Mais um jogo para a liga e nova revolução realizada por Jorge Jesus no onze dos leões. Tendo em conta o derby do passado sábado, foram cinco as alterações promovidas no Sporting. Coates foi o único a manter o seu lugar na equipa titular, tendo a companhia de Rúben Semedo no eixo defensivo. Zeegelaar e Schelotto assumiram as laterais e Teo voltou a fazer parelha com Slimani, relegando Ruiz para a posição de extremo.
Nas bancadas, hoje com o verde e branco como cores predominantes, ouvia-se a alto e bom som o apoio dos adeptos do Sporting ao seu clube e a tarja “A Guerra não se perde ao perder-se uma batalha” dava o mote para o acreditar leonino.
A resposta dos jogadores foi imediata e Slimani (quem mais poderia ser?) marcou o primeiro golo ainda antes do término dos primeiros cinco minutos, com um remate colocado. O lado direito dos leões, Schelotto – que parece ser um extremo pela maneira como joga – principalmente, colocava Babanco em funções meramente defensivas; tentando os canarinhos surpreender através de Mattheus.
O jogo baixou em termos de intensidade, mas o Sporting nunca deixou de estar mais pressionante e de tentar procurar o segundo golo. Teo Gutierrez, por duas vezes, e Bryan Ruiz tiveram boas hipóteses para tal mas não conseguiram assustar Pawel Kieszek.
Já Coates e Semedo iam conseguindo anular a ameaça de Leo Bonatini e até por algumas vezes tentando sair a jogar; o central uruguaio é um verdadeiro patrão da defesa e é uma adição de qualidade a esta equipa de Jorge Jesus.
Ainda assim, o meio campo verde e branco ressentia-se da ausência de Adrien Silva; Aquilani não faz a mesma pressão sobre os adversários e não é tão lesto a sair a procurar linhas de passe como o capitão do Sporting. Ainda assim, estas lacunas não tiveram grande parte nesta primeira parte, uma vez que o jogo foi muito mais disputado nas zonas laterais.
Mesmo sobre o final do primeiro tempo surge o segundo golo dos leões. Um centro largo de Bryan Ruiz – onde Kieszek poderia ter feito mais e melhor – e Super-Sli faz o golo da tranquilidade.
Ao intervalo o resultado era justo e mostrava o que se passou realmente em campo. A equipa de Jesus continua a acreditar que pode quebrar o jejum e os adeptos continuam fiéis ao seu clube. Pela positiva destacavam-se Slimani, João Mário, Ruiz e Coates; no reverso da medalha encontrava-se o inevitável Teo Gutiérrez, que continua uma sombra do jogador que encantou na Copa América.
A segunda parte começa com uma flagrante hipótese para o Estoril-Praia. Mendy, isolado perante Rui Patrício, tem tudo para fazer o golo estorilista, mas o guardião leonino faz uma enorme mancha e evita o tento da equipa da casa.
Rúben Semedo era o jogador mais em destaque nos primeiros 15 minutos, efectuando inúmeros desarmes providenciais e evidenciando a sua velocidade nas dobras, não permitindo aos comandados de Fabiano Soares criar grande perigo perto da área leonina.
Teo voltou a sair de jogo sem acrescentar nada aos leões, sendo por demais evidente que não é com o avançado cafetero que o Sporting poderá ter garantias de golos.
Com o desenrolar do segundo tempo o Sporting acabou por passar a controlar o jogo, baixando os níveis de pressão, o que levou a equipa da casa a acreditar. Aos 79′ Leo Bonatini reduz para a equipa da casa, na sequência de um pontapé de canto, colocando um interesse adicional na partida e aumentando o nervosismo nas bancadas.
Os últimos dez minutos foram assim disputados com um Sporting mais interventivo e a querer procurar o terceiro golo, sabendo que um golo do Estoril poderia ter repercussões graves na luta pelo título.
Os três minutos adicionais dados pela equipa de arbitragem trouxeram consigo o último fôlego da equipa passada, que subjugou os leões ao seu último reduto e obrigou Jesus a queimar tempo com a sua derradeira substituição, tirando João Mário para colocar Barcos.
Um final nada expectável perante o que as equipas mostraram em campo durante grande parte do encontro, mas o Sporting pode – e deve – continuar a acreditar.
A Figura:
João Mário – Critério e Classe. O médio leonino é o melhor jogador jovem do campeonato e é um prazer vê-lo jogar com a camisola verde e branca. Raramente falha um passe, raramente decide mal; é por demais evidente que tem que estar no Euro 2016.
O Fora-de-Jogo:
Teo Gutiérrez – O dia há de chegar em que o jogador colombiano não seja o jogador mais fraco em campo. Sem chama ou sem qualquer vontade de lutar pela disputa de bola, a teimosia (ou será acreditar?) de Jesus no número 19 dos leões acaba por parecer demasiado evidente.
Reportagem de Nuno Almeida e Vítor Miguel Gonçalves
Foto de Capa: Bola na Rede