Anunciado oficialmente no dia 27 de setembro, Silas cumpriu a primeira semana ao serviço do Sporting CP com duas vitórias, uma para o campeonato e outra para a Liga Europa.
Olhando para o que mais se destaca, há dois aspetos a considerar: o facto de ter revertido a situação negativa de resultados que se vinha registando e ter conseguido, após vários jogos consecutivos, não sofrer nenhum golo numa partida. Tal momento foi revertido na Vila das Aves, frente à equipa orientada por Augusto Inácio.
Contudo, olhando para a forma como os jogadores do Sporting CP atuaram em ambas as partidas, verifica-se facilmente a falta de confiança presente no plantel. Frente ao CD Aves, a posse de bola que se verificou foi consentida e o jogo dos leões foi sempre lento. Sem grande intensidade nas trocas de bola e facilmente feridos, sobretudo na segunda parte, com os contra-ataques da equipa da casa. O resultado é enganador, pois o Sporting CP não demonstrou uma superioridade assinalável perante o último classificado do campeonato e isso é preocupante.
Relativamente à partida de quinta-feira, valeu o resultado, porque a exibição foi paupérrima. Os leões praticavam um futebol que não é justificável perante uma equipa do campeonato austríaco. A intranquilidade ficou registada quando Coates, sem linhas de passe, passou a bola e esbracejou enervado com os seus colegas. Na televisão, foram mostradas imagens de Silas com as mãos na cabeça, obviamente descontente e a pensar que há ainda muito trabalho a fazer.
Em termos de futebol praticado, é perceptível que Silas continua a querer jogar desde trás, mesmo que isso traga riscos. Exemplo disso foi o golo sofrido frente ao LASK. A aposta em três centrais parece também ser algo para o futuro, mas neste momento a ideia não está, obviamente, consolidada. Por último, a rotação que o novo técnico vai fazendo dos jogadores que tem à disposição parece ser também uma realidade. Jogadores como Acuña, Wendel e Luiz Phellype não fizeram os 180 minutos. Em contrapartida, foi dada oportunidade a jogadores menos utilizados como Luís Neto, Miguel Luís e Eduardo.
Concluindo, ainda há muito trabalho pela frente, mas creio que Silas tem capacidade de fazer mais pelos leões. Como eu tinha previsto, estes dois jogos significariam duas vitórias e há um balão de oxigénio, ainda que pequeno, em Alvalade. O Sporting CP tem de jogar muito mais e a exigência necessita de ser uma constante. Lembro-me que, ainda há bem pouco tempo, ombreávamos com Barcelona, Real Madrid e Juventus. É esse o caminho a seguir.
Foto de Capa: Sporting CP
Revisto por: Jorge Neves