O Sporting CP está eliminado – já – de dois dos objetivos, estamos “apenas” na luta pelo campeonato. (Taça da liga não conta para salvar a época, ainda que, a ganhá-la, festejarei como festejo todas as vitórias do nosso clube) Assim sendo, falhando o título, passaremos mais uma época à semelhança de tantas outras (exceptuando a melhor época dos últimos 10 anos, segundo o nosso presidente).
A equipa vem descendo de produção pelas poucas opções que o plantel apresenta, mas tenho a sensação que a actual direção as ache suficiente para disputar o campeonato até ao fim e ganhá-lo. Ou isso, ou também já desistiu de vencer esse último objectivo. Porque este é o mais difícil de conquistar.
Não entenderam ainda que, sem risco e investimento, não vem o lucro? Qualquer empresa que não corra o risco, não invista, ainda que tenha de o fazer com valores que perspectiva vir a ganhar, nunca vai conseguir crescer. Deve projetar novos limites para continuar a crescer. Se se contentar com o que tem, nunca poderá ambicionar manter-se no topo.
Só estaremos mais perto de ganhar se não tivermos medo de perder, mas o Sporting CP parece já ter desistido de crescer. Parece considerar não valer a pena o risco de investir no reforço desta equipa.
Quase parece resignado à ideia do “vamos ver se assim chega”… porque “para já estamos em primeiro”. É este pensamento limitado que poderá vir a fazer com que daqui a pouco tempo já andemos a dizer que “com uma equipa tão jovem era quase impossível”.
Ainda estamos a tempo de mudar isso. E percebe-se que mesmo “apenas” para o campeonato, este plantel é curto.
Percebe-se isso quando o Sporting CP tem de jogar com Borja a central e Plata a lateral. Ou quando, para poder tentar ganhar um jogo, temos apenas Jovane que nem é um avançando centro, ou Coates a ponta de lança.
Para já, continuamos com os mesmos com que começamos a época. Veremos se a direção aposta mesmo nesta equipa e mostra querer ganhar. Porque, para motivar uma equipa, não é querendo passar a ideia que confia nos que estão e chega. Tem de se passar uma ideia de ambição, tentando melhorar sempre o que já existe. E se temos uma boa equipa base, temos sempre de tentar melhorá-la. Aí sim, os próprios jogadores podem ver sinais de que a direção está empenhada neles e em querer ganhar.
Para já, estamos a meio do mês de transferências e não se vislumbra nenhuma movimentação. E num clube que em novembro já se costuma falar em 20 reforços, começa a ser estranho não se falar de ninguém, ou quase.
Ou esta direção está a trabalhar muito bem, ou efectivamente a equipa está mesmo abandonada à sua sorte. No fundo é como mandar soldados para a guerra com balas contadas. A certa altura ficamos sem munições.
Muitos falam que se terminarmos janeiro em primeiros somos campeões, mas se não se reforçar a equipa, acredito que a maior dificuldade estará mesmo entre março e maio. Até porque onde perdemos mais pontos não foi contra adversários diretos. Foi contra FC Famalicão e Rio Ave FC. Para além de termos sido eliminados da taça por uma equipa de meio da tabela.
Por isso não, não será janeiro o principal indicador do nosso futuro nesta época desportiva. Ou até pode ser, se significar um reforço em quantidade e qualidade do plantel.
Espero estar enganado e que no fim de janeiro tenhamos as armas que precisamos para lutar efectivamente e de forma realista pelo campeonato, o único objetivo que ainda temos esta época. Senão, quererá apenas dizer que para esta direção o terceiro chega… e mesmo assim, estão a arriscar.
Espero estar enganado. E com certeza esta direção e este plantel vão mostrar-me que o que estou aqui a escrever está tudo errado.