Como se escreve Paulinho em sueco? | Sporting CP 3-2 FC Vizela

    O Sporting CP derrotou o FC Vizela por 3-2 na primeira jornada da Liga Portugal. Viktor Gyokeres e Paulinho marcaram os golos dos leões.

    Paulinho saltou do banco, mostrou os dentes e, ao cair do pano, deu a vitória ao Sporting CP na receção ao Vizela FC. 3-2 foi o resultado final de um jogo que os leões tiveram no bolso durante 75 minutos, mas que só foi ganho no suspiro final.

    Paulinho, por tantas e tantas vezes criticado pela ausência de golos, marcou o golo da vitória do Sporting aos 90+9 e deu os primeiros três pontos aos leões. Roubou algum do protagonismo – merecido – a Viktor Gyokeres que, na estreia oficial, mostrou todos os predicados que fizeram o Sporting investir mais de 20 milhões de euros na sua contratação.

    O Sporting entrou muito forte na partida e, com o desenho da pressão bem montado aliado à agressividade sem bola, recuperou várias bolas em zonas adiantadas do campo e criou desconforto claro ao Vizela. Com bola, os leões tiveram também capacidade para atrair a pressão do Vizela, obrigar os médios da equipa visitante a subir no terreno e, posteriormente, procurar ativar os extremos entrelinhas ou Gyokeres num jogo mais direto, criando situações de igualdade ou vantagem numérica (5X4 na última linha).

    E, num Sporting que quis dominar, Gyokeres foi destaque. O sueco foi protagonista de uma longa novela de verão e, depois de tantos episódios, o final foi feliz. O avançado sueco obrigou Rúben Amorim a fazer alterações no seu modelo de jogo e às funções reservadas ao ponta de lança, mas vai proporcionar ao Sporting um salto competitivo.

    Em dois minutos, Gyokeres marcou dois golos e assinou a sua carta de apresentação. O novo avançado dos leões é um goleador nato com instinto de matador. Não pede licença para visar a baliza, tem intencionalidade em todos os movimentos e no golo o melhor amigo dentro de campo.

    Mas é impossível reduzir o impacto imediato de Gyokeres no Sporting aos golos que marca. E essa é, porventura, a maior qualidade do reforço verde e branco. Durante largos anos o Sporting conviveu com pontas de lança ou muito fortes na arte do golo, ou muito capazes de se envolverem na manobra coletiva do jogo leonino. Gyokeres conjuga muito bem as duas dimensões.

    Não sendo um ponta de lança associativo por natureza (apesar de ser muito forte em apoio), acrescenta argumentos e imprevisibilidade ao jogo do Sporting. O sueco é um fenómeno em campo aberto pela capacidade que tem em receber a bola de costas para a baliza, em segurar a bola perante a marcação dos defesas, em rodar o corpo e em acelerar o jogo. Desde logo permite à equipa procurar uma referência mais direta, permitindo ao Sporting intercalar a forma de jogar e dificultar a manobra defensiva adversária.

    A potência física – velocidade e força – aliada à capacidade de usar o corpo para ganhar vantagens dá a quem defende Gyokeres uma sensação de impotência. Que o diga Anderson, jogador com quem o avançado do Sporting travou uma batalha particular e que superou nos dois golos que marcou.

    E o jogo foi construído durante a sua maioria para isolar Gyokeres no protagonismo. O Sporting baixou o ritmo e deixou o Vizela ter bola durante mais tempo. Ainda assim, sem grandes prejuízos para a baliza defendida por Adán, um mero espectador durante quase toda a partida.

    Eram mares tranquilos os navegados por Rúben Amorim, mas o leão adormeceu, Sebastián Coates e, principalmente Antonio Adán erraram, e a vitória sem grande margem para dúvidas deu lugar a um empate imprevisível e que poucos podiam adivinhar.

    O Sporting conseguiu regressar à vantagem e acabou por conquistar os três pontos, mas para isso Gyokeres perdeu o lugar de protagonista a solo. Paulinho, tantas e tantas vezes incompreendido, injustiçado e criticado, uniu todos os sportinguistas no estádio num grito cantado a uníssono. Rúben Amorim assumiu a candidatura ao título ainda antes do início do campeonato e Paulinho é a primeira estrelinha da campanha.

    Paulinho e a baliza não é uma relação de Romeu e Julieta, mas o jogador do Sporting adormeceu com as redes de Alvalade como amantes. Sem o peso aos ombros de ser a referência goleadora da equipa, Paulinho deve crescer e pode mesmo vir a ter uma das temporadas mais concretizadoras da carreira.

    Paulinho sempre foi um jogador muito forte a ligar jogo e a enquadrar os médios e os extremos, recuando no terreno e abrindo espaços para os colegas. No campo assumiu sempre um papel secundário, com exceção das vezes em que falhou o mais fácil e decisivo: o golo. Aí Paulinho ficou com o papel de vilão.

    Rúben Amorim reconheceu a necessidade de ter um ponta de lança com características diferentes e a escolha em Gyokeres, pela pequena amostra, foi acertada. O que ficou algo esquecido nas entrelinhas (espaço que Paulinho gosta tanto) foi o benefício que o sueco trouxe consigo para avançado.

    O português já não é a referência ofensiva da equipa, já não é o jogador que tem de fixar a última linha ou de ser procurado em bolas mais longas. E, ser enquadrado num contexto favorável e sem a necessidade de marcar a todas as jornadas, vai oferecer outro conforto a Paulinho.

    Finalmente, Paulinho vai jogar de forma descomplexada, com maior liberdade para se envolver, e com a certeza de que tem um matador ao lado que vai procurar rematar à baliza sempre que tiver espaço para tal. Num futebol que exige muito dos jogadores a nível mental, o português joga agora com menos pressão, menos julgamentos e menos peso nas costas. E quase sempre que assim é as coisas saem melhor.

    Curiosamente o avançado leonino nem teve uma grande entrada no jogo. Ainda assim, no momento da decisão fez o que tantas vezes foi criticado por não o fazer, e num grito de revolta marcou o golo que deu os três pontos ao Sporting. Afinal, Paulinho também sabe mostrar os dentes.

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