Não existe nenhum prazo ideal para a existência de eleições num clube de futebol como o Sporting Clube de Portugal. Ainda para mais num clube que tem demasiadas pessoas que se dizem adeptas do clube, mas que desejam as suas derrotas apenas para atingir o atual presidente.
Infelizmente, não sou do tempo do grande presidente João Rocha. Infelizmente, sou do tempo que viu Godinho Lopes e Paulo Pereira Cristóvão a liderar o clube. E é por ter ouvido dezenas de discursos e intervenções de Godinho Lopes que me dá impressão ouvir Pedro Madeira Rodrigues ou o seu súbdito Carlos Severino. Dá-me impressão ouvi-los porque parece que estou a ouvir uma de duas coisas: ou o fantasma de Godinho Lopes ou o fantasma de um qualquer membro do Benfica. Ainda esta quinta feira ouvi, em dois meios de comunicação social diferentes, o candidato Madeira Rodrigues dizer que já jogou futebol e que, por isso, percebe mais da modalidade que Bruno de Carvalho, porque este nunca jogou. É bem conhecido dos portugueses o indivíduo que costuma utilizar este argumento.
Madeira Rodrigues diz que tem sentido muito apoio dos sócios e adeptos leoninos à sua candidatura. Como é óbvio, não sei se isto é ou não verdade. Contudo, muitos dos seus argumentos são iguais aos do Benfica. O candidato à presidência leonina usa e abusa de chavões utilizados pela estrutura benfiquista nos últimos tempos. Hoje em dia, toda a gente critica o plantel do Sporting. Contudo, esses são os mesmos que, em setembro, indicavam que os leões tinham o melhor plantel do futebol português. Poucos adivinhariam que Markovic está transformado num inútil, que Elias está ainda pior do que na sua primeira passagem pelo clube ou que Jorge Jesus tomaria tantas decisões erradas ao longo da temporada. A maior parte da culpa disto é de Bruno de Carvalho, que entrou no clube em 2013 depois de lhe terem roubado a presidência em 2011? Onde é que esteve Pedro Madeira Rodrigues nos últimos anos?
Na primeira época, Bruno de Carvalho contratou aquele que é, na minha opinião, o melhor treinador português da atualidade (Leonardo Jardim), na segunda temporada contratou outro treinador com muita qualidade (Marco Silva) e depois fez uma grande aposta, contratando Jorge Jesus, que tinha acabado de conquistar o bicampeonato pelo Benfica. Na primeira temporada de Jesus, o clube esteve muito perto do título, tendo-o perdido devido a pormenores ao longo da temporada e a outros fatores menos claros, típicos do futebol português. Nesta época é que tudo está a descambar, devido ao rotundo falhanço que tem sido a temporada da equipa principal de futebol. O clube parece estar estabilizado e as modalidades estão também saudáveis, apresentando o Sporting uma estabilidade desejada há muito tempo. Portanto, o balanço que eu faço do mandato do presidente é positivo. Por isso, quero que volte a vencer as eleições no dia quatro de março.