Faça-se justiça a Aurélio Pereira

    Durante o torneio, aliás, falou-se mais de Renato Sanches do que de Patrício, Cédric, Fonte, William, Adrien, João Mário, Moutinho, Nani e Quaresma. A excepção foi Ronaldo, ainda assim – os media fizeram-nos essa cedência. Encontro explicação para esse entusiasmo desmesurado no facto de o Benfica ter ficado algumas décadas (desde Rui Costa) praticamente sem produzir jogadores com presença habitual no onze do clube e da selecção. Renato tem qualidades – sobretudo físicas – também tem potencial e soube ganhar com mérito o seu lugar no onze da selecção. Porém, apenas a ânsia de ver no miúdo algo que ele ainda não mostrou pode justificar a paranóia contínua desde Janeiro – o que deixaria algumas perguntas curiosas para colocar a vários órgãos de media e a jornalistas ditos imparciais pelo facto de alinharem no festival, mas adiante.

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    O extenso artigo do Sporting e a simplista “fórmula RR” n’A Bola: apenas o primeiro causou polémica

    Não minto: uma vez que sou Sportinguista e vibro mais com o seu clube do que com a selecção, a questão da proveniência dos seleccionados interessa-me e orgulha-me particularmente. Mas ela também é importante para muitos que a tentam desvalorizar. Dois dias após a final do Europeu, o jornalista José Marinho apelidou as camadas jovens do Benfica de “melhor formação do mundo”, num post no Facebook a propósito de um jogo da selecção de sub-19 em que o clube da Luz colocou 8 jogadores no onze. Nesse mesmo post, Marinho diz que esteve “um mês a levar com injeccoes [sic] seguidas sobre a excelência da academia do Sporting e da exigência que tinham de jogar os jogadores do Sporting como se todos os outros apenas fossem figurantes”. Não se coloca em causa que o jornalista possa escrever o que bem lhe apeteça na sua página pessoal. O que choca é mesmo o ressabianço em tempo de selecção e a incapacidade de reconhecer mérito a quem o tem. O Sporting formou quase metade d’Os Aurélios, isto é, dos 23 presentes em França. Mas Marinho parece querer fazer tabu desse facto. Ou talvez ache que, perante tal discrepância, a formação do Sporting deva ter o mesmo tempo de antena que todas as outras, e que tudo o que não siga a sua cartilha sejam “injeccoes”. E isto, repare-se, vem de gente com alguma exposição e, portanto, com responsabilidades.

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