O texto que se segue constitui uma espécie de resumo ébrio da presente temporada do Sporting Clube de Portugal. Suplico-vos, encarecidamente, para desligarem os telemóveis e cingirem energias à trama. Algumas passagens poderão conter palavras cruéis, ironia sintetizada e mesclada em metáforas, uma multiplicidade de insultos sem querer recorrer ao nível bacoco e uma desilusão preocupante, ou não, conforme a posição que cada fã do relato adote e, por essa razão, o leitor necessita de preparar o seu estômago para eventuais más disposições. Nunca foi objetivo do encenador ferir suscetibilidades e isso esclarece-se já no prólogo.
Renan Ribeiro, guarda-redes, não assimilou bem o significado da sua posição. “Dead Parrot” é um exemplo ilustrativo desta personagem futebolística: o vendedor tenta, a todo o custo, persuadir o cliente de que o papagaio está vivo. Frederico Varandas e todos os seus fiéis soldados tentam fazer o mesmo.
Deslocando-nos para a direita, encontramo-nos com Rosier e com Ristovski. A sagacidade conduz-me à coligação de centro direita, entre PSD e CDS-PP, que Assunção Cristas rompeu por caprichos e teimosias infundadas. Resta ao leitor estabelecer as conexões político-desportivas.
Curiosamente, o centralismo é cada vez menor. Mathieu assume o poder e concentra-o em si mesmo. Coates tem vindo a perder ímpeto face às desastrosas exibições. Neto e Ilori representam o interior frequentemente esquecido na capital.
A bússola orienta o trilho e aponta oeste. Acuña metaforiza-se na esperança vã do PCP e nos ideais sindicalistas: eleições após eleições, defendem o mesmo e inovam pouco ou nada. Os adeptos sabem com o que podem contar. Porém, para Borja, a mensagem orquestra-se num vocábulo, apesar de politicamente adversa: CHEGA.
Relativamente à posição seis de raiz, o designado trinco, adoraria ter algo a confidenciar, criticar ou elogiar, apesar de improvável, mas adoraria mais poder observar um ou dois jogadores que ocupassem o lugar. O bilionésimo erro de casting…
Do box-to-box à batuta. A referência é única para ambas: Idrissa Doumbia (momento em que o leitor ri de modo ensurdecedor). Pronto, é Eduardo (momento em que metade dos leitores se ri e a outra metade já considera a piada forçada). Ok, é Miguel Luís (momento em que o leitor transpõe a psique para o desejo de ter Daniel Bragança). Fora de brincadeiras, é Wendel (momento em que o leitor retoma o riso por no Brasil se conduzir sem carta). Agora algo completamente diferente, é Bruno Fernandes (momento em que o leitor se conflui comigo).
Resta o setor ofensivo. E é precisamente aqui que lanço alguns desafios: a criação de um SNS, furtando a ideia ao PAN, para jogadores que ingressam no Sporting com o desígnio de relançar as suas carreiras e nunca acabam por consegui-lo. Jesé e Luciano Vietto apoiavam a medida, certamente; um incentivo à aposta jovem no mercado de trabalho porque é neles que reside o futuro. Os ministros Jovane Cabral, Rafael Camacho e Gonzalo Plata votaram favoravelmente na proposta; Luiz Phellype e Bolasie, como patronato da área da indústria, clamam pela ausência destes cinco trabalhadores que usam e abusam do anarco-sindicalismo.
Não permitamos que o Sporting Clube de Portugal desapareça como as armas em Tancos!
Foto de Capa: Sporting CP
Artigo revisto por Diogo Teixeira