Leões em alerta vermelho sofrem para empatar | RKS Raków 1-1 Sporting CP

    Poderia ter sido pior, apesar de, no fim, ter ficado a sensação de que o Sporting poderia ter somado três pontos, mesmo em condições adversas. Aos oito minutos, Viktor Gyokeres viu vermelho direto e deixou os portugueses com menos um por bem mais de 80 minutos. Uma tarefa que parecia complicada, mas os leões marcaram mesmo, por Seba Coates, e seguraram a vantagem até à reta final, só que a pressão e a maior frescura física dos polacos ditaram o empate.

    Antes de se mergulhar no jogo, é importante fazer uma pausa. Gyokeres já convenceu os adeptos do Sporting e até quem segue o futebol português, isso é certo e não está em causa. Ainda assim, o sueco é um jogador que, por vezes, é agressivo na pressão que faz. Daí os cartões amarelos que vai vendo. Neste jogo complicou muito a vida aos leões ao ser muito imprudente. Pisou um adversário e, com a ajuda do VAR, acabou por ser bem expulso logo aos cinco minutos. Um lance que mudou o desenlace do encontro, por muito infeliz que tenha sido.

    Ainda assim, a reação de locais e visitantes ao tal lance, instante, abordagem que haveria de marcar o jogo foi bem diferente. Os polacos, ingénuos, demoraram longos minutos a substituir Arsenic, que teve de sair lesionado. Aproveitou o Sporting para, naquele 10 contra 10, criar perigo por Marcus Edwards, primeiro, e ganhar um canto num lance com Matheus Reis, depois. Pedro Gonçalves colocou a bola na cabeça de Sebastián Coates e o capitão, aos 14 minutos — o Raków fez a troca antes do canto —, atirou para dar vantagem aos portugueses.

    Depois dos minutos iniciais cheios de acontecimentos, da expulsão ao golo, o Sporting mostrou conforto na gestão da vantagem, uma tranquilidade que foi desaparecendo com o desenrolar dos acontecimentos. Num 5-3-1, com Pote juntando-se a Morten Hjulmand e a Hidemasa Morita no meio-campo e Edwards como referência ofensiva, os leões conseguiram ter alguma bola, evitar serem empurrados pelos polacos e até criar algum perigo.

    Em várias das últimas ocasiões em que os lisboetas ficaram com 10 — contra o FC Arouca nesta época ou nos dois embates frente ao Olympique de Marselha na passada —, Amorim optou por tirar Edwards pouco depois dos vermelhos, entendendo que o futebol de finta curta do canhoto não se adequava a cenários de bloco mais baixo. No entanto, o londrino deu recursos ofensivos no primeiro tempo, mexendo-se bem e ajudando a sair com perigo. Aos 21’, tirou um adversário da frente e rematou para defesa de Kovacevic, que também evitou o 2-0 de Pote aos 37’.

    Apesar da superioridade numérica, o Raków demorou 32’ para fazer um remate, demorando até ao sufoco final a que forçou os leões. Após cruzamento de Plavsic, muito ativo na esquerda e que se tornaria quebra-cabeça quando passou para a direita, Rundic atirou sem direção. Logo a seguir, o mesmo Plavsic voltou a colocar a bola na área, com Yeboah a rematar com mais perigo. O intervalo chegou com o desafio em bases bem diferentes das esperadas: um Raków a ter de assumir, um Sporting na expectativa.

    No recomeço, os polacos tiveram uma das suas melhores ocasiões do jogo. Sempre apostando muito nos cruzamentos, foi Cebula que fez a bola viajar até à pequena área, para a zona da dúvida entre defesa e guarda-redes, entre Franco Israel e Matheus Reis. Aproveitando a incerteza, Jean Carlos, sem verdadeiramente rematar, empurrou a bola, sem a levar para o golo.

    Na resposta, Pote, lançado na profundidade, tentaria um dos seus passes que terminam em golo, mas saiu ao lado. Faltavam 40 minutos para o final e seria o derradeiro disparo do Sporting, que na segunda parte abandonou as saídas apoiadas, o critério e a intenção do primeiro tempo.

    Aos 58′, Amorim tirou Pote e Edwards para colocar Paulinho e Geny Catamo, mas o recuo dos visitantes foi-se tornando cada vez mais evidente. Com os leões cada vez mais encostados a Israel, o 1-1 surgiria após um livre… a favor do Sporting. Os visitantes executaram mal a bola parada e permitiram o ataque dos locais. Plavsic, que na direita foi ainda mais perigoso que na esquerda, fletiu para o centro sem grande oposição, servindo Kochergin. O remate cruzado deste encontrou Piasecki, que marcou o primeiro golo da história do Raków na fase de grupos de uma prova da UEFA.

    Os últimos 15 minutos foram, para o Sporting, um sofrimento à espera do apito final. Piasecki voltaria a marcar, mas o lance foi anulado por fora de jogo, Jean Carlos também atirou com perigo, Israel terá provocado uma paragem cardíaca aos sportinguistas quando, após cruzamento da direita, confiou no golpe de vista e deixou a bola passar com um adversário atrás de si.

    Quase um jogo inteiro depois da tal infeliz abordagem de Gyokeres que deixou o Sporting em alerta vermelho, o encontro terminou com um 1-1, feito histórico para os polacos, desilusão para os portugueses. Segue-se a visita ao Bessa, ao difícil Boavista FC de Petit.

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    Raul Saraiva
    Raul Saraiva
    Jovem entusiasta e curioso, o Raúl tem 18 anos e está prestes a ingressar na Universidade. O seu objetivo é fazer jornalismo, de preferência desportivo, até porque a sua paixão pelo desporto é infindável e inigualável. Desde pequeno que o desporto faz parte da sua vida. Adora ver, falar e escrever sobre futebol, nunca fugindo às táticas envolvidas no mesmo. O desporto-rei é, assim, a sua grande paixão e o seu refúgio para escapulir nos momentos em que a sua grave doença se faz sentir. Ainda assim, também se interessa bastante por NBA, futsal, hóquei em patins, andebol, voleibol e ténis. Acredita que se aprende diariamente e que, por isso, o desporto pode ser diferente. Escreve com acordo ortográfico.