Mercado de transferências: all-in de Frederico Varandas suficiente?

    No passado dia seis de outubro, fechou a mercado de transferências em Portugal e acabou o período em que o Sporting CP podia contratar jogadores para reforçar o plantel. Embora ainda exista a possibilidade de entrarem os chamados jogadores livres, ou seja, sem contrato com nenhum clube ou instituição, já é possível avaliar as movimentações do clube no que toca à entrada e à saída de jogadores.

    Num ano atípico devido à pandemia, até os maiores clubes europeus tiveram de se conter nos gastos. Exemplo disso é o Real Madrid CF que não contratou nenhum jogador, apesar de terem entrado 100 milhões de euros nos cofres do clube devido a vendas de jogadores. Assim, era expectável que o Sporting CP investisse muito menos do que o habitual… No entanto, existiu algum investimento para tentar atenuar as diferenças para os rivais que cada vez aparentam estar mais fortes. Será preciso um ano zero que corra bem em Alvalade como aconteceu com Leonardo Jardim de modo a ir, pelo menos, à Champions, tal como João Mário disse numa entrevista ao Canal 11, há uns meses atrás.

    Frederico Varandas pretende fazer all-in esta época e este all-in começou ainda no final da época passada, ao contratar Rúben Amorim por uma quantia histórica para um treinador no futebol português e até mundial! Rúben Amorim melhorou o futebol da equipa, mas não tinha à sua disposição um plantel escolhido por si, sendo que a atual época está a ser preparada desde então. Vamos avaliar o trabalho de Amorim e Varandas (dados presentes no comunicado do Sporting CP à CMVM): 

    • O Sporting CP contratou oito jogadores por 13,435 milhões e adquiriu por empréstimo mais dois jogadores; 
    • O Sporting CP vendeu nove jogadores, emprestou mais nove e arrecadou um total de 39,47 milhões dos quais se subtraem 3,66M de comissões.
    Wendel protagonizou o maior encaixe na janela de transferências que findou
    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Podemos concluir que, no mercado de transferências, os leões apresentaram um saldo positivo de aproximadamente 20 milhões de euros, o que é satisfatório nas atuais condições. Para além disto, ficou a faltar ao Sporting CP colocar jogadores que, até agora, não contaram para o técnico português que está ao serviço do clube de Alvalade: Renan, Borja, Ilori, Rodrigo Fernandes, Luiz Phellype e Rafael Camacho. Estes cinco jogadores deveriam ter sido colocados nem que fosse por empréstimo, porque estar sem jogar só os vai desvalorizar e, neste momento, é importante potenciar todos os jogadores, seja de forma desportiva ou financeira. Para, finalmente, falarmos das entradas, falta falar das saídas e, apesar da má gestão do caso de Acuña, não considero que tenham sido negativas pois o Sporting CP conseguiu um bom encaixe financeiro que pode vir a ser importante nos próximos meses.

    Agora, falemos das entradas e do plantel com o qual o Sporting CP vai à luta este ano! Começo este tópico a considerar que este mercado de transferências foi o melhor da era de Frederico Varandas: o Sporting gastou pouco mas melhor do que, por exemplo, no mercado de Verão passado. Apareceram jogadores de qualidade (seja da academia ou provenientes de outros clubes), é certo, mas são jogadores que estão em crescimento e que vão, certamente, errar… vai ser preciso ter paciência com os mesmos. Jogadores como Pedro Gonçalves, Gonçalo Inácio, Gonzalo Plata, Tiago Tomás, Nuno Santos, Tabata têm qualidade e potencial mas vão ter de errar para crescer – excluí Nuno Mendes desta lista pois o jovem jogador do Sporting CP, apesar dos 18 anos, apresenta uma forma de estar de quem joga neste nível há muito tempo.

    Numa equipa que procura misturar experiência e irreverência, Nuno Mendes parece encerrar em si as duas vertentes
    Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

    Precisamente pela necessidade de fazer evoluir os jovens, apareceram jogadores com experiência como Antunes, João Mário, Feddal e Adán e apostou-se na continuidade de Coates ou Luís Neto. Assim, o plantel tem uma média de idades baixa que junta experiência com irreverência e potencial: para tal combinação foi importante manter Nuno Mendes ou até Jovane Cabral. Considero que existem jogadores com possibilidade de serem titulares em todas as posições, mas fico sem perceber como é que durante o período do mercado de transferências não se consegue contratar um avançado visto que, aparentemente, Rúben Amorim não conta nem com Šporar nem com Luiz Phellype.

    Assim, a questão do avançado e da colocação dos jogadores excedentários ficaram como pontos negativos e a entrada de jogadores de qualidade e experiência mantendo os jovens com potencial marcaram os pontos positivos de um mercado atípicoNo entanto, tanto Porto como Benfica reforçaram a equipa com jogadores de alto nível e com garantias dadas, logo será complicado para o plantel leonino rivalizar com equipas com quase o dobro do valor de plantel de acordo com o site TransferMarktApesar deste ponto desfavorável, na época de Leonardo Jardim os dados eram semelhantes e o Sporting conseguiu ser competente e atingir uma classificação que lançou a equipa para outros patamares nas épocas seguintes. O tempo é que irá ditar se o All-in de Varandas foi suficiente…

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    Gonçalo Patrão
    Gonçalo Patrãohttp://www.bolanarede.pt
    Atualmente na licenciatura de Ciências da Comunicação na Nova FCSH. Com o mesmo gosto por escrever de sempre e com paixão pelo Sporting Clube de Portugal, procuro trazer uma opinião sensata e diferenciada sobre o que se vai passando no clube. Procuro que o lema do clube me acompanhe em tudo o que faço, seja na vida pessoal ou profissional.                                                                                                                                                 O Gonçalo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.