Concentração, foco e intensidade
Parece cliché dizer que o jogo só acaba quando o árbitro apita, mas não há nada mais empírico do que isso. A concentração, o foco e a intensidade – na forma em como a equipa se mantém ligada ao jogo – são fatores determinantes e importantes para o sucesso desta equipa leonina. São muitos os que preferem designar este fator como sendo pura sorte ou a estrelinha de campeão – que faz parte, é certo – mas não é de todo o fator com maior preponderância. O Sporting CP tanto é a equipa que mais golos marca no campeonato nos primeiros quinze minutos das partidas como é também a equipa que mais golos marca nos últimos quinze minutos de jogo. E isso é fruto da exigência e da força mental que a equipa tem neste momento.
Momentos antes do golo que garantiu a vitória leonina foi possível observar um lance praticamente idêntico. O SL Benfica nos dois momentos consegue garantir superioridade numérica, mas que nestes dois casos em nada demonstrou ser uma vantagem. Neste lance, Bruno Tabata tem tempo e espaço para decidir, porque Nuno Tavares não força a pressão e coloca mal os apoios – de forma paralela – e estando parado é necessária uma ação reativa e não proativa num espaço tão reduzido. O Sporting CP ganha a segunda bola e através da vantagem temporal, espacial e posicional (relação espaço-tempo-jogador) consegue através de João Palhinha realizar um remate potencialmente perigoso.
No momento do golo – e como referi anteriormente – o Sporting CP parte novamente numa situação de inferioridade numérica, mas beneficia de pequenas vantagens em cada momento. Primeiro por Jovane que mesmo num curto espaço de tempo quando ganha a bola encontra-se numa situação de 1×0 com uma vantagem no espaço e no tempo. Jovane procura os duelos procurando gerar uma superioridade qualitativa onde consegue atrair a atenção e marcação de dois adversários. A pressão é passiva e algo descoordenada, permitindo a Jovane fazer o drible e cruzar.
A bola ainda acaba por sobrar para o homem do Sporting CP que estava solto ao segundo poste. Mais uma vez e apesar da vantagem numérica, Nuno Tavares revela as mesmas debilidades que no lance anterior, não fazendo a contenção de forma correta e a abordar o lance de forma passiva permitindo a Porro a superioridade qualitativa para fazer o cruzamento. Matheus Nunes beneficiou da entrada de Palhinha e sentindo-se mais solto começou a chegar mais vezes à área adversária como gosta de fazer. O brasileiro estava bem posicionado conferindo uma vantagem posicional/espacial que juntamente com a vantagem temporal lhe permitiram reagir da melhor maneira e de forma confortável para garantir a vitória dos Leões.