A nossa defesa é uma das mais batidas da liga, e não, não é por causa do Rui Patrício, é por causa de uma equipa que está muito menos pressionante em todo o campo, que promove a que a linha defensiva seja chamada a mais trabalho, o que aumenta o risco de mais erros. É essa a principal diferença do ano passado para o presente. Aliado a isso, o facto de ainda não termos um quarteto defensivo entrosado devido às constantes mudanças que tem sofrido de jogo para jogo. Tudo isso causa instabilidade, porque há rotinas que deveriam existir, e que em muitos casos resolvem problemas de antecipação de jogadas. Um jogador que esteja há vários jogos a jogar com um companheiro já sabe de que modo o mesmo irá reagir, qual o ponto menos forte, e de que forma o poderá compensar.
Tudo isto gera instabilidade e pouca confiança nos processos, podendo depois ver lances de falta de comunicação ou simples nervosismo que dão em golos sofridos de forma infantil. Por exemplo no último jogo, a equipa adversária conseguiu marcar um golo sem rematar uma única vez à baliza (ainda não o tinha feito, e também não o fez no lance do golo, uma vez que foi o jogador do Sporting a marcar.) Ou seja, para além da pouca confiança que tem existido na defesa, e muitos culpam o Ruben Semedo, o principal problema está nas laterais.

Fonte: Sporting CP
Não temos dois laterais a jogar de forma contínua desde o inicio da época, seja pela fraca prestação de quem joga, seja pelas lesões que têm surgido, o que cria instabilidade em dois dos lugares que mais importância têm nos momentos defensivos e ofensivos de uma equipa.
Se um defesa lateral não defende bem, os centrais e o medio defensivo tendem a tentar proteger esse flanco, e muitas vezes vemos Ruben Semedo a fazer cortes junto à linha em compensação ao defesa esquerdo. Isto pode criar desequilibrios porque se o central falhar o corte, depois ficará muito espaço no meio. Espaço esse que deveria ser compensado pelo lateral que não o faz porque estaria balanceado para o ataque. A compensação poderia também ser feita pelo William, mas este não é muito rápido e demora a recuperar.
Ter laterias que não defendem bem, e que não pressionam o adversário, proporciona mais cruzamentos, criando assim mais dificuldades aos centrais. Aconteceu isso no jogo frente ao FC Porto, em que o lateral deveria ter pressionado em cima, não deixando cruzar, ou pelo menos não permitindo que o cruzamento fosse tão bem preparado. (Isso seria bom também para o nosso guarda-redes cujo ponto fraco é sair a cruzamentos).