A espuma mediática tem apenas um nome por estes dias: João Félix. A teia com que se tecem os argumentos “pró” e os argumentos “contra” a ida do jovem para o Atlético de Madrid tem esgotado a possibilidade de se olhar para aquilo que verdadeiramente importa: a bola a rolar, os seus protagonistas em campo, enfim, o jogo de futebol propriamente dito. O futebol moderno é cada vez mais mercado e menos futebol e isso, quanto ao mim, agrada-me pouco. Avancemos.
Além de João Félix, e além do mercado de transferências, há um conjunto de competições que importa destacar. Não para ver o rendimento dos jogadores com vista à rentabilidade que clubes, empresários e agentes arrecadam com isso mas sim para, mais uma vez, vermos aquilo que verdadeiramente importa: o jogo em si mesmo. E, neste plano, há um conjunto de jogadores do Sporting a grande nível em várias competições internacionais. Desde as excelentes prestações de Miguel Luís ou Thierry Correia na seleção nacional para o Mundial de Sub-20 disputado na Polónia até às exibições de encher o olho de Gonzalo Plata ao serviço do Equador na mesma competição.
Aliás, no Mundial de sub-20 não foi só a sua seleção que conseguiu chegar ao bronze: também Plata conseguiu ser o terceiro melhor jogador do torneio, através de um leque de exibições e recortes técnicos que certamente deixaram Keizer bastante satisfeito por ter um diamante tão valioso no clube, prontinho para o holandês lapidar. O Sporting tem agora um jogador mais maduro e às ordens de Keizer para disputar um lugar nas alas da equipa principal. Plata é, por isso, o leão que mais brilha nas competições internacionais.
A Copa América disputa-se este ano no Brasil e conta também com a prestação de alguns leões: Marcos Acuña ao serviço da Argentina, Sebástian Coates ao serviço do Uruguai e Cristián Borja ao serviço da Colômbia, comandada pelo português Carlos Queirós. Nenhum deles foi titular nas partidas ou sequer chamado ao jogo. Mas isso não é por demérito deles mas antes consequência de um simples facto: os jogadores titulares que atuam nas suas posições são de qualidade mundial. Veja-se, por exemplo, o caso da Argentina. Tem, muito provavelmente a melhor dupla de centrais do mundo a titular – José Maria Giménez e Diego Godín – obscurecendo Coates no banco que espreita, apesar de tudo, uma oportunidade na equipa alviceleste.
Além disso, outros leões disputarão a CAN deste ano que se realizará no Egipto. São eles: Bruno Gaspar e Gelson Dala, ambos ao serviço de Angola, Abdoulay Diaby ao serviço do Mali e Mama Baldé ao serviço da Guiné. O jogador emprestado na época passada ao Desportivo das Aves pode ser incluído no negócio de Rosier, fazendo-o deslocar-se para o Dijón, emblema francês que nunca escondeu a atração pelo atleta guineense.
A ver vamos como estes leões se irão comportar na maior competição africana de seleções. Todos eles, sem exceção, entrarão depois da sua passagem pelas respetivas seleções nacionais, mais experientes e com mais garra para agarrar o símbolo do leão rampante que trazem ao peito.
P.S: Destaque ainda para Wendel no torneio de Toulon, cuja conquista da seleção carinha em muito deve ao médio do Sporting. Virá certamente mais amadurecido com a experiência internacional.
Foto de Capa: Sporting CP