Jackpot ou Nada

    verdebrancorisca
    É sem dúvida espantoso ver uma equipa em primeiro lugar, com o melhor ataque e a melhor defesa do campeonato, com tantos jogadores oriundos da formação dentro das quatro linhas, com a sua “espinha dorsal” formada por filhos da casa.

    São nove os jogadores formados no Sporting que fazem parte, neste momento, da equipa principal leonina: Rui Patrício, Eric Dier, Cédric Soares, Rúben Semedo, André Martins, William Carvalho, Adrien Silva, Wilson Eduardo e Carlos Mané – seis deles completamente fundamentais na manobra da equipa de Leonardo Jardim (Patrício, Cédric, André Martins, William, Adrien e Wilson). São nove no plantel, mas podiam ser mais, não fosse a opção do técnico leonino de manter um plantel curto, com o apoio da equipa B, por sua vez composta por quase 100% de jogadores formados no clube (ao contrário do que acontece com outros emblemas). Isto é realmente um motivo de extremo orgulho para todos os sportinguistas, e deveria ser, igualmente, para todos os portugueses amantes do “desporto rei”.

    Eric, Wilson, André Martins, Rui Patrício, Cédric, Adrien e William / Fonte: Blog “O Adjunto d’ Alvalade”)
    Eric, Wilson, André Martins, Rui Patrício, Cédric, Adrien e William / Fonte: Blog “O Adjunto d’ Alvalade”)

    Tem-se assistido, por conseguinte, a uma clara aposta na formação ao longo das últimas décadas leoninas. Porém, é raro ver os bons jogadores manterem-se muito tempo de leão ao peito. Na minha opinião, isto é algo que tem de mudar urgentemente. Assista-se ao caso, por exemplo, do Barcelona, do Borussia Dortmund, ou do Arsenal: clubes que detêm bastantes jogadores da formação no seu plantel, e que se passeiam pela Europa do futebol com o rótulo de “grandes do futebol mundial”. Possuem plantéis fortíssimos que juntam gerações de jogadores formados no clube, exactamente porque evitam vendê-los (apenas saem pelas cláusulas de rescisão), para assim criar máquinas de jogar à bola. Imaginem se tivéssemos feito isto nos últimos anos… que plantel teríamos? Rui Patrício, Cédric, Eric Dier, Ilori, Miguel Veloso, William Carvalho, João Moutinho, Adrien, André Martins, João Mário, Nani, Bruma, Wilson Eduardo, Quaresma, Varela e Cristiano Ronaldo juntos? Estaríamos claramente a lutar pelo troféu da Liga dos Campeões, e já teríamos sido campeões por diversas vezes nos últimos anos. Infelizmente nada disto tem acontecido.
    Por um lado compreendo as razões pelas quais os jogadores não se têm mantido em Alvalade: precisamos obviamente do dinheiro. Porém, dar jogadores (Varela) e vender jogadores ao preço da chuva (Quaresma, Moutinho, Ronaldo, Bruma) não me parece ser uma boa solução. A melhor solução é colocar cláusulas com alguma margem entre o valor real e o valor potencial do atleta e aguentá-los até alguém bater o valor da rescisão. O caminho tem de ser esse, se queremos ter, daqui a uns anos, uma “super-equipa” capaz de se bater por troféus nacionais e europeus, tal como José Alvalade um dia sonhou.

    Cristiano Ronaldo e Quaresma nos tempos do Sporting / Fonte: Site A Football Report
    Cristiano Ronaldo e Quaresma nos tempos do Sporting / Fonte: Site A Football Report

    Bruno de Carvalho já tomou atitudes no que a este processo diz respeito, ao colocar cláusulas bastante chorudas (30/ 45/ 60 milhões de euros) em todas as pérolas da formação leonina. Metade do caminho está completado; falta agora aguentá-los, não vender um jogador como Ronaldo (com toda a qualidade e potencial que já na altura tinha) por 15 milhões de euros, Quaresma por 6 milhões, ou um Moutinho por 11 milhões, e ver o Porto e Benfica a enfiar barretes como Anderson por 30 milhões, Seitaridis por 10, Coentrão por 30, Melgarejo por 5, Roberto por 8,6, e, ficava aqui o dia todo a referir alguns casos. Não podemos vender por “dar cá aquela palha”! Investimos na criação de atletas espectaculares e não temos o retorno? Não pode acontecer mais.

    Querem levar os nossos putos? Batam as cláusulas. Até lá vamos receber o retorno da sua formação, em forma de golos, alegrias e títulos.

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