É que, hoje em dia, o dinheiro pago pelo Sporting aos jogadores não parece valer o mesmo que o de outros clubes, ainda que a soma pareça superior. Mostram-no as atitudes de jogadores externos ao clube, assim como as atitudes dos jogadores leoninos.
Pelo que se percebe, ao ver a vontade com que, em muitos jogos, os jogadores do Sporting entravam em campo, o dinheiro que o clube lhes paga não é suficiente para que corram e lutem sempre no máximo pela sua entidade patronal. E não peço mais nada que isso. Se não correm por amor ao clube e à camisola que ostentam, ao menos que corram pelo dinheiro que recebem. Ou talvez, como escrevi antes, seja esse dinheiro que lhes pesa e lhes retira vontade e força para jogar. Talvez o problema seja esse, o dinheiro do Sporting, porque parece criar desprezo e indiferença tanto nos jogadores de fora como nos do clube.
Ao que parece, para se jogar no Sporting, ou para se mostrar respeito pelo clube, não basta pôr-lhes o pão na mesa, tem também que fazer-lhes a refeição, “levantar” a mesa, limpar tudo, fazer a cama, lavar a roupa, e para que, no fim, eles nos dêem um chuto no rabo, como se ainda fossemos nós a dever-lhes algo.
Se estivéssemos a falar de um processo de educação, sabem o que chamaríamos a esses meninos? Malcriados, mal-educados, mimados, mal-agradecidos. Mas estamos apenas a falar de jogadores, e por isso serão só maus profissionais, que não cumprem apenas o que lhes pagam para ser feito.
Nota final: Somos tão maus investidores que apostamos sempre nos negócios de maior risco. Senão quem pagaria a um guarda-redes para não deixar entrar golos? Como se isso fosse fácil e dependesse apenas da sua vontade. Ou é mau investimento ou apenas mais uma das muitas aldrabices que temos ouvido nos últimos tempos.
Foto de capa: Sporting Clube de Portugal