Desde novo que me habituei a ver o Sporting como o cúmulo da Lei de Murphy, em que quando tudo pode correr bem, corre mal, e quando pode correr mal, corre pior que mal.
Por todos esses anos de experiência, tenho reservas em exultar exacerbadamente por partir com a vantagem de um golo em relação ao rival para garantir o acesso às pré-eliminatórias da “Champions League”.
Se fossemos pelo histórico do nosso clube, esta situação teria tudo para correr mal, no entanto mantenho-me esperançado e agarrado à ideia de que apenas as excepções confirmam a regra. Espero, e desejo que esta se confirme como a excepção, e que a mesma se comece a tornar regra no clube. Precisamos mesmo de terminar com este cúmulo no nosso clube, pelo menos no futebol, porque em todas as outras modalidades já nos estamos a habituar a ganhar.
Mas isto já podia estar resolvido. Aliás, vendo bem, se não tivéssemos tido algumas paragens colectivas em alguns momentos finais de determinados jogos, poderíamos até ter sido nós a festejar o título que foi para o norte. Mas já sabemos que, quando podemos passar para frente, como bons cavalheiros, deixamos sempre passar a “senhora” à frente. Não tendo tido a regularidade para chegar à frente, poderíamos ter resolvido a questão do segundo lugar, no entanto, como tinha escrito aqui na semana passada, já se percebia que o nosso treinador iria jogar com o empate a zero (que podemos agradecer ao Patrício na primeira parte). Jogou Jorge Jesus e o VAR, que insistiu em não se meter nos lances capitais do jogo. E mesmo jogando pouco e essencialmente para não perder, podíamos ter ganho. Finalmente passámos da equipa que merecia ganhar e perdia, e é já uma equipa que, apesar de jogos menos conseguidos, consegue pontos – ainda insuficientes para ganhar títulos.
Ou seja, esta questão do segundo lugar já poderia estar resolvida, e não teríamos de estar a ouvir falar de malas, castigos, impugnações. Os ratos de porão já estariam confinados ao seu lugar, e não teríamos de passar uma semana à espera das jogadas de bastidores, que com certeza surgirão.