É hora de acreditar

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    Durante quase 30 anos, apenas festejei contigo duas vezes um título nacional de Futebol; em três décadas de vida, vi outros clubes nacionais atingirem a glória europeia e até mundial, e o teu maior rival ser campeão o dobro das vezes em que tu foste.

    Vi derrotas inexplicáveis, vi épocas vergonhosas e episódios de bastidores saídos de uma peça de Samuel Beckett. Vi momentos em que não foste o Sporting CP que aprendi a amar, vi momentos em que parecias sofrer de esquizofrenia e gostar de infligir dor a ti próprio. Mas nunca, em momento algum, deixaste de ser o “meu” Sporting.

    Não é o primeiro ou o sétimo lugar que me faz acreditar em ti; não são as conquistas que me dão orgulho do teu feitio. Tu, apenas por seres tu, apaixonas-me.

    Luís Mateus tem um espaço em que diz que era capaz de viver na Bombonera, e eu entendo-o como ninguém. Eu também era capaz de viver no José de Alvalade, festejando contigo as vitórias e procurando-te nas derrotas; sempre a teu lado e a dizer que tenho orgulho em ti.

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         Estes são aqueles que sempre te irão dar o valor que tu mereces e que nunca te vão faltar

     Fonte: Sporting Clube de Portugal

    Tenho orgulho do passado de que o meu pai tanto me falou: de Damas a Yazalde, de Agostinho a Livramento, ou até de Fernando Mendes a Manuel Fernandes. Não vivi os teus gloriosos anos, mas quero estar contigo nos teus futuros anos de glória.

    Durante mais de 15 anos privaram-me de ti. Quiseram roubar-te dos muitos que verdadeiramente te amam para benefício de poucos que só te queriam explorar. Durante 15 anos, vi o meu pai afastar-se lentamente de Alvalade e da bancada de pedra gélida para ver jogos no sofá ou deitado no quarto a acompanhar pelo rádio. Durante esse tempo, perdi a minha primeira companhia para “ir à bola”, mas nunca a vontade de te apoiar.

    Hoje, tenho o meu grupo de amigos “da bola”. Fora de Alvalade, podemos ver o mundo em cores opostas, podemos ter discussões sobre tudo e mais alguma coisa… Mas ali, perto de ti, tudo se torna simples. A união que temos só se entende por quem te ama, por quem te vive, por quem sabe o que tu verdadeiramente significas.

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    Vítor Miguel Gonçalves
    Vítor Miguel Gonçalveshttp://www.bolanarede.pt
    Para Vítor, os domingos da sua infância eram passados no velhinho Alvalade, com jogos das camadas jovens de manhã, modalidades na nave e futebol sénior ao final da tarde.