesmo. Para o seu lugar entrou Carrillo, que viria a ser a peça de maior valia neste jogo de duas partes distintas.

    A partida foi para o intervalo com o Sporting por cima, mas sem um volume atacante verdadeiramente avassalador, sendo que a maior oportunidade de golo pertenceu a Islam Slimani, com um cabeceamento ao poste esquerdo da baliza de Mamadou Ba.

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    João Mário resolve a partida marcando o terceiro golo leonino
    Fonte: FPF

    Na segunda parte, e quando o jogo estava numa fase sofrível, apareceu La Culebra. O peruano explosivo André Carrillo resolveu a partida em apenas dois minutos: primeiro numa corrida galopante, após um excelente passe de William (mais um jogo onde andou entre o muito bom e o muito mau); e a seguir numa jogada individual do lado direito, culminando com a assistência para o golo de Carlos Mané. Com estes dois golos, os leões acabaram por conseguir dominar o jogo, perdendo o medo e esquecendo o frio e o relvado “anormal”, aproveitando a velocidade para colocar em xeque a defesa axadrezada. Montero e João Mário tiveram boas oportunidades para marcar e foi mesmo o jovem internacional português que assinou o terceiro golo, após novo passe de Carrillo.

    Com a vitória garantida, Marco Silva acabou por fazer descansar alguns dos jogadores mais importantes, o que levou a equipa a baixar a intensidade do seu jogo, voltando a aparecer alguns dos problemas da primeira parte, como por exemplo passes errados e falhas de concentração e de posicionamento. Foi numa destas falhas que apareceu o golo do Boavista, com um já habitual auto-golo leonino, aumentando para cinco os golos apontados na própria baliza nesta temporada – na sequência de um cruzamento da esquerda, Jonathan Silva teve uma abordagem errada e acabou por cabecear para a baliza de Patrício. Um golo que não motivou os axadrezados, não conseguindo o Boavista, até ao apito final, criar mais alguma situação de perigo.

    No fundo, uma vitória justa, com uma segunda metade bastante agradável por parte do Sporting frente a um Boavista moldado à imagem do seu treinador, Petit. Os leões acabam também por mostrar que não são dependentes de Nani, não obstante a sua mais-valia que representa para a equipa. Esperemos que na próxima quarta-feira, em Londres, o número 77 esteja fresco e recuperado da lesão.

     

    A Figura

    André Carrillo – O extremo explosivo está na sua melhor época de sempre, possivelmente naquela que será a sua época de confirmação como verdadeira estrela da Liga Portuguesa. Velocidade, drible e cada vez mais capacidade de decisão tornam La Culebra num quebra-cabeças para os defesas, e para Marco Silva também.

    O Fora-de-Jogo

    Lesão de Nani – Apesar de os leões terem conseguido vencer a partida de hoje, a lesão de Nani poderá ser um forte abalo nas aspirações do Sporting em Stamford Bridge. Esperemos que tenha sido só um susto e que, na próxima quarta-feira, o extremo faça parte das opções do treinador leonino.

    Foto de capa: Página de Facebook do Sporting

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    Vítor Miguel Gonçalves
    Vítor Miguel Gonçalveshttp://www.bolanarede.pt
    Para Vítor, os domingos da sua infância eram passados no velhinho Alvalade, com jogos das camadas jovens de manhã, modalidades na nave e futebol sénior ao final da tarde.