Keizer encantou mal chegou a Alvalade. Foram sete vitórias consecutivas, trinta golos marcados e um futebol altamente positivo. Tudo estava bem…até os leões terem viajado a Guimarães, onde saíram derrotados por 1-0. A partir desde esse jogo a equipa já somou dois resultados negativos (derrota em CD Tondela e empate em casa frente ao FC Porto).
Se analisarmos os jogos na era de Keizer em Alvalade, só num é que os leões conseguiram dar a volta ao marcador: aos 25 minutos de jogo, o Sporting perdia em casa por duas bolas a zero frente ao Nacional, mas graças a Bruno Fernandes e a Bas Dost, que bisaram, e a Mathieu, que cobrou de forma exímia um livre direto, os leões conseguiram mesmo conquistar os três pontos. Ora, em mais nenhum jogo a turma de Alvalade conseguiu dar a volta no marcador e é aí mesmo que reside o principal problema de Marcel Keizer: a inoperância em ‘mexer’ na equipa e em dar um novo rumo ao jogo.
Analisemos então de forma detalhada as duas derrotas dos leões na era de Keizer (excluímos o jogo do Porto porque um clássico é sempre um clássico e o resultado é sempre impossível de prever).
No sempre difícil Estádio Dom Afonso Henriques a equipa do Sporting CP encontrou uma equipa do Vitória SC muito bem estruturada e com uma estratégia bem clara e definida: limitar o jogo ofensivo leonino, sem nunca descurar os ataques rápidos. Porém, Keizer tinha a obrigação de mudar o rumo e se, por exemplo, olharmos para as substituições não encontramos nenhuma tentativa de alterar o jogo drasticamente: Raphinha, Mané e Petrovic foram lançados, respetivamente, para os lugares de Jovane Cabral, Miguel Luís e Gudelj. Quase todas as substituições (tirando a do Mané pelo Miguel Luís), foram troca por troca, ou seja, não trouxeram nenhuma vertente tática nova ao jogo. Sem mexer drasticamente na equipa, o técnico deu a ideia de que se limitou apenas a colocar jogadores ‘frescos’.
Quinze dias depois, o Sporting voltou a jogar fora para o campeonato e desta feita no terreno do CD Tondela. Sem Bas Dost, que estava indisponível por lesão, Keizer optou por uma linha de ataque móvel: Nani, Raphinha e Diaby. Aos cinco minutos de jogo os leões já perdiam graças a um golo de Juan Delgado. Logo ao intervalo, o técnico holandês lançou Fredy Montero para o lugar de Gudelj, numa clara mudança de esquema tático, colocando mais um avançado em jogo. Aos 74 minutos, o Tondela ampliou a vantagem num grande golo de Tomané, vantagem essa que durou apenas dois minutos visto que Mathieu reduziu para equipa verde e branca. Até final, Keizer só lançou André Pinto para o lugar de Nani, dando única e exclusivamente centímetros aos homens de Alvalade.
Sempre se pode dizer que ainda não houve assim tanto tempo para colocar já a equipa a jogar em diversos moldes de jogo, mas a verdade é que ambas as derrotas demonstraram que Keizer tem muitas dificuldades em mexer na equipa e no rumo do jogo.
Foto de Capa: Sporting CP