Podia encarreirar por metáforas e alegorias, mas não me apetece. Estou sem paciência para qualquer tipo de peleja e completamente entediado com a instabilidade interna que paira no reduto sportinguista. Eu já não peço, eu suplico, eu imploro estabilidade! Desde que me lembro da minha existência, o meu clube esteve sob a alçada de diversas guerrilhas, desde “croquettes” ao “brunismo”. Não quero, de todo, o exalar de mais hostilidades desta estirpe! “BASTA!”
Acreditem ou não, esta situação afeta o meu metabolismo e a minha predisposição para fazer algo. Torna-me comedido, torna-me conformado com toda e qualquer opinião, torna-me totalmente humano. Não há quimera que trespasse a minha índole durante este pedantismo todo. Resignar-me? Era o que mais faltava. Falemos da Assembleia Geral:
Bruno de Carvalho, antigo presidente do Sporting Clube de Portugal, privou com a expulsão de sócio. No decorrer de todo este aparato (inédito, diga-se de passagem), verificou-se mais do mesmo: para além do inócuo, o nocivo. Oposição interna quando impera a unificação? Urge a contenda (moderada) contra o novo Sistema do futebol português e nós permanecemos com mesquinhez e tacanhice para saber se A ou B cumpre os cânones da perfeição de modo a personificar o amor e o sentimento inenarrável que une gerações?
Já expus publicamente o meu juízo acerca da pessoa visada. Não sou fã de atos que aflorem ao pleonasmo, confesso. Era conveniente evocar aqui declarações que o conspurcaram e colocaram na imundície. E isso já não constituía uma questão de apoio à personalidade porque essa estava enroscada na lama. Paladino do brunismo ou não, admitir que claudicou em diversas situações não é “ausência de sentimento pelo clube”, é bom senso e esse, cabe em todo o lado.
Ah, a primeira miopia que carece de esclarecimento: criticar um não implica defender o outro. No momento da apresentação das candidaturas, na modesta opinião de um sportinguista, nenhum reunia os apetrechos nem a tarimba necessária para singrar como líder autêntico. Não era arauto de Frederico Varandas, nem o sou agora. Cessei fascínio e deferência desde João Rocha em diante, apesar de não ser seu contemporâneo. Desde aí, tudo perdeu sentido. Contudo, a chama continua acesa e o revérbero surge cada vez mais altivo. Talvez por contemplar a debilidade e o esvaecimento emocional. Declaro, uma vez mais, fidelidade eterna! Por mim, o maior de Portugal não cai!
Da supracitada, advém a segunda: “ele sente mais que muitos outros”. Não, não sente. Demonstrava isso pela gana dos seus movimentos e das suas palavras. Parecia só. O sentir, o respirar e o viver Sporting Clube de Portugal não são retratados linearmente. Como eu amo, ninguém ama. Como ele ama, ninguém ama. Acomodemo-nos àquilo que a todos nos enche de orgulho!
Alto lá! O jogo do rato e do gato requer paragem obrigatória! O futuro constrói-se internamente, primeiramente; só aí, com bases sólidas e devidamente alicerçadas estamos aptos a demandar às conquistas e a debater-nos com os rivais, só aí transfiguramos gargalhadas de anos a fio em respeito, só aí voltamos a ser o que éramos.
E termino com o rogo primitivo: Volta Sporting, tenho saudades tuas!
Foto de Capa: Bola na Rede