Diaby ou Raphinha?

    É um dos temas muito abordados pela massa associativa leonina. Com a recuperação de Raphinha, têm surgido dúvidas sobre qual dos dois deve ser utilizado, uma vez que Nani parece ser dono e senhor de um dos lugares nas faixas, ainda para mais com a braçadeira de capitão.

    Diaby e Raphinha são ambos jogadores que chegaram ao Sporting CP no mercado de verão, o primeiro contratado por Sousa Cintra, o segundo ainda por Bruno de Carvalho. Foram investimentos algo avultados para os cofres leoninos, o que demonstra a expectativa que se deposita nos dois avançados. Deste modo, feita a introdução, qual o jogador que para mim deveria alinhar no onze inicial do Sporting CP? A resposta vem já a seguir.

    Diaby chegou este ano ao Sporting CP pela mão de Sousa Cintra que projetou que o maliano viria a ser uma peça chave na equipa. Pois bem, o avançado tem uma velocidade fora do normal e tem jogado quase todos os jogos com Keizer, excetuando a partida frente ao CD Feirense, em que a equipa de Alvalade venceu por 2-0. Penso que a opção do técnico holandês pelo avançado de 27 anos em muito se deve à profundidade que este pode entregar à equipa. Contudo, Diaby parece ter algumas dificuldades em jogar em apoio curto, algo necessário na maneira de jogar do Sporting CP. Para além disso, apesar de parecer um avançado tecnicista, a verdade é que por várias vezes demonstra ter algumas limitações tanto na receção como no passe. Há dias, contra o FC Porto, ouvi um comentador dizer que Diaby estava a ser o abre-latas da equipa. Só posso discordar, porque se formos analisar a partida, o maliano pecou várias vezes nas suas decisões ou na forma como as executou. Parecer não chega, é preciso ser.

    Com 27 anos, não se espera que Abdoulay Diaby evolua mais do que aquilo que apresenta atualmente, e em termos de venda também haverá alguma dificuldade em rentabilizar aquilo que foi despendido. Assim, penso que a sua contratação foi errada dada a idade e a pouca produção em campo. Em termos de números, o jogador já atuou em 27 jogos, apontando 6 golos. Tem tido inúmeras oportunidades pelo atual treinador, e penso que, ao ser substituído muitas vezes tardiamente, acaba por se tornar um alvo mais fácil de criticar, pois a sua presença em campo durante tantos minutos origina descontentamento nas bancadas, o que nunca é bom para um atleta.

    Diaby tem sido opção regular de Keizer
    Fonte: Sporting CP

    Já Raphinha vinha sendo aposta sólida de José Peseiro. A lesão fez com que estivesse um tempo fora dos relvados e só agora começa a atingir a forma que anteriormente apresentara. A aposta de Kiezer no jogador para a partida frente ao CD Feirense demonstra que confia nas capacidades do brasileiro. Ainda assim, Diaby tem somado mais minutos. No jogo frente ao FC Porto, os adeptos suspiravam pelo avançado que veio do Vitória SC, mas a substituição ocorreu apenas ao minuto 80.

    O brasileiro é um jogador rápido, ágil, com qualidade técnica e faro pelo golo, mas não tem apresentado a consistência necessária para dizermos que estamos já perante um grande jogador. Penso que pode oferecer outra vertigem ao jogo leonino, outra qualidade com bola, para além de fazer bem as compensações defensivas. Quando joga, vê-se vontade e pormenores interessantes. A sua irreverência pode sempre trazer algo de novo ao jogo, tanto a assistir como a marcar. O golo marcado ao CD Feirense, por exemplo, foi um golo com muita qualidade, em que tira o seu adversário direto da frente e coloca a bola junto ao poste mais distante. Em termos de números, Raphinha soma 16 partidas disputadas e 3 golos, tendo estado lesionado por um período considerável de tempo.

    Para concluir, por que jogador eu optaria? A resposta parece-me óbvia: Raphinha. Para mim, o brasileiro apresenta um potencial elevado para a sua idade (22 anos) ao invés de Diaby, que já tem 27 anos e não demonstra o que é necessário para somar tantos minutos como tem feito. O rendimento do maliano parece sempre estar muito aquém daquilo que se deve exigir a um jogador do Sporting CP e prevejo que o brasileiro venha a ser uma peça fundamental em Alvalade. Sou sincero, custa-me sempre quando vejo a equipa inicial e Diaby é o titular. Considero que é um jogador a quem já se deram tantas oportunidades e em praticamente todas elas não foi capaz de corresponder. Saber que há no banco Raphinha e ainda Jovane mas ver que a opção recai sempre no mesmo, causa-me alguma inquietação. Penso que o tempo de Raphinha irá chegar. No final da época falamos.

    Foto de Capa: Sporting CP

    artigo revisto por: Ana Ferreira

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    Bernardo Leitão Oliveira
    Bernardo Leitão Oliveirahttp://www.bolanarede.pt
    Estuda História mas sempre teve gosto pela escrita, e quando se fala de Sporting, junta o útil ao agradável. Ambiciona ser treinador, mas a vida de estudante ainda não permitiu essa experiência. Sempre que pode assiste a futebol, mas se há jogos que não falha são do Sporting. Não mistura o amor clubístico com a racionalidade, e também coloca o dedo na ferida se necessário.                                                                                                                                                 O Bernardo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.