Em meados de 2009, surge uma notícia no jornal “Correio da Manhã” em que Vieira terá solicitado ao comandante da polícia para facilitar o controlo da claque benfiquista. A estrutura encarnada decidiu avançar com processo crime contra o jornal e, ao mesmo tempo, o autor da notícia desapareceu da redação e da própria notícia publicada, não se sabendo quem a partilhou nem o seu paradeiro. É desta forma que a comunicação social começa a ter pouca capacidade de gerir notícias contra o Benfica. A última notícia deste jornal sobre LFV foi em Dezembro de 2014 quando surge numa capa de um jornal uma dívida de 600 milhões de euros ao BES.
A rede começava a funcionar e as artimanhas muito bem oleadas. Elementos ligados à claque encarnada estavam a ser “contratados” para terem cursos de árbitro e, mais tarde, poderem estar na primeira divisão nacional a prejudicar adversários directos, beneficiando quem investiu na sua formação. É notório que juízes como Rui Oliveira, Manuel Mota, Luís Ferreira, Jorge Ferreira, Nuno Almeida, Fábio Veríssimo e João Pinheiro são árbitros com cursos e ascensões totalmente suportadas pelo clube encarnado. Quem não teve, por exemplo, acesso à foto de Rui Oliveira no Facebook no estádio do Jamor com a camisola do Benfica vestida? Além desta rede, juntamos as prendas aos árbitros. O mítico caso dos vouchers foi arquivado como se nunca tivesse existido. Se não era cometida qualquer ilegalidade, por que é que foram retirados os vouchers das ofertas aos árbitros antes dos jogos?
Finalmente, o recente caso dos e-mails. Estes e-mails vêm apenas confirmar a veracidade de toda a corrupção que hoje envolve o futebol português. Corrupção que teve mais impacto internacional, preenchendo até capas de jornais, do que em Portugal. A imprensa tentou ao máximo encobrir e dar pouco ênfase ao assunto. As contribuições monetárias para propaganda gratuita que se tinham submetido ao clube da Luz são de tal forma ilícitas que preferiram fazer manchete sobre a possível entrada na universidade do maior calote do futebol Português. Não satisfeitos com o tema e o esquema que tinha acabado de ser desfraldado, são lançadas bicadas ao presidente do Sporting e ao FC Porto não só pela proibição dos cigarros electrónicos e das alegadas comissões às transferências de Bruno César e Alan Ruiz, como também pela reabertura das escutas ao processo Apito Dourado. Tentativa clara, mas descabida, de ocultar a informação para se perceber qual a dimensão e impacto que esta denúncia de prática de corrupção poderia atingir.
A envolvência nesta desvirtuação é apelidada de Apito Amolgado. É tão díspar nos alvos que alcança, que até o nome do Primeiro Ministro estava mencionado como um elemento facilitador ao serviço do clube da Luz. A procuradoria-geral da República foi TÃO célere que emitiu um aviso sobre as denúncias de “esquemas de corrupção”. Após emitir o aviso efectua uma publicidade a informar que iriam ser feitas buscas para confirmar as denúncias. Fará “sentido” que seja esta a forma de agir? A ser tomada uma atitude tinha de haver, principalmente, o factor surpresa às buscas montadas. Foi claramente uma forma idêntica de avisar os infratores aos grupos de Operações STOP.