Estará Amorim a dirigir bem o grupo?

    Rúben Amorim mudou o panorama desportivo do Sporting CP. Se compararmos o antes e o pós a chegada do jovem técnico português, é situação é da noite para o dia. Hoje, vemos uma turma de Alvalade muito mais competitiva e com um ambiente positivo no balneário que eu nunca tinha visto.

    O ambiente no balneário

    A verdade é que o caso Slimani tem dado que falar. Uns defendem o treinador, dizendo que se o argelino não cumpre com os requisitos de exigência do treino, que deve ser afastado. Outros estão com Slimani, visto que compreendem a sua frustração por não ser titular mais vezes.

    A minha opinião é muito simples: se o internacional argelino não estiver a corresponder àquilo que lhe é pedido nos treinos, e se nada tiver que ver com a sua condição física no momento de Ramadão (que foi o seu argumento), estou com o treinador neste caso específico.

    Amorim refere, e bem, que havia uma cultura de pouca exigência e pura desorganização antes da sua chegada. Reitera, ainda, que prefere prefere “ficar sem o emprego ou entregar eliminatórias” a mudar o seu nível de exigência. Não podem existir retrocessos.

    Entretanto, por esse mundo bonito que são as redes sociais, surgiram dois posts que quero acreditar que pouco significam. O primeiro tratou-se de um like de Tabata num tweet que referia que Amorim disse que o internacional sub-23 pelo Brasil iria ser lembrado pelos adeptos sportinguistas, mas que não o punha a jogar.

    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    O segundo foi uma partilha de um vídeo de Marcelo Bielsa, quando ainda estava em Bilbao, por Feddal. Nesse pequeno clip, o treinador referia que “quando se premeia algo que não é bom como algo que é bom, torna-se danoso para todos”. O defesa central marroquino veio depois esclarecer aos adeptos aflitos nos comentários que estava tudo bem.

    Ora, o meu objetivo com isto não é alimentar polémicas, até porque acredito mesmo que elas não existem. Fio-me na ideia de que o ambiente no balneário leonino está positivo, e que estes três “acontecimentos” terem surgido em simultâneo não passe de uma mera coincidência. Porém, os jogadores deviam ter mais noção do timing em que fazem este tipo de publicações ou interações, pois hoje em dia tudo conta.

    E dentro de campo? A gestão está a ser bem feita?

    Se em questões comportamentais defendi Amorim, no que toca à sua gestão dentro das quatro linhas a minha opinião é um pouco diferente.

    Neste momento, existem vários jogadores que estão em baixo de forma, ou que mostram que não têm nível para representar o Sporting CP, e que, semana após semana, são titulares indiscutíveis ou opções muito regulares.

    No primeiro caso, falo de Matheus Nunes, Pedro Gonçalves e Paulinho. Apesar de apreciar as características destes três atletas, a verdade é que Matheus tem estado fora dela desde que recebeu os elogios de Guardiola, Pote não tem nem marcado nem feito a diferença no jogo e Paulinho, apesar de ter a sua importância no jogo de Amorim, não pode ser um titular indiscutível.

    Sporting Matheus Nunes
    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Edwards começa a aparecer, pelo que ameaça um lugar a titular nos três da frente. Tabata, que para mim pode ser uma peça importante no xadrez leonino, raramente aparece. Já Bragança, parece-me o caso mais flagrante. É completamente impensável e injusto os poucos minutos que tem tido esta temporada.

    Em relação ao segundo ponto, falo obviamente de Ricardo Esgaio. O ala direito é inútil no momento ofensivo e não acrescenta a defender. Este é um verdadeiro caso de, como referia Bielsa, premiar como bom algo que não o é.

    De todas as contratações de Amorim, foi a que menos percebi. Não seria muito mais benéfico dar minutos a Gonçalo Esteves? É que entre ter um atleta de 28 anos que não vai passar daquilo e ter um jovem promissor de 18 que precisa de maturar as suas características, não é dificil de perceber a quem dar minutos de jogo.

    Como será daqui para as frente?

    Bom, acredito que Amorim não leia o meu texto e, por isso, não mude de ideias. Provavelmente, mesmo se lesse, não mudaria. Mas o ponto não é esse.

    Visto que estamos numa fase em que faltam apenas três pontos para os leões garantirem o segundo lugar, e em que o próprio Rúben Amorim admitiu que a luta pelo título está fechada, seria oportunidade de dar chances a jogadores que não tiveram tantos minutos, de modo a preparar já possíveis saídas na próxima janela de transferências. E não se trata de perder qualidade, até porque penso que Gonçalo Esteves (caso Porro tenha alguma lesão), Daniel Bragança, Tabata e Marcus Edwards poderiam acrescentar.

    Independentemente dos atletas envolvidos, é de se esperar que o Sporting CP ganhe os três jogos que restam do campeonato, de modo a finalizar a Liga Portuguesa com 85 pontos: os mesmos com que se sagrou campeão nacional na temporada passada.

     

     

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    Miguel Gato
    Miguel Gatohttp://www.bolanarede.pt
    Há muitos anos que o Miguel tem contacto com o futebol. Desde tenra idade habituado ao nervoso miudinho causado pelo desporto rei, Alvalade acabou por se tornar o palco principal do teatro dos seus sonhos. Jovem aspirante a jornalista e apaixonado pela área da comunicação, escolheu a ESCS para tirar a sua licenciatura. Agora, pretende ganhar asas e rumar até novos palcos.                                                                                                                                                 O Miguel escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.