Após a derrota do Sporting CP frente ao LASK Linz, critiquei veemente o discurso de Rúben Amorim. Com efeito, o técnico leonino havia afirmado que os adeptos do Sporting CP tinham desistido do seu clube e que o clube de Alvalade não tinha as mesmas armas dos rivais.
Todavia, a campanha dos Leões no campeonato tem mostrado precisamente o contrário e talvez esse facto tenha contribuído igualmente para melhorar o discurso de Rúben Amorim nas conferências de imprensa.
Neste momento, o Sporting CP é a equipa que melhor futebol pratica no campeonato português, o que é bem ilustrado pela posição que ocupa na tabela classificativa. Recordo que no início da época os nossos rivais afirmavam gratuitamente que esta equipa do Sporting CP estava “acabada”.
Chegados ao fim da oitava jornada, há que reconhecer que o jovem técnico está a realizar um excelente desempenho no comando dos leões, apesar dos muitos aspectos técnicos e tácticos a corrigir no plantel. Mas, a par da sua boa performance enquanto treinador, Rúben Amorim revelou-se um comunicador exímio, assertivo e competente.
As suas palavras sabem retirar pressão a um jovem plantel que se encontra no topo do campeonato e em simultâneo motivá-lo para fazer melhor.
Em contraposição a um ex-treinador do Sporting CP que voltou para a casa do rival, Rúben Amorim não é egocêntrico e não aproveita o facto de estar diante de microfones e objetivas para vangloriar-se. Pelo contrário, fala pouco de si e prefere realçar a qualidade, a ambição e a união do grupo de trabalho que lidera.

Fonte: Bola na Rede
Nem os adeptos, nem jogadores precisam de grandes egos que preferem falar de si e exacerbar feitos que nos grandes palcos europeus pouco significado têm. É que durante três épocas (2016-2018), no universo sportinguista, foi obrigado a “gramar” um discurso gongórico e de bazófia, que fazia chorar a língua de Camões. Pior do que isso, era um discurso que apenas motivava os adversários do Sporting CP.
Aproveito para abrir aqui um parêntesis para sublinhar que não acredito na tese de que o título de campeão de 2015/2016 foi perdido devido à comunicação do então treinador, pois cada vez está mais claro como água como é que esse campeonato foi ganho por quem ganhou. No entanto, nunca deixei de reparar no facto de qualquer equipa portuguesa que defrontasse o Sporting CP de então, tinha uma satisfação acrescida caso conseguisse tirar pontos ou eliminar a equipa de Jorge Jesus, o auto-intitulado “cérebro”.
Hoje o Sporting CP tem um treinador que, para além de competente, mantém uma postura low-profile: não chama a atenção para si nem ostenta as suas qualidades. Muito dificilmente uma pessoa com esta característica dará “tiros nos pés”. Tanto assim é que os adversários do Sporting CP se deparam com a necessidade de vir atacar todos os dias o nosso clube com supostos jogos comprados numa época em que o Sporting CP nem foi campeão ou com benefícios do VAR no jogo frente ao Moreirense FC (aqui a falta de descaramento é notável).
Se o Sporting CP continuar em primeiro, o que mais virá a seguir? Felizmente, o nosso treinador consegue manter a sua equipa bem alheada a “vozes” exteriores, mantendo-se focada na competição. Na verdade, os cães ladram e a caravana passa… em primeiro lugar.
Cabe a nós, sportinguistas, independentemente das divisões existentes em torno da atual Direção, acreditar e apoiar este grupo de trabalho.
Artigo revisto por Inês Vieira Brandão