Dinâmicas ofensivas
Muito se diz que o Sporting CP é previsível no futebol que pratica, mas a verdade é que existe muita dificuldade em controlar esses momentos da formação leonina. Existem dinâmicas individuais que dependem sempre do jogador que alinhar na frente de ataque, mas mais do que isso é a forma como as dinâmicas coletivas estão estruturadas e também acabam por se conectar e beneficiar essas mesmas dinâmicas individuais, fazendo os jogadores sentirem-se mais confortáveis. Existe cada vez mais uma maior variabilidade no jogo leonino e os movimentos que faz são muito difíceis de travar.
Rúben Amorim alterou a estrutura ofensiva do Leão e passou a atuar em 2×1 com Nuno Santos e TT na frente de ataque jogando Pote atrás, com muita mobilidade e garantindo superioridade numérica na linha média quando baixava entre linhas – das poucas formas de tentar contrariar as constantes referências homem a homem.
O Sporting CP procura a vantagem pela ocupação dos espaços e a vantagem pela criação de espaços. Pote faz o movimento de apoio para criar superioridade numérica na linha média (ocupa o espaço) e dispõe de muito espaço para jogar entre linhas.
O SL Benfica decide procurar essa referência individual para encurtar o espaço entre a sua linha defensiva e a linha média, caindo na armadilha do Sporting CP. É Vertonghen quem sai na pressão a Pote que acaba por retirar assim mais um elemento da linha defensiva gerando ainda mais espaço nas costas para TT e Nuno Santos conseguirem explorar a profundidade (criação de espaços). Estes movimentos de Pote também iam permitindo ligar com os médios de frente para o jogo e virar rapidamente o centro de jogo.
Os alas são determinantes nesta versão do Leão. Com Nuno Mendes e Pedro Porro a equipa conta com jogadores velozes, importantes a defender e com capacidade para pressionar, de reagir à perda, mas também – e sobretudo – com grande capacidade para chegar de forma tardia à área adversária e influenciar o momento ofensivo.São as principais formas de garantir amplitude e profundidade neste sistema de Rúben Amorim, mas neste jogo e numa primeira fase de construção, foi possível verificar um posicionamento mais baixo tanto no lado esquerdo como no lado direito.
Mais uma vez a ideia passa por atrair o SL Benfica que procura as referências individuais. Isto torna o campo maior e o Sporting CP procura com os movimentos já identificados anteriormente, explorar a profundidade contra uma defesa com bloco alto e com dificuldade em controlar essa mesma profundidade.