
Por ter características que admiro, sempre considerei Schelloto um jogador útil. É rápido e conserva durante muito tempo os índices de aceleração, e embora não possa parecer, para um extremo, ter um companheiro na ala com estas características é um luxo. Explique-se porquê. Primeiro, porque tendo um defesa-lateral que permanece na zona atacante dá liberdade para andar pelo espaço central (tal como falei no caso de Gelson e tal como sucedeu no primeiro golo em Guimarães); depois, porque naquilo a que se chama “combinações secundárias” na táctica a pares, a qualidade atacante do defesa-lateral dificulta a acção defensiva da equipa contrária, perdendo esta eficácia na marcação naquela zona do terreno. Problemas? Alguns. Perde-se a conta às vezes que Schelloto não é capaz de cumprir simples processos defensivos, tão elementares, como o alinhamento da defesa ou a marcação antecipada no espaço. Só nos últimos jogos foram três os golos que o Sporting sofreu e em que Schelloto esteve directamente envolvido.