O passado, presente e futuro do Sporting Clube de Portugal

    rugir do leao duarte

    No início da temporada o presidente do Sporting Clube de Portugal, Bruno de Carvalho, foi bastante claro ao traçar os objetivos para a temporada que se aproximava: lutar pelo título. Pois bem, na minha opinião, esta opção não foi a mais correta, mas já lá iremos. No entanto, acredito que não andarei longe da verdade se disser que Marco Silva, quando foi contratado, saberia os recursos que teria ao seu dispor e os objetivos que lhe tinham sido propostos. Posto isto, é errado culpar apenas o presidente ou o treinador.

    Serão inúmeros os sportinguistas que não estarão de acordo com a posição acima referida. Pois bem, deixem-me agora justificá-la. A profundidade do plantel do Sporting, a inexperiência de Marco Silva no que diz respeito a treinar um grande, e ainda o processo de transição, aliás assumido pelo próprio presidente, que o Sporting atravessa são as razões pelas quais defendo que foi um erro o Sporting ter-se assumido como candidato ao título.

    • A profundidade do plantel do Sporting

    Se fizermos uma análise cuidadosa e imparcial, penso que todos estaremos de acordo que o plantel do Sporting não possui tantas soluções (nem qualidade) quando comparado com o dos nossos rivais, sobretudo com o do Futebol Clube do Porto. Mesmo tendo em conta a chegada de Nani, que juntamente com Jackson e Gaitan são, na minha ótica, os três melhores jogadores do campeonato português, e a manutenção de William Carvalho e Slimani, revelando uma boa gestão por parte da direção de Bruno de Carvalho, o plantel do Sporting continua a revelar algumas lacunas. Gostava ainda de destacar as saídas de Eric Dier, mais uma Godenhice, e Marcos Rojo, este último com excelentes contrapartidas financeiras para a instituição Sporting. Não quero com isto, de todo, retirar mérito a Paulo Oliveira e a Tobias Figueiredo. Contudo, relembro que, provavelmente, os dois formariam a dupla de centrais da equipa de Marco Silva. As soluções que foram encontradas, Naby Sarr, Rabia e Ewerton, mesmo tendo em conta as condições económico-financeiras do Sporting, não têm qualidade suficiente, pelo menos no presente, para serem titulares no Sporting Clube de Portugal.

    Nos setores mais avançados, apesar de, se quisermos realmente lutar pelo título, ser necessário um ou dois reforços, essencialmente um ponta-de-lança e um homem para o meio campo, a situação foi bastante melhor acautelada.

    • A inexperiência de Marco Silva

    Marco Silva vinha de três excelentes temporadas ao serviço do Estoril, uma delas inclusive tendo uma experiência europeia, mas treinar um grande é uma realidade completamente diferente, Paulo Fonseca que o diga… Apesar de ser um apreciador do trabalho de Marco Silva, penso que, no que diz respeito à gestão de plantel, o treinador português revelou alguma inexperiência. O exemplo mais gritante é Adrien Silva. O rendimento do internacional português tem vindo a cair a pique! A fadiga, consequência do acumular de jogos a que tem sido sujeito, é a principal razão para essa mesma queda de rendimento.

    Todavia, penso que tudo isto faz parte do processo de adaptação de um treinador à realidade de um grande. Não defendo de forma alguma a saída de Marco Silva do comando técnico do Sporting, longe disso, mas acredito que a sua inexperiência deveria ter sido levada em conta quando se estabeleceram os objetivos para a atual temporada.

    • Processo de transição

    Muitos já se esqueceram, e ainda bem, mas relembro que foi há pouco mais de dois/três anos que o Sporting terminou no sétimo lugar da liga portuguesa. Bruno de Carvalho foi eleito presidente do Sporting Clube de Portugal prometendo que recolocaria o Sporting onde deveria estar, mas ninguém exigiu, nem mesmo os mais otimistas, que tornasse a equipa de Alvalade campeã em pouco mais de dois anos. Após uma época em que as expectativas foram superadas, relembro as condições especiais em que tal aconteceu (ausência de competições e a ausência de qualquer pressão), a estratégia deveria ter sido a mesma – esperar para ver.

    Desta forma, a equipa técnica e o respetivo plantel não estariam constantemente sobre pressão e os resultados poderiam ter sido ainda melhores. Sim, ainda melhores! Afinal de contas, hoje, o Sporting encontra-se muito perto de voltar ao Jamor, a prestação nas competições europeias foi bastante positiva e, no campeonato, apesar de estar a 12 pontos do Benfica e a oito do Porto, o Sporting tem conseguido ser bastante competitivo, aliás, os confrontos com os adversários diretos comprovam isso mesmo.

    Penso que, apesar de tudo aquilo que acabei de referir, esta temporada tem tudo para ser positiva para o Sporting. Se conseguir concretizar o favoritismo que lhe é atribuído na Taça de Portugal e segurar o terceiro lugar da liga portuguesa, esta foi uma prova de que o Sporting veio para ficar!

    Esforço, Dedicação, Devoção e Glória.

     

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    Duarte Pereira da Silva
    Duarte Pereira da Silva
    Do ciclismo ao futebol, passando pelo futsal ou o andebol, quase todos os desportos apaixonam o Duarte. Mas a sua especialidade é o ténis, modalidade que praticou durante 9 anos.                                                                                                                                                 O Duarte escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.