O irremediável Futebol Português e tudo o que o envolve…

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    Segundo se percebeu nas últimas semanas, através da comunicação social, o Sporting foi ultrapassado por metade dos clubes europeus. 99% dos reforços dados como certos no Sporting foram para outros clubes europeus…

    Outra conclusão a que podemos chegar é que Bruno e Jesus têm uma relação masoquista. Segundo a imprensa estão sempre chateados um com o outro (ou porque lhes roubam os jogadores, ou porque o Bruno quer vender jogadores de que o Jesus gosta), e não há forma de se divorciarem.

    Isto quase pode ser considerado um caso de violência doméstica, e calhando ainda aparece algum clube a pedir uma indemnização ao Sporting pelo facto de o seu presidente estar a abusar de um funcionário que ainda considera seu, ou com o qual mantém uma relação platónica profunda.

    Já não há paciência! É que nem o “Anjo Selvagem” ou “A Casa dos Segredos” tiveram tantos episódios ou sequelas.

    E no fim de contas é só a isto que se dá importância, ou então só se dá importância a isto para tentar desviar atenções dos verdadeiros problemas que se passam no futebol em Portugal.

    Na realidade, depois de vermos os malabarismos feitos para que, de todas as coisas que se têm passado no futebol português, a única coisa que tenha incomodado as instituições tenha sido a agressão do Slimani (concordo que deva ser sancionada, mas se as outras também o forem…), e depois de vermos todos os casos que nos últimos anos têm passado em claro na justiça, podemos desde já concluir que não nos podemos preocupar, porque isto é só uma cambada de rufias a brincar aos negócios e a encher os bolsos.

    A chegada de Proença à liderança da Liga de Clubes parece ter incomodado muita gente Fonte: FPF
    A chegada de Proença à liderança da Liga de Clubes parece ter incomodado muita gente
    Fonte: FPF

    O Futebol é cada vez mais um negócio, e cada vez mais isso é verdade, ou não se andasse já a falar em “Wall Sreets” e “CPLPs”. E como em qualquer negócio que gere e gera milhões haverá sempre interesses mais altos que se levantam em detrimento dos valores que regem o desporto. O futebol nunca vai ser limpo, por muito que se lute por isso; pelo menos o chamado futebol profissional (profissional, mas não no desporto).

    Os governos é que deveriam regulamentar isto, porque aqui, sim, poderiam retirar boas quantias para os cofres do estado, em vez de andarem preocupados com quem não pede uma factura de 6,50 euros de almoço. Mas muitos dos que lá estão também têm interesse em que isto assim seja, ou porque são adeptos/sócios de determinado clube, ou porque têm amigos que lhes fazem uns favores.

    Vemos tanta gente a tentar denunciar determinados acontecimentos, alguns dos quais até passam na comunicação social, e depois vemos os responsáveis a ler, virar página e assobiar para o lado, dependendo do sujeito da frase que intitula cada notícia. Tantos casos que toda a gente vai tentando não deixar cair no esquecimento, mas, no final das contas, quem realmente teria de agir não o vai fazer.

    Manifestações? OK. Mas até contra governos se fez isso e não mudou nada. Agora mudou-se de governo e o cheiro é o mesmo. Todos queremos acreditar que a força do povo tem muito poder, mas, sejamos sinceros, se quem tem o poder nas mãos não quiser mudar nada, pouco ou nada poderemos fazer. É como diz o outro, o que é importante é ter as pessoas certas nos lugares certos. Tudo o resto é “peeners”.

    Estou a ser derrotista? Comodista? Eu estou é a ver que de pouco ou nada vale tentar mudar algo imutável. Isto mudava com uma limpeza em todos os quadrantes do futebol, como se fez em Itália, e com uma tentativa de eliminar vícios, mas, quando quem faz e aprova as leis são os mesmos que vão beneficiar dos resultados dessas mesmas leis, o jogo torna-se completamente viciado.

    Como é possível que um governo dê poderes a uma federação ou liga para fazerem as suas próprias leis, onde em muitos casos nem o próprio estado pode interferir? O estado tem de controlar toda a actividade económica, financeira, social ou desportiva. E na vertente desportiva, que é do que estamos a falar, existe um ministério do desporto para quê? Para ir a inaugurações de pavilhões e estádios? Andarem a passear atrás das selecções?

    Slimani é, aos olhos de milhões, o único jogador que agride -ou tenta - os seus colegas de profissão Fonte: Sporting CP
    Slimani é, aos olhos de “milhões”, o único jogador que agride – ou pelo menos tenta agredir- os seus colegas de profissão
    Fonte: Sporting CP

    Como disse antes, isto é tudo a brincar. Para quê andarmos nós, adeptos, a chatearmo-nos com isto quando a nossa única vontade é ver um jogo de futebol (ou mesmo andebol, hóquei, etc., etc., etc.…)?

    Eu quero ver futebol, quero a minha equipa a ganhar, mas sempre tendo a noção de que vai ganhar com mérito desportivo e não porque vende mais jornais, ou porque tem mais “boys” nos poleiros, ou porque tem mais “luvas” para oferecer.

    Mas, como em tudo, a natureza costuma endireitar tudo, e a economia faz o mesmo. A determinado momento há um “boom” até que aconteça um “colapso” (crise económica, ou implosão de mercados imobiliários). O futebol está na fase do “boom”, onde surge dinheiro para tudo e mais um par de botas. Agora é aguardar pelo “colapso” que possa limpar a sujeira toda e possamos recomeçar a gostar do futebol como o desporto que tanto gostamos de apoiar ou praticar.

    Só é pena esse “colapso” não apanhar já alguns dos que se estão a encher agora. Mas não podemos querer tudo. E um futebol sem corruptos já era bom.

    Foto de Capa: DR/Notícias ao Minuto

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    Nuno Almeida
    Nuno Almeidahttp://www.bolanarede.pt
    Nascido no seio de uma família adepta de um clube rival, criou ligação ao Sporting através de amigos. Ainda que de um meio rural, onde era muito difícil ver jogos ao vivo do clube de coração, e em tempos de menos pujança futebolística, a vontade de ser Sporting foi crescendo, passando a defender com garras e dentes o Sporting Clube de Portugal.