O negócio Diaby

    Diaby foi contratado por Sousa Cintra em finais de agosto como um jogador com enorme qualidade. O avançado vinha dos belgas do Clube Brugge KV, tendo estado a treinar à parte devido a faltar apenas um ano para o término do seu contrato, recusando o maliano renovar. Na época 2017/2018, o jogador tinha apontado 16 golos em todas as competições de clubes em que participou. O ex-presidente da Comissão de Gestão chegou a referir que  “Diaby é o jogador mais rápido do futebol português”.

    Após estas considerações, algumas eram as expetativas em torno de um jogador que custou um valor a rondar os cinco milhões e meio de euros, quantia algo elevada para as dificuldades financeiras anunciadas por Sousa Cintra.

    Pois bem, o jogador estreou-se no dia 16 de setembro frente ao CS Marítimo, em jogo a contar para a Taça da Liga, entrando ao minuto 89. Nas partidas seguintes, a mesma decisão de apostar no atleta nos últimos minutos dos encontros foi tomada por José Peseiro, sendo que nos primeiros quatro jogos disputados por Diaby, o jogador contabilizou um total de dez minutos.

    Diaby ainda não aproveitou as oportunidades dadas
    Fonte: Sporting CP

    Ao quinto jogo, o maliano alinhou de início contra o FC Vorskla, para a Liga Europa, numa partida em que o treinador colocou, juntamente consigo na frente do ataque, o também pouco utlizado Carlos Mané. Seria de prever as dificuldades ofensivas que se confirmaram na partida, com os dois golos da vitória a surgirem já perto do fim do jogo. O avançado recém-contratado protagonizou uma exibição cinzenta, onde não mostrou um desempenho que correspondesse ao valor gasto na sua aquisição.

    Nos dois jogos seguintes, voltou a ter uma escassa utilização, entrando frente ao Portimonense ao minuto 84 e aos 86 frente ao Arsenal FC. Não consegui nunca entender como é que um jogador sem grande estrutura física e com pouco entrosamento com os colegas podia agitar o jogo a cinco minutos do fim. Um jogador como o maliano, rápido e com alguma técnica, necessita de mais tempo para se mostrar em campo. Mas José Peseiro não partilhava da minha ideia. Até esse momento, em sete jogos realizados, o maliano entrou por seis vezes após o minuto 85.

    Curiosamente, contra o Boavista FC, o antigo treinador do Sporting CP colocou de início o jogador. Na minha opinião, Diaby beneficiou daquela que, muito provavelmente, foi a melhor exibição desde o início da época. De facto, apresentou uma aceleração acima da média, mas a sua tomada de decisões nem sempre foi a correta. Contudo, foi sem dúvida um dos agitadores do jogo que contribuiu para a boa performance da equipa.

    Após essa partida, o jogador não voltou mais a mostrar qualidades que justificassem os cinco milhões e meio desembolsados pelo clube. Frente ao GD Estoril Praia, praticamente não apareceu em jogo. No jogo frente ao CD Santa Clara, o jogador passou completamente ao lado do encontro, saindo ao intervalo para dar lugar a Jovane Cabral.

    Após a apresentação destes dados, e para concluir, afirmo apenas a minha reticência relativamente à contratação de Diaby. O jogador vinha rotulado de craque, o dinheiro foi investido e o avançado tarda em demonstrar qualidades que justifiquem tal montante. Mesmo na sua melhor exibição, demonstrou algumas falhas, e a sua margem de progressão já não é assim tão grande devido à sua idade, 27 anos. As dúvidas em mim permanecem, mas oxalá o jogador venha a ser uma mais valia importante para o plantel. Resta esperar para ver.

    Foto de Capa: Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

    artigo revisto por: Ana Ferreira

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    Bernardo Leitão Oliveira
    Bernardo Leitão Oliveirahttp://www.bolanarede.pt
    Estuda História mas sempre teve gosto pela escrita, e quando se fala de Sporting, junta o útil ao agradável. Ambiciona ser treinador, mas a vida de estudante ainda não permitiu essa experiência. Sempre que pode assiste a futebol, mas se há jogos que não falha são do Sporting. Não mistura o amor clubístico com a racionalidade, e também coloca o dedo na ferida se necessário.                                                                                                                                                 O Bernardo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.