Rio Ave FC 0-1 Sporting CP: Exibição pobre, golo salvador

    A CRÓNICA: LEÃO DESINSPIRADO É FELIZ PERTO DO FIM

    Era um Rio Ave FC que vinha com muita vontade de voltar às vitórias, mas este Sporting CP sabia bem ao que vinha nesta noite de segunda-feira e procurava ser feliz, tal como foi no último jogo contra o SC Braga.

    Esta era a 19.ª jornada do nosso certame, com os leões a visitarem Vila do Conde com um atraso de dez pontos sobre o FC Porto, segundo classificado do campeonato, e oito pontos em relação ao já referido Braga, terceiro classificado. Contudo, a formação rioavista estava à procura de pontos para segurar a sua posição ou até avançar para a 10.ª, essencial para um campeonato seguro longe de lugares de despromoção.

    Uma parte praticamente sem ocorrências dignas de registo, com o marcador a zeros. Os homens de Rúben Amorim iam revelando muito desacerto nas suas ações, com os vilacondenses a exercer uma pressão forte, que deixava o técnico leonino algo inquieto. Havia dificuldade em fazer a bola chegar aos jogadores da frente, sobretudo das alas, que iam passando um pouco despercebidos em ações no terço ofensivo.

    Duas oportunidades para cada lado, com Pedro Gonçalves a atirar à barra e Emmanuel Boateng a ver o seu remate ser travado por Adán. Eram os acontecimentos do jogo, com um Sporting com poucas soluções ofensivas para contrariar um Rio Ave que se mostrava hábil a fechar linhas de passe e que jogava olhos nos olhos do leão, que pouco fazia para obter vantagem.

    O primeiro a contar foi de Chermiti, aos 83 minutos, que não desperdiçou após passe de Gonçalo Inácio. O Sporting a marcar no seu único remate à baliza, num jogo bastante sofrido.

    O tento solitário do jovem jogador deu mesmo a vitória à equipa de Rúben Amorim, que com esta vitória conquista pontos fundamentais para a luta pelo pódio, com uma receção ao FC Porto no seu horizonte.

    A FIGURA

    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Centrais leoninos – Num jogo que pode ser descrito como tudo menos tranquilo para os leões, os centrais tiveram uma postura irrepreensível em evitar males maiores. Raramente deixaram que o ataque do Rio Ave conseguisse brilhar e tanto St. Juste como Gonçalo Inácio estiveram exímios a sair de forma limpa. Este último acaba por ser o responsável pela assistência que dá a vitória. É de sinalizar também o primeiro golo de Chermiti na equipa A do Sporting.

    O FORA DE JOGO

    Fonte: Paulo Ladeira/Bola na Rede

    Ataque do Rio Ave FC – Foi mesmo a única pecha da equipa de Luís Freire, num jogo muito bem conseguido. O ataque da equipa caseira acusou falta de ousadia e não conseguiram causar sarilhos ao adversário. O trio composto por Boateng, Leonardo Ruiz e Baeza, especialmente os dois primeiros, teve pouca precisão no drible e não conseguiram ser fator mais.

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    RIO AVE FC

    BnR: Num jogo em que o meio-campo esteve muito interventivo e foi muito importante com bola e a controlar o jogo do adversário, pode partilhar as indicações que deu aos jogadores que colocou nessa zona?

    Luís Freire: O Samaris, o Guga e o Baeza são jogadores com boa recuperação de bola, muito técnicos no seu jogo. O objetivo era fazer o que eles fizeram: ganhar espaço entrelinhas para ficar de frente para a linha defensiva do Sporting. Sabíamos que eles tinham aqueles dois médios – o Ugarte e o Morita – e queríamos atraí-los ali com o Baeza, com o Nuno Santos a tentar puxá-lo, mas nem sempre conseguia. Às vezes conseguíamos criar aquele 3×2, ter aquela bola no meio-campo, o Sporting vinha pressionar e às vezes conseguíamos sair da pressão bem. Aquilo é o nosso jogo, tentámos ao máximo jogar e chegar à frente com critério, com condições de finalizar, podemos ser mais objetivos em algumas ocasiões a finalizar no último terço. Como disse, as indicações é o costume: ocupar espaço entrelinhas, encostarem-se uns aos outros e criar superioridades numéricas no corredor central, pontas de lança em apoio frontal ou rutura, tentar desbloquear as pressões adversárias. Eles cumpriram ao máximo, estou satisfeito e com pena pelos jogadores, que eles mereciam mais hoje. Não é qualquer equipa que consegue disputar um jogo com o Sporting desta maneira, temos que agarrar nisto e no próximo jogo é dar a vida até a vitória aparecer.

    SPORTING CP

    BnR: A nível ofensivo, foi referido a questão dos avançados, mas em relação aos centrais, que importância atribui ao papel deles em permanecerem calmos, contribuírem sempre numa construção limpa e darem tranquilidade que a equipa precisava nos momentos mais difíceis?

    Rúben Amorim: Os centrais são neste momento os mais importantes na forma como construímos o jogo, às vezes mais que os médios. O segredo da nossa melhoria do passado para agora tem a ver com os centrais, a forma como eles estão mais móveis e tem mais capacidade de aguentar a bola sob pressão e quando mesmo na primeira parte, houve vezes que o St. Juste conseguiu aguentar a bola, rodar e colocar a bola entrelinhas, faltou-nos quando colocávamos a bola entrelinhas capacidade de rodar. Portanto, eu diria que os centrais são cada vez mais o segredo da nossa capacidade de ter bola e desbloquear os jogos. Eles têm essas características, há dias que conseguem mais, outros não conseguem, e, portanto, diria que muito mérito do Rio Ave pela forma como nos pressionou, mas depois o desenrolar do jogo quando o Manu [Ugarte] baixou para a linha de centrais para jogar penso que o que faltou foi na frente capacidade para desbloquear o jogo, arranques mais fortes e isso sem essa capacidade o jogo fica mais encaixado e não saímos dali.

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    Fernando Coelho
    Fernando Coelho
    Jogador de futsal amador, treinador de bancada profissional. A aprender diariamente, acredita que o desporto pode ser diferente. Escreve com acordo ortográfico.