Novamente em Alvalade, e sob a batuta dos melhores adeptos do mundo, o Sporting recebia o FC Porto para o primeiro clássico da época. Frente a frente as duas equipas supremas até ao momento. O Sporting não contava com os lesionados Coentrão e Doumbia, enquanto os dragões optavam por Layún no lugar de Ricardo Pereira. Uma vitória leonina colocaria os leões na primeira posição, enquanto Sérgio Conceição, com alguma ironia, fomentava a ideia de que o Porto iria conquistar os três pontos. Dados lançados e a verdade é que a equipa azul e branca foi bem melhor na primeira parte. Afinal, do outro lado estava Jonathan Silva e o Porto sabia que poderia aproveitar.
Os nortenhos entraram a todo o gás, mas sem êxito. Afinal, estava em campo São Patrício, que foi evitando qualquer tentativa que o ataque azul construía. A equipa leonina pedia o intervalo enquanto os adeptos aspiravam por um golo que pudesse galvanizar os leões para a liderança da liga portuguesa. Se a primeira parte foi do Porto, a segunda trouxe um duelo bem mais equilibrado. Jorge Jesus fez descer Batta e subir novamente William; trocou Acuña por Gelson e o Sporting foi bastante agressivo e bem mais perigoso. E, tal como aconteceu frente ao Barcelona, Bruno Fernandes teve melhor chance de golo do Sporting. Por ironia, exactamente na mesma baliza e precisamente no mesmo local que tinha falhado. O português atirou por cima, não desfazendo o empate que se manteve até final. A tabela classificativa não sofreria nenhuma alteração, fruto também, do empate da equipa encarnada que não aproveitou para encurtar distâncias.

Fonte: Sporting CP
A malapata persiste. O Sporting faz grandes jogos na Champions sem vencer e continua sem ter êxito nos momentos chave do campeonato. Ontem só a vitória interessava e o empate reforçou apenas as pretensões portistas. Ainda assim, Sérgio Conceição, com cliché ao modo de José Mourinho, afirmou que a sua equipa iria vencer o campeonato. Se quando JJ disse que iria vencer o Porto o treinador azul ironizou, talvez, neste momento, não seja preciso gastar dinheiro com idas ao Dragão. Segundo o seu treinador, à oitava jornada, os dragões já sabem que vão ser campeões. Para quem anda há muito tempo nisto, reconhece que é muito precoce esta afirmação e que até a equipa encarnada continua na luta pelo pentacampeonato. Não fazendo juízos de valor, o Porto terá de confirmar em campo essa profecia enquanto o Sporting tem obrigatoriamente de contrariar esta convicção.
Para finalizar, não aceito esta história de desgaste como desculpa. O Sporting fez dois jogos em casa com quatro dias de descanso em ambos. O FC Porto fez deslocações ao Mónaco e a Lisboa e mostrou bem mais qualidade física que a equipa verde e branca. Em competições como o mundial ou o europeu, os jogadores dispõem de menos tempo de recuperação e não é por aí que os seus treinadores se desculpam com as condições físicas.
Quando a energia se tem “esgotado”, os adeptos têm puxado pelos jogadores de forma sensacional. Como o ar que não acaba, o amor pela equipa também não termina. O que se pode pedir é que a luta seja até à exaustão. Porque de nada vale ter êxito nas bancadas se não formos premiados por títulos.
Foto de Capa: Sporting Clube de Portugal
Artigo revisto por: Beatriz Silva