CD Tondela 0-1 Sporting CP: Vitória com “estrelinha”

    A CRÓNICA: BOA RÉPLICA DO CD TONDELA NÃO CHEGOU PARA TRAVAR O LÍDER

    O CD Tondela recebeu, no Estádio João Cardoso, o Sporting CP, líder confortável da Primeira Liga. Numa partida em que os beirões se bateram de excelente forma, o primeiro classificado venceu e segue firme a caminho do título.

    O jogo começou com as duas equipas muito “encaixadas”: apesar do ascendente de posse de bola estar do lado dos “Leões”, a formação com cinco defesas apresentada pelos tondelenses não deu espaço para que o líder pudesse aplicar o seu futebol “rendilhado” mais próximo da área adversária.

    Pouco depois dos 25 minutos, surgiram as primeiras ações ofensivas junto das balizas: o Sporting testou a atenção da defesa da casa com uma jogada que culminou num remate forte de Tiago Tomás, mas Ricardo Alves deu “o corpo às balas” e impediu o tiro que parecia certeiro. Já o Tondela provocou calafrios, através da exploração do jogo aéreo de Mario González, mas Antonio Adán conseguiu antecipar-se e tirou a bola da cabeça do avançado espanhol.

    As balizas só voltaram a jogo já perto do minuto 45, com Tiago Tomás a corresponder de forma quase perfeita a um cruzamento “teleguiado” de Pedro Porro. O cabeceamento saiu a rasar a barra e, assim, o nulo manteve-se no marcador até ao intervalo.

    A segunda parte começou com uma oportunidade soberana para o Tondela, mas Mario González não conseguiu emendar da melhor maneira o cruzamento de Jhon Murillo. Falhanço inacreditável do avançado espanhol perante uma baliza deserta.

    O jogo tático da primeira parte transitou para a segunda e as equipas continuavam a respeitar-se em demasia. Contudo, mérito para o excelente trabalho defensivo dos tondelenses, que foram anulando as tentativas de ataque apoiado que o Sporting pretendia criar.

    Depois de muito tempo sem oportunidades dignas de registo (e quando até foi o Tondela a dispor de mais chances de finalização), a equipa leonina chegou à vantagem já dentro dos últimos dez minutos. O cruzamento de Nuno Mendes teve como destinatário inicial Pedro Gonçalves, mas um ressalto na área da equipa beirã isolou Tiago Tomás, que não facilitou perante Pedro Trigueira. Uma vez mais esta época, os “Leões” colocaram-se na frente já na reta final da partida.

    Até ao final, o Tondela tentou voltar a empatar a partida, mas foi um esforço inglório. O Sporting venceu pela décima vez em 11 jogos e soma já 61 pontos, mais do que em todo o campeonato da época passada.

     

    A FIGURA

    Tiago Tomás – O jovem avançado dos “Leões” apontou o golo que deu a vitória ao Sporting. Para além disso, foi o elemento mais batalhador do tridente ofensivo, mostrando-se ao jogo e procurando a rotura junto dos defesas adversários.

     

    O FORA DE JOGO

    Pedro Gonçalves – O melhor marcador do campeonato não apareceu durante os 84 minutos em que esteve em campo. Sempre com vigilância apertada, as suas ações ofensivas foram reduzidas ao anonimato. Um dia difícil para um dos mais influentes elementos do Sporting.

     

    ANÁLISE TÁTICA – CD TONDELA

    Alinhados em 5-3-2 durante a maioria do tempo, em processo defensivo, os pupilos de Pako Ayestarán desdobravam-se num 4-3-3 durante os momentos de ataque. Com Khacef como a surpresa no onze inicial e a atuar em duas posições diferentes (ora lateral esquerdo, no primeiro esquema tático, ora extremo pelo mesmo lado, no segundo), tiveram em Mario González o elemento mais interventivo no jogo ofensivo. Nota ainda para as boas prestações dos três homens do centro da defesa (com a linha de cinco), anulando o poderoso ataque leonino até bem perto do fim.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Pedro Trigueira (6)

    Tiago Almeida (5)

    Yohan Tavares (6)

    Ricardo Alves (6)

    Filipe Ferreira (6)

    Naoufel Khacef (6)

    João Jaquité (5)

    João Pedro (6)

    Roberto Olabe (5)

    Jhon Murillo (6)

    Mario González (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Salvador Agra (5)

    Enzo Martínez (6)

    Jaume Grau (5)

    Rafael Barbosa (5)

    Pedro Augusto (5)

     

    ANÁLISE TÁTICA – SPORTING CP

    O habitual 3-4-3 de Rúben Amorim voltou a ser aposta para a deslocação à Beira Alta. Com os três centrais sempre bem alinhados, faltou espaço à equipa leonina para poder aplicar o seu futebol de passe curto em zonas interiores mais ofensivas. Com Pedro Gonçalves sempre em zonas distantes da área, Tiago Tomás e Nuno Santos ficaram à mercê da linha de cinco defesas dos tondelenses.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Antonio Adán (6)

    Gonçalo Inácio (6)

    Sebastián Coates (6)

    Zouhair Feddal (6)

    Pedro Porro (5)

    João Palhinha (6)

    João Mário (6)

    Nuno Mendes (6)

    Pedro Gonçalves (5)

    Nuno Santos (5)

    Tiago Tomás (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Daniel Bragança (6)

    Bruno Tabata (6)

    Jovane Cabral (5)

    Matheus Reis (5)

    Matheus Nunes (5)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    CD Tondela

    BnR: No momento defensivo, o Tondela apresentava uma linha de cinco defesas. Pensa que foi esta a chave para travar as ações dos homens do ataque adversário durante tanto tempo?

    Pako Ayestarán: Creio que, a partir dos 15 minutos da segunda parte, tivemos o controlo do jogo e fomos capazes de explorar as costas da defesa adversária, sobretudo pela ala direita, com o Murillo. Tendo em conta o número de ocasiões, creio que o empate era o mais justo.

     

    Sporting CP

    BnR: Sobretudo durante a primeira parte, o Sporting não conseguiu explorar o jogo interior, como é hábito. O que tentou corrigir para mudar isto?

    Rúben Amorim: Na primeira parte, é mais fácil para as outras equipas taparem o meio. Na segunda, por exemplo, o Nuno Mendes já conseguia ganhar as costas ao lateral do Tondela. Tentámos, para a segunda parte, que cada um tivesse o seu espaço e não caísse na zona do outro. Há coisas que ainda vamos melhorar.

    Artigo revisto 

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    Alexandre Candeias
    Alexandre Candeiashttp://www.bolanarede.pt
    Apaixonado por futebol desde sempre, tem o hábito de escrever sobre o desporto rei desde os tempos da escola primária, onde o tema das composições de Português nunca fugia da bola.