Existiram reforços esta época?

    Após goradas as expetativas para praticamente todas as competições, já há muito tempo se percebeu que a época foi extremamente mal planeada. Ao contrário da última época, em que o plantel foi elaborado por Sousa Cintra, a primeira grande experiência de Frederico Varandas para a preparação de uma época desportiva foi desastrosa.

    Hoje decidi debruçar-me sobre os jogadores que ingressaram no Sporting CP. Com um plantel em baixo rendimento, comecei a questionar-me se, de facto, vieram reforços de peso para o clube no sentido de melhorar o plantel e catapultá-lo para voos mais altos.

    No total de gastos em transferências definitivas, Frederico Varandas gastou um total de 20 milhões e meio de euros para reforçar o plantel. Para além disso, contratou ainda três jogadores por empréstimo, entre os quais Jesé, cuja cedência custa cerca de 2M aos cofres leoninos e o negócio contempla uma opção de compra. Quanto aos empréstimos de Bolasie e de Fernando não se conhece o valor da cedência, mas só a transferência do extremo do Everton FC é que pode tornar-se definitiva, uma vez que existe também uma opção de compra. Assim, para quem se queixa que não há dinheiro, fica a prova que afinal o dinheiro existe, pode é não estar a ser bem investido.

    Luciano Vietto tem sido o jogador com mais destaque na equipa. De facto, apesar de não ter um rendimento constante, tem subido de forma e começa a demonstrar qualidade para representar o clube. Se vale sete milhões e meio? Não sei, mas o futuro poderá confirmar a resposta.

    O argentino tem sido o reforço mais utilizado e o que mais se tem mostrado
    Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

    Eduardo é uma incógnita. Ainda não deu para perceber sequer se tem qualidade, porque costuma passar despercebido nos jogos. Penso que já está na altura de mostrar mais e o dinheiro em si investido não tem tido retorno. Foram três milhões que, se calhar, teriam dado jeito para outros investimentos no mercado.

    Já Luís Neto parece ter sido uma aposta acertada. O internacional português tem cumprido a sua missão e é uma aposta viável caso Coates ou Mathieu estejam indisponíveis.

    Relativamente aos emprestados, apenas Bolasie tem mostrado, a espaços, competência para representar o clube. Não é dotado tecnicamente, mas é um jogador com potência, a fazer lembrar Marega. Jesé não demonstra nada de positivo. Fernando ainda não jogou nem foi convocado uma única vez, o que me faz questionar seriamente o motivo da sua contratação.

    O pior, contudo, são as contratações de Rafael Camacho e Rosier. O primeiro não consegue sequer fazer a diferença na equipa de sub-23. O lateral francês tem sido uma autêntica nódoa quer a defender quer a atacar. Não sei se será uma questão de confiança, mas o certo é que em todos os jogos que fez cometeu erros e não ofereceu nada de bom para um plantel que, teoricamente, luta por todas as competições que disputa. Nestes dois jogadores, importa relembrar que foram gastos dez milhões de euros e ainda se ofereceu Mama Baldé ao Dijon.

    Concluindo, as contratações de Frederico Varandas têm falhado redondamente. Para além dos jogadores deste ano, relembro que foi também na sua presidência que chegaram jogadores como Doumbia e Tiago Ilori. Não se diga que não há dinheiro porque efetivamente há. Se todos estes milhões tivessem sido bem investidos, o plantel do Sporting CP estaria neste momento a ombrear com os outros dois grandes. Estamos em Outubro e só resta praticamente a Liga Europa. É triste. Sobretudo para Frederico Varandas.

    Foto de Capa: Sporting CP

    Artigo revisto por Inês Vieira Brandão

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    Bernardo Leitão Oliveira
    Bernardo Leitão Oliveirahttp://www.bolanarede.pt
    Estuda História mas sempre teve gosto pela escrita, e quando se fala de Sporting, junta o útil ao agradável. Ambiciona ser treinador, mas a vida de estudante ainda não permitiu essa experiência. Sempre que pode assiste a futebol, mas se há jogos que não falha são do Sporting. Não mistura o amor clubístico com a racionalidade, e também coloca o dedo na ferida se necessário.                                                                                                                                                 O Bernardo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.